Governo do RS destaca crescimento do Estado na reabertura do Leg








Governo do RS destaca crescimento do Estado na reabertura do Legislativo
O crescimento superior da economia gaúcha em relação à média nacional nos últimos três anos ganhou destaque no documento de 439 páginas entregue ontem pelo governador Olívio Dutra ao presidente da Assembléia Legislativa, Sérgio Zambiasi (PTB), na data que marcou a retomada do trabalho pelos deputados estaduais na casa parlamentar.

Conforme a mensagem do Executivo, o Rio Grande do Sul cresceu 10,9% entre 1999 e 2001, enquanto a média brasileira no período foi de 7,5%. No documento, Olívio avalia que “o crescimento da economia pelo terceiro ano consecutivo comprova o acerto da política de desenvolvimento do atual governo”. O material entregue ao Legislativo traz uma análise da economia gaúcha e aborda os principais indicadores e resultados setoriais. A mensagem relata ainda as principais ações do governo durante dos três anos do PT no poder e os planos para 2002. “A relação com o Legislativo tem sido boa e tenho a certeza que vai se qualificar ainda mais”, declarou Olívio.

O Rio Grande do Sul experimentou um crescimento de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1999, índice três vezes superior à média brasileira. O desempenho da economia gaúcha foi ainda melhor em 2000, quando o Estado teve uma taxa de crescimento calculada em 4,1%. O resultado foi creditado ao momento positivo da indústria de transformação, que naquele ano apresentou um crescimento de 8,7%. Em 2001 o índice chegou a 3,5%, um desempenho inferior ao do ano anterior.

O governo entende que o número refletiu um resultado considerado não tão bom da indústria de transformação, que cresceu apenas 2,7%. A compensação veio através do setor primário. Em 2001, a lavoura se recuperou do crescimento nulo do ano anterior teve um incremento econômico na ordem de 16,3%, percentual 13,3% superior ao verificado em 1999. Para estabelecer um paralelo com a administração Antonio Britto (então no PMDB e hoje no PPS), o governo assinala que a economia gaúcha cresceu apenas 0,7% de 1995 a 1998. Seguindo ainda a comparação com o período em que a atual oposição ocupava o Palácio Piratini, o governo sustenta que, no mesmo período, a renda per capita gaúcha caiu 4%. E, entre 1999 e 2001, aumentou 6,7%.


Horário de verão termina e economia foi menor que em 2000
Domingo os relógios das regiões, Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e o Estado do Tocantins devem ser atrasados em uma hora. Desta vez, porém, o saldo do horário de verão, que vigora desde 14 de outubro, deverá indicar uma economia de energia menor que no ano anterior. O motivo é simples: os consumidores brasileiros criaram o hábito de gastar menos energia elétrica por conta do racionamento determinado pelo governo federal a partir do meio do ano passado.

Dados preliminares divulgados pelo Ministério das Minas e Energia confirmam a tendência. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste reduziram o consumo em 0,7% no período, índice inferior aos 0,9% previstos e aos 1,2% verificados no horário de verão 2000/2001. Para o Estado de São Paulo, a expectativa é uma economia global de 0,9% e de 3,6% no momento de pico das 17h às 22h, segundo informações do Operador Nacional do Sistema (ONS). No ano passado, a redução do consumo chegou a 5%. Para o setor comercial de São Paulo, a economia deve atingir 3%, mas o atraso dos relógios não impacta sobre o movimento das lojas. "O fim do horário de verão não altera absolutamente nada no comércio", diz o presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti. Segundo ele, as alterações climáticas, como uma mudança de estação, por exemplo, influenciam o movimento do comércio, mas uma mudança de horário, não.

Nem mesmo o comércio de rua sofre com o término do horário de verão. Afinal, o atendimento ao público, na maioria das lojas, vai até as 18 horas, momento em que o dia ainda está claro nesta época do ano. "No horário de verão, o dia útil é maior, mas isso não influencia no movimento", afirma o diretor de Marketing da União dos Lojistas da Rua 25 de Março, Elias Ambar. Segundo ele, o comércio na região, que reúne mais de três mil estabelecimentos, funciona das 8h às 18h.

