INCENTIVOS E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NA MIRA DA SUDAM



O superintendente da SUDAM, Maurício Vasconcelos, defendeu a manutenção da política de incentivos fiscais para a Amazônia até que a região alcance o estágio de desenvolvimento auto-sustentado, durante entrevista concedida à TV Senado, que vai ao ar neste final de semana e aborda também as possibilidades de conciliar exploração econômica e conservação do ambiente.Segundo Vasconcelos, o tratamento fiscal diferenciado é a única maneira de promover o desenvolvimento da Amazônia e das outras regiões do país que apresentam indicadores econômicos e sociais abaixo das médias nacionais. O mecanismo, na sua opinião, já tem eficência comprovada: os estados amazônicos, que em 1983 totalizavam 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB), chegaram aos atuais 7% graças aos incentivos.O superintendente da SUDAM destacou que a entidade vem trabalhando estritamente de acordo com as diretrizes colocadas pelo ministro da Integração Regional, Fernando Bezerra, em especial quanto à necessidade de saneamento do sistema e eliminação das distorções identificadas no passado, como concessão de comissões para captação de recursos de incentivos.Vasconcelos ressaltou a importância da conclusão do Zoneamento Econômico e Ecológico da Amazônia Legal para orientar a aplicação de recursos em sintonia com as necessidades da preservação ambiental, e também na identificação de potenciais ainda inexplorados.Ao lado da utilização do zoneamento, outra diretriz fundamental para a Amazônia, na visão de Vasconcelos, é a ênfase na educação, ciência e tecnologia, não só por meio do aumento das dotações orçamentárias, mas também de mecanismos que estimulem o empresariado a investir nestes setores.- A atividade científica e tecnológica deveria merecer tratamento melhor no Orçamento da União. A SUDAM, mesmo modestamente, vem tentando ajudar com o pouco que tem de recursos próprios - assinalou.Dentro desta linha, a SUDAM está participando de trabalho conjunto com outros órgãos, visando incorporar a dimensão regional aos projetos de desenvolvimento. Um encontro com a participação do ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, está previsto para março, em Belém.Na área de pesquisa, Maurício Vasconcelos ressaltou o trabalho realizado pela Embrapa no estudo da biodiversidade, que poderá dinamizar o futuro econômico da Amazônia. Citou como exemplos a experimentação com planta que substitui a insulina no tratamento de diabetes, e a nova tecnologia de secagem acelerada de madeira, capaz de reduzir o tempo de 18 meses a 15 dias.O programa vai ao ar em três horários no sábado e no domingo: às 11, 17 e 23 horas. vas

17/02/2000

Agência Senado


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