Imprensa Oficial lança livro sobre o Palácio Boa Vista
Obra é assinada por Ana Cristina Barreto, curadora do acervo dos palácios do Governo do Estado
No alto da Serra da Mantiqueira e cercado por bosques de quaresmeira e mata nativa, o Palácio Boa Vista abriga uma das mais ricas coleções de arte do Brasil, com quadros de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Vicente do Rego Monteiro, escultura de Victor Brecheret e muito mais. Sua história, seus personagens e reproduções do acervo construído cuidadosamente ao longo dos anos são tema do livro “Palácio Boa Vista – Um palácio-museu e suas preciosidades”, de Ana Cristina Barreto, curadora do acervo dos palácios do Governo do Estado, que a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lançado neste mês.
Antigo cenário de saraus, concertos e recitais que deram origem ao Festival de Inverno de Campos do Jordão, o palácio foi idealizado em 1938 por Adhemar de Barros para ser a residência de verão do governador do Estado. Inspirado pelos castelos europeus, ele contratou o arquiteto polonês radicado no Brasil George Przirembel, que o projetou no estilo neogótico inglês com referências à dinastia Tudor (1485-1558).
Durante 25 anos a construção foi abandonada por questões econômicas e políticas e em 1964, quando Adhemar de Barros estava novamente no poder como governador, o palácio foi concluído e inaugurado no dia 21 de julho. O Boa Vista é um dos quatro palácios do Governo do Estado e foi transformado em Monumento de Visitação Pública em 1970.
“Conseguimos reunir no livro reproduções de algumas das mais importantes obras brasileiras e contar a história do Palácio Boa Vista. Assim, levamos aos leitores de todo o Brasil um pouco do espírito desse lugar tão especial e deixamos um convite para que todos o conheçam pessoalmente”, diz Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
No livro, Ana Cristina faz uma retrospectiva histórica da construção e das funções do palácio. Busca mostrar, através de texto e imagens, algumas das mais importantes obras do acervo e a rica contribuição do palácio à história do turismo e do lazer em Campos do Jordão.
A autora resgata a fundamental ação de Luis Arrobas Martins, então secretário de Fazenda do estado de São Paulo, a partir dos anos 70, na formação do precioso acervo, que inclui peças significativas do mobiliário artístico português e brasileiro dos séculos XVII, XVIII e IX e outras feitas no século XX pelo Liceu de Artes e Ofícios.
Ela dedica um capítulo ao projeto arquitetônico do palácio, detalhando espaços e cômodos. Depois, sugere um roteiro de visita no qual explica o que o visitante poderá encontrar. Em outro capítulo, fala sobre a capela modernista de Paulo Mendes da Rocha construída em 1988. Uma linha do tempo com início em 1938, ano em que foi lançada a pedra fundamental do palácio, mostra os eventos mais significativos ocorridos lá.
Os artistas do acervo
Dos artistas brasileiros ou naturalizados e reconhecidos no Brasil que estão representados no acervo de artes plásticas do Palácio Boa Vista, destacam-se Alberto da Veiga Guinard, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Antônio Gonçalves Gomide, Emiliano Di Cavalcanti, Francisco Rebolo Gonçalves, Tarsila do Amaral, Victor Brecheret, Vicente do Rego Monteiro, entre outros.
A autora mostra e explica a importância de algumas obras ícones do palácio como “Auto-retrato” de Tarsila do Amaral, um dos mais famosos da pintura moderna brasileira, “Maternidade”, óleo sobre tela pintado por Vicente do Rego Monteiro em 1924, e “Bailarina”, escultura em bronze de Brecheret, de 1920.
Festival de Inverno
Vale lembrar que o Festival de Inverno de Campos do Jordão nasceu nos salões do palácio. Para justificar a idéia de um centro cultural, foram organizados saraus, concertos e recitais inspirados no Festival de Salzburgo. Assim, com importantes nomes da música como Magdalena Tagliaferro, Turíbio Santos, Edmar Ferreti entre outros, iniciou-se o primeiro Concerto de Inverno de Campos do Jordão.
Serviço
Palácio Boa Vista
Um palácio-museu e suas preciosidades
Edição bilíngüe
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
136 páginas
R$ 50,00
Da Imprensa Oficial
07/11/2008
Artigos Relacionados
Imprensa Oficial lança o livro "Eu vivi o TBC"
Imprensa Oficial lança 14 obras na 20ª Bienal do Livro
Imprensa Oficial lança 14 obras na 20ª Bienal do Livro
Imprensa Oficial lança livro com textos do dramaturgo Bosco Brasil
Imprensa Oficial do Estado lança livro de coletânea do primeiro jornal brasileiro
Imprensa Oficial e UnB lançam livro sobre o Tropicalismo