No segmento industrial, os números preliminares verificados durante o horário de verão apontam para uma redução adicional de 4% na energia consumida e de 1,5% na demanda, segundo o diretor de infra-estrutura da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Pio Gavazzi. "Já estamos vacinados contra o gasto de energia", diz. Para Gavazzi, mesmo depois do fim do racionamento, que pode ocorrer ainda neste mês, a indústria passará a ter uma redução permanente de 7% no consumo de energia.


Salários crescem 18% e inflação 48% em 5 anos, informa Dieese
Autor de estudo sobre o comportamento dos salários em Santa Catarina entre os anos de 1995 e 2000, o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese), José Álvaro Cardoso, chegou a uma conclusão preocupante. “Os salários estão tomando de goleada da inflação. Nos últimos anos, temos visto uma diminuição significativa do poder de compra dos trabalhadores”. O levantamento é do Dieese, feito a partir de informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), traduz as palavras do técnico em números.

Em 1995, o salário médio dos catarinenses era de R$ 516,88. Em fins de 2000, chegou a R$ 612,69, um incremento de 18,54%. No mesmo período, a inflação foi de 48% segundo o Índice de Custo de Vida (ICV) medido pelo próprio Dieese. Na medição oficial, feita pelo ïndice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento dos preços no período foi de 41,52%.

O problema, segundo Cardoso, é que a diminuição da massa salarial pode criar um ciclo vicioso. “Com menor remuneração, as pessoas consomem menos. Resultado: as empresas vendem menos e oferecem um volume menor de vagas de trabalho. Há ligações entre o mercado de trabalho e o valor pago aos trabalhadores”.

Um exemplo da relação entre o número empregos e os salários, informa o Dieese, é Blumenau. Entre 1995 e 2000, o número de postos de trabalho na cidade aumentou 3,97% - a média estadual foi de 17,55%. Paralelamente, o salário médio pago no município aumentou apenas 11,78%. No outro extremo, Balneário Camboriú registrou incremento de 77,13% no nível de emprego e de 34,62% na remuneração média dos trabalhadores.

O emprego, porém, não é o único fator ligado ao achatamento dos salários. “Principalmente até 1999, setores exportadores – como os têxteis e as fabricantes de alimentos – sofreram com o obstáculo às vendas que era o real valorizado e tiveram que apertar o cinto. Além disso, a economia brasileira cresceu pouco, o que também tem reflexo importante sobre os empregos e os salários”. De fato, a variação dos salários acompanha o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Em 1996, por exemplo, o salário médio pago em Santa Catarina aumentou 16%. O PIB registrou variação real de 2,7%. Três anos depois, em 1999, o PIB cresceu 0,8% e o vencimento médio dos catarinenses, 0,37%.

A análise do Dieese também revelou diferenças entre as principais cidades do estado e entre os diferentes perfis econômicos vistos em cada localidade. Em São José, onde predominam os setores de comércio e serviços, o número de postos de trabalho cresceu 33,32% e o salário, 21,81%. Jaraguá do Sul, eminentemente industrial, viu a força de trabalho crescer 7,64%. Os vencimentos aumentaram 17,12%.

A exceção à regra foi Joinville, principal pólo industrial catarinense. No município, o emprego cresceu 19,22% e a média salarial, 21,25%. Aí, no entanto, a explicação é a mudança que está ocorrendo na cidade. “Tudo indica que o crescimento do emprego em Joinville tem sido alavancado pelo setor terciário”, diz o relatório da pesquisa do Dieese. Nos anos 90, a indústria joinvillense cortou vagas – o total de empregos garantidos caiu de 50 mil para 40 mil. Paralelamente, os postos no setor de comércio e serviços dobraram – eram aproximadamente 20 mil em 90 e 40 mil em 2000. Resultado: a indústria, que já representou 94% da economia local, hoje é responsável por aproximadamente 60% do PIB.


