Garibaldi diz que, enquanto não for sanada a escassez de água, o Brasil não será um país justo



A escassez de água enfrentada pelo Nordeste não é um problema regional, mas de todo o país e, enquanto não for resolvida, o Brasil não pode se considerar um país justo. A observação foi feita pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, no discurso de abertura da audiência pública promovida no Plenário do Senado, nesta quinta-feira (14) para discutir a transposição de águas do Rio São Francisco. No discurso, Garibaldi elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por decidir-se a iniciar essa obra, já conduzida pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima.

No entender do presidente do Senado, o mais importante, na audiência, era desenvolver-se um aprendizado a respeito dessa transposição e, sobretudo, a respeito do gerenciamento das águas existentes no Brasil. O debate foi sugerido pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e promovido pelas Comissões de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) , de Serviços de Infra-Estrutura (CI)  e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Conforme lembrou Garibaldi Alves, o Brasil contém 13,3% da água doce do planeta, mas 70% desses recursos estão concentrados na região amazônica, enquanto é ínfima a disponibilidade de água no Nordeste. Nessa região, disse ele, 70% das águas estão concentradas na bacia do Rio São Francisco, o que impõe enormes sacrifícios à população que a ela não tem acesso.

- Gerenciar essas águas, estabelecer uma distribuição mais justa, sempre foi um grande desafio para o governo brasileiro, que só agora dispõe de instrumentos adequados para fazer com que prevaleça um caráter justo para a distribuição dessas águas - afirmou.

O presidente do Senado lembrou as inúmeras vezes que ocupou a tribuna para defender o fim da desigualdade nacional na distribuição de água. Também recordou que, na infância, como filho de agricultor, viu de perto esse drama, tendo envidado esforços, quando governou o Rio Grande do Norte, para resolvê-lo.

- Nós não estamos pedindo muito em nome de 12 milhões de habitantes nordestinos que sofrem com a falta d'água, não apenas com a escassez, mas com a falta de um melhor gerenciamento das águas. Eu posso dar esse depoimento porque eu vi de perto essa situação. Como governador de estado, vi que era preciso dar um basta àquele sofrimento e, graças a Deus, pude fazer alguma coisa - declarou.

Garibaldi Alves também disse que o projeto de distribuição de água realizado, quando governador, pode ter sido uma gota d'água no oceano das necessidades do Nordeste, mas serviu para amenizar o grande drama da escassez. Em seu governo, Garibaldi Alves executou um programa de recursos hídricos que ganhou o prêmio internacional Iberdrola, da Espanha.



14/02/2008

Agência Senado


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