Indústria defende registro de agrotóxicos para frear uso de produtos irregulares
Representantes da indústria produtora de agrotóxicos de uso agrícola pediram ao governo, nesta terça-feira (24), maior estímulo para o registro de produtos usados no combate de pragas e doenças que atacam lavouras e criações. A medida, dizem, poderá garantir maior qualidade dos alimentos ao reduzir o uso de produtos não autorizados. O pedido foi feito em audiência pública promovida por três comissões do Senado, destinada a discutir o controle de resíduos e contaminantes em produtos de origem vegetal e o emprego de agrotóxicos na agricultura brasileira.
O diretor da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), José Otávio Machado Menten, afirmou que 80% dos problemas verificados na utilização de agroquímicos no Brasil decorrem do uso de produtos irregulares. Outro tipo de inconformidade apontada é quanto à aplicação inadequada do produto, em geral acima do máximo permitido. Segundo ele, os dois problemas podem ser resolvidos com a união da iniciativa privada e do governo na implantação de programas de rastreabilidade e de treinamento de agricultores.
- Se tivermos produtos registrados de boa qualidade e uma legislação que estimule o registro de novos produtos, resolvemos 80% do problema. O restante é uma questão de cultura, que resolveremos treinando os agricultores para que utilizem corretamente os produtos - explicou o representante da Andef.
A mesma opinião tem o diretor do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), José Roberto da Ros. Segundo explicou, por causa do alto custo do processo de registro de agrotóxicos, principalmente para as pequenas agriculturas, as empresas não se sentem estimuladas a legalizar seus produtos.
- Se o governo não fizer nada a respeito, fica difícil para as empresas registrarem seus produtos, principalmente os voltados para a pequena agricultura - garantiu José Roberto.
O debate foi promovido pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).
24/11/2009
Agência Senado
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