Consumidores só comprarão uvas e abacaxis com dados de origem
O Ministério da Agricultura publicou a instrução normativa que revisa e regulariza de forma obrigatória e moderna a comercialização de frutas no país, que entrará em vigor no próximo semestre e será obrigatória em todo o território nacional. Os primeiros produtos são as uvas e os abacaxis que deverão informar com clareza a sua origem e suas principais características, através de padrões, variedades, tabelas, entre outros.

O problema fundamental do pequeno e médio produtor, segundo o coordenador do programa Hortiqualidade do Paraná, Luiz Antônio Fayet é a comercialização. Hoje, a comercialização é feita por consignação o que faz com que o produtor não saiba nem quando e muito menos quanto irá receber. “É uma comercialização predatória”, afirmou Fayet.

A maneira encontrada se solucionar o problema e criar perspectivas de crescimento para o proprietário das pequenas e médias propriedades que representam 80% das unidades do Paraná foi criar um idioma próprio. Um trabalho muito complexo, já que cada produto exige de 30 a 40 análises e medições, o que exige em média um ano de trabalho. A Ceagesp já desenvolve cerca de 30 produtos e é uma das parceiras do Hortiqualidade. Cada produto irá informar com clareza a sua origem e suas principais características, através de padrões, variedades, tabelas, entre outros critérios, sendo possível determinar por código de barras os produtos desde de sua origem até a ponta do consumo, o que permite inclusive o controle das vendas. “O programa estimula a produção e acaba com a frustração de não se ter onde vender”, analisou Fayet.

O novo sistema de comercialização permitirá o desenvolvimento de novas tecnologias comerciais, como a bolsa de mercadorias, onde compradores e vendedores poderão negociar através do comércio eletrônico. O produtor rural terá que se reoorganizar através de associações, cooperativas ou mesmo empresas. Colocar em prática o Hortiqualidade exige uma mudança cultural do produtor, o que exige muito treinamento, através de cursos continuados e padronizados. “ O Senar do Paraná é o mais importante do Brasil, com capacidade de treinamento de 100% da demanda, 5 mil trabalhadores / produtores rurais e treina 100 mil crianças da área rural, na iniciação de sistemas básicos de cidadania e sistemas técnicos.”

Outro avanço permitido pelo programa segundo Fayet é reduzir o desperdício, já que 1/3 do que se colhe vira lixo. Outra forma de diminuir os prejuízos é acabar com o transporte considerado inútil. Através da venda eletrônica o produto sai de seu local de armazenamento e é transportado diretamente para o seu destino, com isso a possibilidade da fruta de sofrer alterações ou ser machucada diminui, reduzindo o volume de produtos não vendáveis. Além de criar nichos para mercados diferenciados.
Todas essas mudanças irão estimular o pequeno produtor. “ O produtor terá uma diretriz do mercado, podendo se programar conforme as necessidades reais desse mercado, conseguindo inclusive uma melhora do preço de comercialização”


Paraná produz apenas 2% da safra nacional de frutas
O Paraná produz 1 milhão de toneladas de frutas por ano e é o décimo produtor do país. A produção é considerada pequena, pois representa apenas 2,1% da produção brasileira, que é de 35 milhões de toneladas.

“A fruticultura exige um investimento alto e capacitação do produtor”, afirma o agrônomo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), Paulo Fernando de Souza Andrade.

Embora a diversidade de clima e de solos paranaenses permitam o cultivo de espécies de frutas tropicais, subtropicais e temperadas, o estado ainda é iniciante no cultivo de frutas - não é uma atividade tradicional - o que faz com que o estado importe a maioria das frutas comercializadas e consumidas. A fruticultura movimentou R$ 336,9 milhões no ano agrícola 99/00, de acordo com o Valor Bruto da Produção (VBP), do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab).

