Governo do Estado e concessionárias investem para diminuir acidentes nas estradas paulistas
Programa visa redução de 20% no número de acidentes e diminuição do índice de mortes em 30% até o final de 2001
Programa visa redução de 20% no número de acidentes e diminuição do índice de mortes em 30% até o final de 2001 Se antes do Programa de Concessões Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo boa parte dos acidentes e mortes era creditada às precárias condições das estradas, hoje a história começa a mudar. Pelo menos nos 3.517 quilômetros da malha viária estadual que está nas mãos de 12 concessionárias os números revelam gradativa reversão. Estatísticas da Comissão de Concessões da Secretaria de Estado dos Transportes revelam que, no primeiro semestre deste ano, o número de vítimas fatais apresentou queda de 11,6% em relação ao mesmo período de 1999. Foram 312 mortes contra 353 no mesmo período do ano passado. Outra informação aponta redução de 5,3% no número de acidentes. Em 99 foram registrados 11.314 acidentes contra 10.715 este ano. Embora já sejam expressivos, os números tendem a melhorar com o Programa de Redução de Acidentes e Vítimas em Rodovias, em fase de elaboração pelo Governo do Estado, com apoio das concessionárias, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), da Dersa Desenvolvimento Rodoviário S.A. e da Polícia Militar Rodoviária, que deverá ser implantado até o final deste ano. A meta principal é reduzir o número de acidentes em 20% e o de vítimas fatais nas rodovias em 30% até o final de 2001. Os projetos neste setor estão divididos em quatro áreas: fiscalização, educação, engenharia e operação, e informações e gerenciamento. A área de fiscalização do Programa visa a adequação dos limites de velocidade; a intensificação da fiscalização de veículos e motoristas e auditorias de segurança nas rodovias. No setor da educação, serão criadas campanhas educativas para os motoristas e de conscientização da população quanto à segurança rodoviária; além da implantação da Rodovia Solidária (ação de sensibilização dirigida aos motoristas e populações lindeiras para prevenção de acidentes). Na área de engenharia e operação, o Programa prevê a eliminação progressiva de pontos críticos e a redução contínua dos atropelamentos; serviço de socorro médico a vítimas de acidentes e planos prévios de segurança; correção de acostamentos; melhoria da sinalização e dispositivos de proteção; plano emergencial para cargas perigosas e revisão da legislação ambiental no âmbito médico e mecânico, guinchos leves, médios e pesados e inspeção de tráfego. Os serviços são gratuitos e permanecem em operação nas 24 horas do dia. O SAU é a linha de frente de um sistema comandado pelo Centro de Controle de Operações (CCO), que exerce a monitoração rotineira do tráfego nas rodovias e coordena as ações das viaturas e equipes de atendimento, acionando recursos adequados para cada ocorrência. o rodoviário. O Programa inclui também a implantação de um sistema de gerenciamento de informações, integrando dados provenientes de todas as operadoras de rodovias e informações aos usuários acerca dos programas para redução de acidentes. 'As metas prioritárias do Programa são a prestação de serviço de socorro pré-hospitalar às vítimas dos acidentes em pelo menos metade da malha viária do Estado, implantação de sistema de acompanhamento de vítimas por um prazo de 24 horas e redução do índice de acidentes fatais', explica Michael Paul Zeitlin, secretário de Estado dos Transportes. Também está entre as metas a criação de um programa de revisão técnica e controle dos limites de velocidade, além da retirada de circulação de veículos sem condições adequadas de conservação e emissão de poluentes. Pelo Programa de Concessões, as concessionárias de rodovias vão investir R$ 4,5 bilhões em cinco anos e R$ 6,7 bilhões nos 20 anos dos contratos. Esses recursos estão sendo aplicados na recuperação, modernização e em novas obras, implantação de Sistemas de Auxílio ao Usuário (SAUs), instalação de equipamentos de monitoração e controle de tráfego e investimentos em projetos e campanhas educativas para o trânsito. Mais de 220 vítimas fatais por mês Os números da Polícia Militar Rodoviária são assustadores. As vítimas fatais nas rodovias paulistas chegam a 220 por mês, e 30% do total de mortos são vítimas de atropelamentos. No ano passado, a PMRv registrou 2.560 mortes e, até outubro deste ano, já foram computadas 2.070 óbitos nas estradas do Estado. 'As estatísticas consideram apenas as vítimas que faleceram no leito das rodovias. Se forem levados em conta os feridos graves que são encaminhados aos hospitais, vindo a falecer depois, o número de mortos pode chegar a mais de 300 por mês', alerta o Cel. PM Gerson dos Santos Rezende, comandante do Policiamento Rodoviário do Estado de São Paulo. As estatísticas de acidentes rodoviários são preocupantes e indicam que a imprudência e indisciplina dos motoristas são as principais causas das ocorrências. Alertas a esses fatores, as concessionárias que administram 3.517 quilômetros da malha rodoviária paulista estão investindo pesado em programas e ações para acabar com o holocausto em que se transformou as estradas do Estado. 'A maioria dos motoristas não respeita os limites de velocidade e as sinalizações', informa o Cel. Rezende. Outro fator preocupante é o uso de álcool e drogas, que alteram drasticamente o comportamento de quem dirige. Atendimento a vítimas consome 2% do PIB brasileiro O prejuízo causado pelos acidentes também é outra preocupação das autoridades e concessionárias de rodovias. Segundo dados da Global Road Safety Partnership (GRSP), entidade internacional que tem como objetivo aumentar a segurança nas rodovias, o Brasil gasta cerca de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) atendendo vítimas do trânsito, algo em torno de R$ 10 bilhões por ano. Só no Estado de São Paulo, que representa cerca de 40% do PIB nacional, os gastos com os acidentes ficam em torno de R$ 5 bilhões por ano. O coordenador do Programa de Redução de Acidentes e de Vítimas Fatais nas Rodovias de São Paulo e assessor técnico da Secretaria de Estado dos Transportes, Antônio Galvão Álvares Abreu, destaca que a meta prioritária é diminuir em 30%, no prazo de um ano, o número de mortes em acidentes rodoviários. 'Vamos atuar em várias frentes, desenvolvendo programas de educação para o trânsito. Estamos agindo de forma inte11/07/2000
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