Índice de expectativas cai, mas famílias brasileiras continuam otimistas, diz Ipea



O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgou nesta quinta-feira (10) os números de fevereiro do Índice de Expectativas das Famílias (IEF).  O indicador reflete a avaliação dos brasileiros em relação à situação socioeconômica do País. Em uma escala de 0 a 100, o índice fechou o mês com 65,3 pontos, pouco abaixo do dado de janeiro (67,2) considerado o mais alto da série, iniciada em agosto de 2010.

De acordo com o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, a taxa de fevereiro é a terceira mais alta verificada na pesquisa."Apesar da desaceleração, o brasileiro continua otimista", afirmou.

O Sul registrou a maior queda do IEF entre as regiões do País, passando de 70,1 em janeiro para 65,9 em fevereiro. A menor queda foi registrada na região Norte, que passou de 64,8 para 63,8.

A região Centro-Oeste é a mais otimista do País, se considerada a situação financeira melhor do que a do mesmo período do ano passado. Em fevereiro, a nota foi de 73,6 pontos. Em janeiro, a pontuação tinha sido de 76,6 pontos.


Futuro da economia preocupa

De acordo com Márcio Pochmann, o anúncio do corte dos gastos públicos e o aumento da taxa básica de juros (Selic) podem ter sido responsáveis pela queda do IEF de fevereiro.

Segundo a pesquisa, o brasileiro ainda está otimista, mas demonstra preocupação com as medidas de austeridade fiscal anunciadas por governos estaduais e pelo governo federal. Entre essas medidas estão o corte de despesas e a suspensão de concursos públicos e contratação de funcionários.

"Isso impõe para aqueles que tomam crédito um custo adicional não previsto originalmente", destacou o presidente do Ipea. "São medidas que apontam para maior desaceleração da economia, com consequências no mercado de trabalho e na decisão de gastos das famílias".

Os reflexos das decisões governamentais aparecem na queda do percentual de brasileiros que esperam "melhores momentos nos próximos meses", que caiu 2,2 pontos percentuais na passagem de janeiro para fevereiro (61,8 pontos).

A percepção sobre a capacidade de endividamento também está mudando. Em janeiro, 32% dos entrevistados disseram que não tinham condições de pagar as dívidas contraídas até o período. Em fevereiro, o percentual aumentou para 37,7%. O percentual de pessoas com condições de pagar caiu de 19,2% para 15,4%.

A queda da avaliação dos entrevistados em relação à segurança do emprego também pode ter influenciado o IEF. De janeiro para fevereiro, o índice caiu de 79,6% para 77,8%, ou seja, mais pessoas declararam medo de perder o posto de trabalho.

O índice de expectativa do Ipea é calculado com base em cinco indicadores, como condições de endividamento e expectativa sobre o mercado de trabalho. Desde agosto passado, todos os meses são visitados 3,8 mil domicílios em 214 municípios de todos os estados.


Fonte:
Agência Brasil



10/03/2011 17:26


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