Um exemplo é a maçã, que é uma das cinco principais frutas colhidas com a maior produção na região de Palmas, fazendo do estado o terceiro maior produtor brasileiro, mas essa não é uma classificação animadora, porque segundo Andrade, não representa mais do que 5% da produção nacional e é produzida numa área total de 1.200 hectares. “Qualquer empresa grande tem essa área. Somente 6% da maçã produzida no estado é comercializada nas Centrais de Abastecimento do Paraná (Seasa).”

As vinte principais frutas cultivadas totalizam 500 toneladas, sendo que as frutas cítricas - laranja e tangerinas, representam 50% do volume produzido e a banana, a melancia e a uva fina de mesa respondem por 25% desse total. Nas Centrais de Abastecimento do Paraná S.A. – Ceasa/PR, foram transacionadas 421,6 mil toneladas de frutas, em 1998, sendo que, somente 18% deste volume provinha de pomares paranaenses.

Andrade acredita que com a busca das pessoas por melhor qualidade de vida, faça com que o consumo de frutas e verduras aumentem no estado. “A tendência é de que o consumo de frutas aumentando, aumente também a demanda”, conclui o agrônomo.
Aproximadamente 1,9 milhão de pessoas, 20% da população do estado do Paraná, vivem na zona rural, o que segundo dados da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) significam 1.287 milhão de pessoas envolvidas direta ou indiretamente em atividades agropecuárias.


Orbis faz parcerias para ganhar mercado
A Orbis do Brasil, subsidiária da argentina Orbis, registrou no ano passado um aumento de 60% nas vendas de aquecedores de água a gás, na comparação com o exercício anterior. Sediada em Campina Grande do Sul, Região Metropolitana de Curitiba, a empresa, que detém cerca de 15% do mercado nacional de 200 mil equipamentos por ano, comercializou aproximadamente 30 mil aquecedores, dois terços dos quais fabricados no País e o restante importado de sua matriz.

Parcerias com concessionárias de gás natural e Gás Liqüefeito de Petróleo (GLP), investimentos em capacitação profissional de pessoal técnico e de revenda e o crescimento do consumo deste combustível em âmbito doméstico explicam a expansão verificada no período, informa o gerente comercial da Orbis, Ayrton Zanon. Embora os equipamentos a gás representem somente 1% do mercado anual de cerca de 15 milhões de chuveiros comercializados no País, segundo informa Roberto Domingos D’Oliveira, coordenador técnico da indústria, o mercado vem crescendo tanto no segmento de gás natural, que representou 40% das vendas no último ano, como no de GLP, que respondeu por 60% do total.

"A tendência é o consumidor migrar para equipamentos a gás, que são mais seguros e econômicos”, afirma D’Oliveira. Ele observa que a participação do gás natural na matriz energética brasileira não ultrapassa 3%, mas os investimentos das concessionárias instaladas em grande parte do País estão mudando esse quadro e projetando uma expansão para 10% em 10 anos. Na esteira desse crescimento, a Orbis vem promovendo, desde 2000, acordos com várias revendedoras de GLP e fornecedores de gás natural para incentivar o consumo destes equipamentos.

Em muitos casos, a concessi onária compra um lote de aquecedores da Orbis e financia ao consumidor final, que pode pagar em até 12 parcelas junto com a fatura mensal de gás. “O cliente economiza porque o gás é mais barato, a concessionária ganha aumenta o volume de venda do produto e nós também aumentamos o mercado”, afirma o gerente comercial.

A empresa já tem parcerias semelhantes com a Comgas, que tem 350 mil clientes em São Paulo, e a CEG, que possui 650 mil usuários no Rio de Janeiro, o maior mercado, com cerca de 25% do total de consumidores de gás natural do Brasil. Os acordos em São Paulo incluem ainda a UG Comércio de Gás e Instalações Ltda., a Gás natural, a Gás Brasiliano e a Ultragas e permitem financiamentos pelo Banco Nossa Caixa. O preço dos equipamentos pode variar de R$ 500 a R$ 1,3 mil, dependendo de sua configuração.

Instalada há seis anos no Brasil, a empresa reforçou sua estratégia de se aproximar do cliente investindo num programa de venda e pós-venda, que inclui treinamento de vendedores e instaladores em um centro de treinamento implantado dentro na fábrica.


