Ganhador de prêmio da Funarte, “Ricardo III’ estreia em SP



Primeira das 39 peças de William Shakespeare que serão encenadas nos próximos dez anos, Ricardo III estreia na próxima quinta-feira (24), às 21h, no Teatro João Caetano, em São Paulo. A atriz Mayara Magri, no papel de Rainha Elizabeth, e Chico Carvalho, como o protagonista Ricardo III, integram o elenco de 14 atores. A direção é de Marcelo Lazzaratto.

O espetáculo foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2013 e faz parte do “SHAKESPEARE-Projeto 39”, realizado por meio de uma parceria entre a SE4 Produções, o Escritório das Artes e a Cia da Matilde. A proposta é levar aos palcos, em uma década, todas as peças do poeta e dramaturgo inglês.

Representada pela primeira vez entre 1592 e 1593, a obra se passa no final da Guerra das Rosas, conflito sucessório pelo trono inglês ocorrido entre 1455 e 1485. Ricardo III lança um olhar sobre os bastidores políticos no que se refere à imoralidade e à ambição para se chegar ao poder.

Traições, complôs e outras perversidades recheiam o espetáculo. Considerado um clássico de Shakespeare, o texto recebeu tradução e adaptação feitas exclusivamente para esta montagem. O trabalho é do dramaturgo português Jorge Louraço.

Além de Ricardo III, que abre o projeto neste ano, outras três encenações já estão bem encaminhadas para 2014: Romeu e Julieta (com direção de Vladimir Capella), As Alegres Comadres de Windsor (direção de Cacá Rosset) e Troilo e Créssida (com Maria Fernanda Cândido).

Alguns textos de Shakespeare ainda são inéditos no Brasil e um dos motivos para isso é o fato de acharem que suas obras não são para o grande público. “Achar que Shakespeare é para a elite é um crime. É para nós todos, temos que buscar isso”, afirma Alexandre Brazil, diretor de produção da peça.

Para o ator Chico Carvalho, que interpreta o protagonista, a cobiça de Ricardo III reflete as ambições humanas de todos os tempos e sociedades: “A ambição é um tema que frequenta o ser humano. Fazer tudo para conseguir o poder é um dado de concentração que Shakespeare usa para elevar esse personagem a um status dramático. É um personagem improvável, reúne tudo que há de mal no ser humano, por isso ele não é realista, não o encontramos em todos os lugares. Mas, ao mesmo tempo, a sua característica de ambição de poder pode ser vista em Brasília. Shakespeare muda o tempo inteiro de registro para mostrar que somos o camaleão, que temos a característica de nos adequar a determinadas circunstâncias para ficar em evidência. Ao mesmo tempo em que é trágico, é patético, cômico”, afirma.

Ricardo III fica em cartaz até 24 de novembro, de quinta a domingo, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). A classificação indicativa é de 12 anos.

 

Fonte:

Fundação Nacional de Artes



21/10/2013 18:52


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