FUTURO DA ÁGUA EM DEBATE NO SENADO



O futuro da água estará em debate nesta terça e quarta-feira (dia 28 e 29), no Senado, durante o seminário Águas 2000 - Qualidade de Vida e Desenvolvimento. A convite da Comissão de Infra-Estrutura, parlamentares, especialistas e professores universitários discutirão os problemas do uso da água no Brasil e no mundo, a procura de caminhos para evitar a degradação dos mananciais e a redução da oferta de água potável. O seminário será realizado a partir das 9h, no auditório Petrônio Portela.O encontro será aberto com a presença do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, da presidente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura, senadora Emilia Fernandes (PDT-RS), do presidente da Câmara, Michel Temer, e dos ministros do Meio Ambiente, José Sarney Filho, e da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Participarão dos debates representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e das Associações Brasileiras de Recursos Hídricos (ABRH), de Águas Subterrâneas (Abas), de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), além de técnicos dos governos estaduais e o senador Bernardo Cabral (PFL-AM), estudioso e autor de vários livros sobre o assunto.Os debates abordarão a falta de água potável em algumas regiões do país, poluição de rios e de mananciais, o aprimoramento da legislação sobre recursos hídricos, enchentes e secas. O Brasil conta com 11,6% de toda água doce superficial do planeta, mas 70% dela se concentram na bacia amazônica, onde vivem apenas 7% da população brasileira. Os outros 93% de brasileiros moram no Centro-Sul e no Nordeste e algumas áreas se defrontam com problemas sérios de abastecimento de água potável.Para o senador Bernardo Cabral, a água doce potável será no próximo século um recurso estratégico, como é hoje o petróleo ou as jazidas minerais. Assim, a expectativa de que possa faltar água em determinadas regiões da terra irá transformar este recurso em uma commodity (produto básico vendido em grande quantidade) disputada. Nesta situação de país privilegiado, o maior problema brasileiro não é a falta de água, mas um passado de gestão inadequada.Especialistas brasileiros afirmam que os recursos hídricos do país poderão se esgotar ou ser contaminados, tornando seu uso impróprio para a população, caso a sociedade não tome medidas para preservação ou proteção. Lembram inclusive que apenas 5% dos esgotos das cidades brasileiras são tratados adequadamente antes do seu lançamento nos rios.

27/03/2000

Agência Senado


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