Artigos

Inadimplência: a desculpa dos banqueiros
Paulo Afonso Rodrigues

A todo instante notamos que as publicações dos balanços ligados a área financeira são incomparáveis com os números das áreas de produção. De um lado o banqueiro tenta de todas as formas tumultuar a veracidade dos custos, atribuindo culpa ao governo federal sobre as altas taxas de juros aplicadas, mencionando, a cada instante, o custo da taxa SELIC, hoje em 19% ao ano.

Por sua vez, a clientela, de modo geral, não recebe taxas de juros indexadas pela SELIC, porque, neste caso, o banqueiro estaria pagando juros sobre juros, o que é vetado em todos os procedimentos judiciais já julgados.

No entanto, as taxas de juros com patamares de 13% a 19% ao ano, com índices fixos ou indexados a TR, não representam muita coisa ou quase nada ao custo total que as instituições financeiras possuem. Senão vejamos: em captação alguma se paga juros antecipados e, da mesma forma, não se remunera por tarifas de contratação. Um exemplo: os 4% ao mês pagos em um desconto de duplicata quando remunerados ao capital do investidor passa a ter um custo de 60,1% ao ano.

Porém, em um desconto de duplicata com prazo de 90 dias, o valor líquido liberado seria de R$ 88,00 para cada R$100,00, isto sem levarmos em conta tarifas, IOC, CPMF, etc. Esta taxa de juros representará no período 13,64% quando, numa visão errônea, atribui-se um custo de 12%. Desta forma, com esta antecipação a taxa se eleva já de partida para 66,77% ao ano.

Lembramos também que de setembro de 1999 para cá, o governo liberou o compulsório das captações a prazo, de 20% para “zero”. Nos depósitos à vista o compulsório foi reduzido de 75% para 45%, ou seja, de cada R$ 100,00 depositados em conta corrente, sem qualquer remuneração, a instituição financeira empresta R$ 55,00, obedecendo critérios adotados pelo Banco Central para área comercial, particular, créditos especiais, etc.

Mais uma vez o banqueiro está chorando de barriga cheia. Basta ver as arrecadações de tarifas que suportam todas as despesas bancárias e com sobras, além da rentabilidade alcançada pelos juros. Extraído destes juros, os custos de captação e risco sobram de forma líquida e os balanços dos bancos são provas cabais disto.

O que dizer das tarifas de renovações de cheques especiais, cadastros, “docs”, tarifas de contratação de operação, talonários de cheques e tarifas tidas como “penalidade” como as de excesso de limite e etc. Esta última tarifa, na maioria das vezes, vem sendo cobrada de forma errônea, pois quando se excede os limites, alteram-se as taxas de juros. Daí o questionamento: porque a dupla penalidade?
Mais uma vez para engordar os já polpudos lucros bancários, em recente publicação observou-se que o maior banco brasileiro teve um crescimento de 24,71% ao ano no já imenso crescimento do ano anterior, com uma rentabilidade superior a 22% acima de patrimônio líquido.

Este lucro foi verificado com mais de 60% de crescimento nas receitas de operações de crédito e acima de 14% nas tarifas, lucro este alavancado com um crescimento superior a 30% das empresas coligadas.

Quem já não foi assediado para comprar produtos empurrados “goela abaixo” como forma de permuta pelo crédito adquirido? Cadernetas de poupança, títulos de capitalização, seguros, previdências, etc.

Lembrando mais uma vez que os funcionários dos bancos comerciais não são remunerados para trabalharem para seguradoras, financeiras, empresas arrendadoras e demais coligadas. Na melhor das hipóteses, recebem uma minguada comissão que vem acompanhada de uma alta meta a ser atingida que, se não cumprida, pode custar o seu emprego.

Os banqueiros ficam como cachorro correndo atrás do rabo: elevam as taxas de juros alegando alta inadimplência, mas se esquecem que com este aumento estimula-se ainda mais a tão propalada e não comprovada inadimplência.
E com a devida vênia, uma das melhores informatizações do mundo está à disposição do setor financeiro. Setor cadastral, central de risco, garantias reais, descontos com garantias sacado e cedente, enfim, com toda a segurança disponível. A prova são os lucros divulgados.

