Hugo Chávez chega ao Brasil nesta segunda



A visita oficial do presidente venezuelano, Hugo Chávez, ao Brasil será tratada com discrição pelo governo. A pedido da presidenta Dilma Rousseff, o almoço que seria servido no Palácio Itamaraty foi transferido para o Palácio da Alvorada, residência oficial da presidenta. Chávez chega ao Brasil nesta segunda-feira (9), às 22h, e se reúne com Dilma na terça-feira (10), às 10h.

O almoço terá um caráter mais de trabalho, com proporções bem menores que as recepções geralmente organizadas pelo Itamaraty. A lista de convidados para o almoço ainda não está definida, mas deve se restringir aos ministros dos países, cujas pastas estão envolvidas nos acordos que serão assinados. Brasil e Venezuela já possuem acordos nas áreas de geração de energia.

De acordo com o Itamaraty, os presidentes deverão revisar os principais tópicos da agenda bilateral, com ênfase no comércio, na evolução dos programas de cooperação nas áreas de agricultura, desenvolvimento regional, habitação popular, universalização de serviços bancários e integração Amazônia-Orinoco. Chávez e Dilma também deverão definir a ampliação de acordos no setor energético e na construção de estradas.

Outro assunto que deverá ser tratado pelos presidentes é a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. No começo deste ano, a Petrobras cobrou do comando da PDVSA, estatal venezuelana do petróleo, repasse de cerca de R$ 400 milhões para conclusão das obras. Por enquanto, somente a Petrobras investiu na refinaria.

A visita de Chávez será a primeira oficial de um presidente latino-americano ao Brasil, depois que a presidenta tomou posse. Em 1º de janeiro, na cerimônia de posse de Dilma Rousseff, o venezuelano participou das solenidades tanto no Palácio do Planalto quanto no Itamaraty. Entusiasmado, Chávez afirmou, na ocasião, que não escondia a alegria pela eleição de Dilma.


Dilma na Venezuela em julho

De acordo com o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, a presidenta Dilma já assegurou que irá a Caracas, na Venezuela, em julho, para participar das discussões sobre a Cúpula da América Latina e do Caribe (Calc), que trata de ações integradas na região.

Garcia disse que a visita de Chávez nesta terça faz parte de uma rotina de reuniões, organizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fixa encontros a cada três ou quatro meses entre os chefes de governo da Venezuela e Brasil. Um dos propósitos da visita de Chávez é reafirmar que as relações da Venezuela com o Brasil serão mantidas como eram no governo Lula. Garcia afirmou também que o Brasil acompanha atentamente as articulações para o ingresso da Venezuela no Mercosul. Para que isso aconteça, falta apenas a aprovação do Congresso Nacional do Paraguai, que não agendou a data de votação.


Conselho de Segurança da ONU

Dilma Rousseff e Hugo Chávez também deverão aproveitar o encontro para tratar da reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Assim como o Brasil, a Venezuela é favorável à mudança na estrutura do órgão, que reflete a ordem internacional do pós 2ª Guerra Mundial. Ambos querem que um país latino-americano ocupe um assento permanente no conselho.

“Não é uma demanda mesquinha nem de [busca por] prestígio”, afirmou Marco Aurélio Garcia, lembrando que as motivações para mudar a estrutura atual do conselho são “justiça” e “eficácia”. O assessor destacou que, no cenário internacional, pelo menos 80 países são favoráveis à reforma do conselho.

De acordo com Garcia, é “inadmissível” que a América Latina e a África não tenham um assento permanente no conselho que é composto por 15 membros. Pela atual estrutura ocupam vagas permanentes os Estados Unidos, a Rússia, China, França e o Reino Unido. As vagas rotativas estão ocupadas por Brasil, Japão, México, Líbano, Gabão, Nigéria, Turquia, Bósnia-Herzegovina, Áustria e Uganda. O período do mandato nos assentos rotativos é de dois anos. As autoridades brasileiras defendem ampliar o número de cadeiras no conselho de 15 para 25, entre as quais o Brasil se coloca como candidato a titular.


Brasil e Venezuela

Em 2010, o comércio entre os dois países somou US$ 4,6 bilhões. O Brasil exportou US$ 3,8 bilhões. Só no primeiro trimestre deste ano, as trocas comerciais entre Brasil e Venezuela superaram US$ 1 bilhão. De janeiro a março, as exportações brasileiras somaram US$ 822,7 milhões.

A previsão é que Hugo Chávez deixe Brasília no final da tarde desta terça em direção ao Equador e posteriormente, Cuba.

 

Fonte:
Agência Brasil



09/05/2011 18:43


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