Inadimplência da pessoa física cai a 5,7% em dezembro, menor taxa em 10 anos
O crescimento do crédito ocorrido nos últimos anos no Brasil não representou ameaça ao sistema financeiro nacional. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, nesta quarta-feira (26), a inadimplência dos consumidores caiu de 5,9% em novembro para 5,7% em dezembro. É o menor nível da taxa desde junho de 2001.
No mesmo período, as operações de crédito do sistema financeiro cresceram 1,6%, atingindo R$ 1,703 trilhão em dezembro. Com o resultado de dezembro, o estoque de financiamentos encerrou 2010 com alta de 20,5%. O saldo de crédito com recursos livres cresceu em dezembro 1,5%, totalizando R$ 1,117 trilhão. No ano, esse segmento acumulou expansão de 17,1%.
O saldo de crédito com recursos direcionados somou R$ 586,179 bilhões com alta de 1,7% em dezembro e 27,5% no ano. As operações com pessoas físicas subiram 2,1% no mês e 21,9% no ano enquanto as operações com pessoas jurídicas aumentaram 1,1% em dezembro e 19,3% no ano.
O indicador mede atrasos de pagamento superiores a 90 dias. A inadimplência geral, que inclui as operações com pessoas físicas e empresas no período, caiu de 4,7% para 4,6% em dezembro, o menor patamar desde dezembro de 2008.
No resultado total, a queda atingiu 0,9 ponto. Segundo informou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, para as empresas, a taxa estabilizou-se em 3,6%. O nível de atrasos, considerando também empréstimos com subsídio, como os do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ficou em 3,2%, o menor da série histórica.
Para o futuro, no entanto, os dados indicam que o consumidor deve ter cautela. Segundo o BC, os juros para o consumidor atingiram o maior índice desde maio de 2010, chegando a 40,6%. Nesse cenário, houve queda de 1,6% nas concessões totais de novos empréstimos e de 14,4% na média diária em relação a novembro. A queda se deu em todas as linhas pesquisas pelo BC.
Crédito cresceu 20,5% em 2010 e atingiu recorde
O volume total de crédito no Brasil cresceu 20,5% em 2010, em comparação com 2009, encerrando o ano em nível recorde, equivalente a 46,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira pelo BC.
Segundo o BC, os bancos públicos foram responsáveis por 41,9% do crédito concedido no ano passado, seguidos pelos privados nacionais (40,7%) e pelos estrangeiros (17,4%).
Em dezembro de 2009 o volume de crédito no Brasil equivalia a 44,4% do PIB e no final de 2008 a 40,5%. O valor dos empréstimos concedidos a consumidores e empresas somava R$ 1,703 trilhão em dezembro passado, um valor igualmente histórico, segundo os dados divulgados pelo BC.
Segundo Altamir Lopes, o crédito cresceu no ano passado especialmente pela "forte demanda das famílias, principalmente para a aquisição de veículos, imóveis e para as despesas pessoais", No entanto, ele prevê para este ano uma desaceleração no ritmo de crescimento do crédito no Brasil para 15%, o que não impedirá que o País termine 2011 com um volume de crédito recorde equivalente a 50% do PIB.
Em 2010, apenas o BNDES emprestou ao setor produtivo nacional R$ 168,4 bilhões em 2010, ou seja, 24% mais do que em 2009. Mesmo descontada a capitalização da Petrobras, na qual o banco investiu R$ 24,7 bilhões, o aumento atinge a taxa expressiva de 5%, distribuído em todos os ramos de atividade: agropecuária, indústria, infraestrutura e comércio e serviços.
O crescimento reflete , entre outras iniciativas, os investimentos feitos pelo governo no Programa de Sustentação do Investimento (PSI), lançado em julho de 2009 para combater os efeitos da crise financeira internacional. O programa tem vigência prevista até 31 de março próximo. O PSI garantiu a retomada do investimento no País, elevou e diversificou a demanda por bens de capital.
Fonte:
Portal Brasil
Agência Brasil
24/02/2011 19:36
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