Grupo debaterá relações bilaterais com o Paraguai



Os temas mais polêmicos das atuais relações entre o Brasil e o Paraguai deverão ser discutidos por um grupo de trabalho composto por parlamentares dos dois países, segundo decisão tomada nesta segunda-feira (3) pelo Parlamento do Mercosul. Durante a sessão plenária, o presidente do parlamento, deputado Dr. Rosinha (PT-PR), foi autorizado a constituir o grupo, segundo proposta que havia sido aprovada anteriormente pela Comissão de Assuntos Econômicos, Financeiros, Comerciais, Fiscais e Monetários.

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Entre os temas a serem tratados estão a proposta paraguaia de renegociação do Tratado de Itaipu; o projeto de lei que regulamenta a atividade dos chamados "sacoleiros", pequenos comerciantes que atuam na fronteira dos dois países; e a situação dos produtores rurais brasileiros no Paraguai, chamados "brasiguaios", atualmente ameaçados de perder parte de suas terras no processo de reforma agrária do país vizinho.

Por meio da criação do grupo, sugerida pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), pretende-se abrir mais um canal de negociação entre os dois países, a respeito de temas atualmente considerados sensíveis no relacionamento bilateral. O descontentamento da bancada paraguaia em relação à solução desses problemas já havia sido tema de uma reunião da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, ocorrida no início da manhã desta segunda-feira.

Durante a reunião - que contou com a presença do representante permanente brasileiro junto ao Mercosul e à Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), embaixador Regis Arslanian - Mercadante citou ainda críticas feitas no Paraguai à realização de manobras militares brasileiras perto da fronteira entre os dois países, em outubro.

Seminário

A comissão aprovou também a realização de um seminário sobre a crise econômica internacional e a convergência macroeconômica do Mercosul. O encontro, aonde se debaterá a relação entre a crise mundial e soluções regionais para os problemas econômicos globais, deverá ser realizado em parceria com o Parlamento Europeu.

Ao explicar a necessidade de se promover uma ampla discussão a respeito do tema, Mercadante observou que as economias envolvidas em processos de integração - como os da Europa e da América do Sul - tornam-se muito interligadas.

- Uma forte desvalorização do real, por exemplo, tem impacto brutal nas economias dos países vizinhos - disse Mercante, que, pouco antes, havia recebido, por telefone, a notícia da fusão entre os bancos privados brasileiros Itaú e Unibanco, que resultou na formação de um grande conglomerado financeiro privado nacional.



03/11/2008

Agência Senado


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