Geovani Borges critica planos de saúde e pede que governo interfira na 'guerra' entre operadoras e médicos
O embate entre operadoras de planos privados de saúde e os médicos, que reclamam dos baixos honorários, têm gerado prejuízos aos consumidores. O problema requer intervenção do poder público, afirmou em Plenário o senador Geovani Borges (PMDB-AP), nesta quarta-feira (11).
- Eu entendo que a mão do Estado precisa se fazer presente nesta hora. E com força, já que médicos e operadoras de planos de saúde não entram em acordo - lamentou.
O parlamentar informou que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deverá editar instrução normativa fixando prazos máximos para os conveniados terem acesso a consultas e procedimentos médicos e ambulatoriais. Os planos, por sua vez, explicou, deverão analisar suas estruturas, contratar novos profissionais e renegociar valores dos honorários.
De acordo com Geovani Borges, o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz do Amaral, acusa as operadoras de saúde não cumprem normas da ANS de reajuste periódico dos honorários médicos, o que tem levado a insatisfação dos médicos país afora.
- O governo reconhece a situação de divergência. Há uma defasagem clara e nítida no valor dos honorários médicos pagos pelos planos de saúde, mas é preciso cuidado no debate dos reajustes, para que os custos não sejam repassados ao consumidor - afirmou.
Geovani Borges mostrou-se cético acerca de informações prestadas pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Segundo ele, o diretor executivo da Fenasaúde, José Cechin, teria dito que o reajuste da tabela estaria sendo feito acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O senador também criticou o fato de a entidade apontar satisfação de 81% dos usuários com o atendimento dos planos de saúde.
O parlamentar informou que as operadoras obtêm 20% lucro líquido, quando 5% já seriam considerados um patamar satisfatório. O maior prejuízo com o "cabo de guerra" entre os médicos e os planos de saúde, avalia Geovani Borges, fica com o cidadão. Ele lembrou que a Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, que concluiu que alguns médicos cobram além da tabela para atender pacientes de planos de saúde.
11/05/2011
Agência Senado
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