E convenhamos: se não fosse bom negócio, porque Bradesco, Itaú, Unibanco e Santander estão disputando palmo a palmo todas as compras de bancos? Isto sem nos esquecermos dos demais bancos internacionais já operando em nosso mercado.
As taxas de juros estão altas? Vamos diminuí-las e, com elas, a inadimplência. Vamos reduzir os custos de tarifas, pois desta forma, pessoas físicas e jurídicas terão mais recursos, frutificando a economia.

Porém, a choradeira é total. De um lado empresas produtivas descapitalizadas e de outro, banqueiros disputando em verdadeiro ringue as compras do setor bancário, alegando ainda alta inadimplência.

Se continuarem os custos, os quais figuram entre 40% e 250% ao ano, sem considerar tarifas e produtos indiretos, poderemos, a partir de meados de 2002, reviver 95 e 96 com uma inadimplência generalizada.

O governo fez a sua parte, baixando os compulsórios. Está na hora do banqueiro usar o jovem coração em desuso.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Gastos
Segundo pesquisa feita pelo Proconsumer, impostos ainda são mais leves no bolso do consumidor do que as taxas bancárias. Para quem recebe um salário, por exemplo, de R$ 1.500.00, tem descontado de INSS mais imposto de renda de R$ 196,70. Já com as despesas bancárias com cartões e juros, o gasto é de R$ 200,96.

Participação nos resultados
A Renault finaliza neste mês o pagamento da segunda parcela do programa de participação nos resultados referente ao ano 2001. O valor varia de R$ 467,00 a até R$ 1.100,00 por funcionário, o que somado à primeira quota chega a totalizar até R$ 2.100,00 por trabalhador. Considerando o piso da fábrica de R$ 660,00 a participação de lucros chegou a acrescentar no ano, mais de 300% no orçamento de cada trabalhador.

Em junho do ano passado cada funcionário recebeu R$ 1.000,00 referente à primeira parcela. Acordos de PLR (Participação de Lucros e Resultados) assinados pelo Sindicato dos Metalúrgicos com as montadoras locais já resultaram na injeção de cerca de R$ 22 milhões na economia do Paraná.

Negócios ecológicos
A Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais (Sedai), em ação integrada com a Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SAA) e Sindicato das Indústrias de Alimentação do RS, divulgou os primeiros resultados da participação de sete empresas gaúchas do setor de alimentos ecológicos e produtos orgânicos certificados na BioFach 2002 – Feira Mundial de Alimentos Ecológicos e Produtos Naturais para Profissionais, realizada de 14 a 17 de fevereiro, em Nurembergue, na Alemanha. Seis contatos de exportação foram iniciados com europeus e duas empresas gaúchas fecharam negócios.

João Batista Volkmann, da Vol-kmann, produtor de arroz biodinâmico, de Sentinela do Sul, vendeu 200 toneladas de arroz para um importador francês. As primeiras 20 toneladas serão embarcadas na próxima semana. A expectativa do empresário é encaminhar negócios de mil toneladas. Já a Sustentagro, de Passo Fundo, fechou negócios que chegam a 1.500 toneladas de soja (consumo animal) para a França.

Silos
Dia 20 de fevereiro o governador de Santa Catarina, Esperidião Amin, inaugura silos para 320 mil sacas de milho, construídos pela Cooperalfa. Os financiamentos desses silos serão enquadrados no programa troca-troca, da Secretaria da Agricultura, assegurando assim, a participação do estado no investimento. Ainda no dia 20, o governador vai assinar decreto que altera a legislação ambiental para a suinocultura, tornando-a mais branda para o produtor. Assina também o contrato de financiamento pelo FDR para instalação de 55 silos para estocagem de rações a granel, atendendo 55 pequenos agricultores associados da Cooperalfa.


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02/18/2002


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