Frutos nativos da Amazônia estarão em período de safra, durante os dias da Copa



Açaí, cupuaçu, castanha-do-Pará, guaraná e as delícias preparadas com essas frutas já conquistaram o Brasil e algumas partes do mundo. Mas ainda há muitas outras frutas saborosas e nutritivas, como buriti, cubiu, bacuri, mapati, camu-camu, araçá-boi, pupunha e tucumã, que possuem alto valor agregado, mas segundo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), poderiam ter melhor aproveitamento neste ano de Copa do Mundo  2014.

Durante o mundial, que acontecerá entre 12 de junho e 13 de julho, pelo menos 15 frutos nativos estarão no período de safra e disponíveis em forma in natura, de acordo com o engenheiro florestal e técnico Afonso Rabelo, da Coordenação de Biodiversidade do Inpa. Como centro de excelência no estudo da biodiversidade e dos ecossistemas amazônicos, a instituição desenvolve desde a década de 1980 várias pesquisas usando esses frutos.

Os visitantes poderão conhecer as cores e sabores do açaí-do-amazonas (Euterpe precatoria), açaí-do-pará (Euterpe oleracea), araçá-boi (Eugenia stipitata), bacuri-de-espinho (Garcinia madruno), bacuri-do-igapó (Garcinia brasiliensis), biribá (Rollinia mucosa), cubiu (Solanum sessiliflorum), ingá-açu (Inga cinnamomea), ingá-cipó (Inga edulis), jatobá (Hymenaea courbaril), jenipapo (Genipa americana), mari-mari (Cassia leiandra), sorvinha (Couma utilis), maracujá-do-mato (Passiflora nitida) e tucumã (Astrocaryum aculeatum).

“Além desses, também tem os frutos industrializados, que são aqueles beneficiados pelas indústrias alimentícias, de bebidas, fitoterápicos e cosméticos”, disse Rabelo, que é autor do livro Frutos Nativos da Amazônia Comercializados nas Feiras de Manaus (AM), no qual descreve 38 frutos comercializados em dez feiras da capital amazonense.

Na floresta amazônica existem aproximadamente 250 espécies com frutos comestíveis, entre fruteiras nativas e palmeiras. As frutas são aliadas importantes quando se trata de alimentação saudável, por serem ricas em vitaminas, sais minerais, gorduras do bem e outros nutrientes que contribuem para o bom funcionamento do corpo.

No cardápio

Nos últimos anos, restaurantes e bares maiores passaram a incorporar no cardápio os alimentos regionais e nativos, como peixes (tambaqui, pirarucu), ervas, temperos (pimenta murupi, jambu) e frutos (açaí, castanha-do-brasil, cupuaçu, tucumã, banana pacovã, araçá-boi, bacuri). Esses últimos ganham cada vez mais mercado nas empresas de chocolates, em forma de geleias, trufas, bombons, panetones e licores, por exemplo.

Muitos frutos amazônicos substituem facilmente em valores nutricionais as frutas exóticas (que não são originárias da região). Porém, além do desconhecimento das potencialidades agroindustriais e gastronômicas de certos frutos nativos, empresários do setor de alimentos e bebidas afirmam que têm problemas quando se trata de escala de produção, de encontrar produtos dentro dos padrões de higiene (tucumã minimamente processado ou em lascas) e de preço. Há dificuldade de acessar diretamente o produtor.

Os estudos do Inpa sobre frutos vão da área da botânica até o desenvolvimento de produtos, passando pelos aspectos agronômicos, nutricionais, medicinais e econômicos.

Entre os produtos e processos patenteados pela unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em Belém estão: um “mix” à base de pupunha e bacuri; a pupurola (a granola de pupunha); bebida fermentada de pupunha; sabonete sólido e sabonete líquido à base de óleo de pupunha e buriti; creme antioxidante à base de óleo de pupunha; emulsão evanescente à base de óleo de pupunha e buriti; e farinha integral de pupunha.

Parte das tecnologias de produtos e processos patenteados é transferida para empresas de base tecnológica incubadas pelo próprio instituto, gerando negócios inovadores que têm como base o desenvolvimento sustentável. Atualmente o Inpa tem 69 pedidos de patente, 115 produtos e processos registrados.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



18/01/2014 12:04


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