Integração latina e caribenha é projeto estratégico, afirma Dilma



A presidenta Dilma Rousseff discursou, nesta terça-feira (28), na II Cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), em Havana, Cuba.

A presidenta afirmou que a integração latina e caribenha é um “projeto estratégico, tanto do ponto de vista do mercado, como do ponto de vista do resgate da população, por meio do combate à pobreza e a elevação das nossas nações à condição de povos desenvolvidos”.

“Sem dúvida esse porto é exemplo concreto das possibilidades da cooperação e integração latino-americana. Com ele, fica claro que não só a cooperação é possível, mas necessária uma política de convergência que reduza as assimetrias entre nossos países. (…) Estamos unidos em muitas coisas, no combate à pobreza, no desenvolvimento econômico, na criação e geração de empregos, na luta pela paz, contra a discriminação e sobretudo, incluídos na busca da prosperidade para nossos países e região”, completou Dilma.

Ainda durante seu discurso a presidenta convidou todos os participantes do evento a visitarem o Brasil durante a Copa do Mundo.  A presidenta exaltou os fatores que unem todos os países que compõem a Celac e ressaltou a necessidade de combater a pobreza e incentivar a melhoria de vida das populações.

Dilma afirmou que a Celac é um forte instrumento para o diálogo da região com o resto do mundo e entre seus integrantes. "Fica claro que não só a cooperação é possível, mas necessária uma política de convergência que reduza as assimetrias entre nossos países", disse.

Integração

Para o subsecretário-geral da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, Antonio José Ferreira Simões, o encontro representa a celebração de um novo momento, de integração, em que se cria uma agenda comum entre os países participantes do grupo.

“A CELAC em Cuba tem grande significado porque, rompendo com o passado de isolamento, Cuba não só está inserida dentro dela, como é presidente. E todos os chefes de Estado e de governos vão a Cuba nessa celebração de um novo momento da América Latina e do Caribe, e de um novo momento da integração. Outro ponto extremamente importante que tem a Celac é que ela cria uma agenda comum. Antes da Cúpula haviam agendas separadas, que não se comunicavam. Hoje, todos os países do Sul, na América Latina e no Caribe, têm uma agenda política e de cooperação em conjunto”, afirmou.

Em conversa com o Blog do Planalto, Antonio Simões explicou que, no encontro, será aprovado um plano de ação com pontos importantes para o Brasil, e cerca de 30 comunicados especiais.

“Nesse plano de ação, nós vamos delimitar quais as áreas importantes para tratarmos no ano que vem; e várias dessas áreas são muito significativas para o Brasil. Lá está, por exemplo, a questão da agricultura familiar, a questão de ciência e tecnologia. Por sinal, esse ano, o Brasil sediou duas reuniões: uma de agricultura familiar, em Brasília, e outra de ciência e tecnologia no polo tecnológico de Itaipu. A ideia é construir em conjunto, nessas áreas muito concretas, a cooperação entre todos os países da América do Sul e Caribe”, finalizou o subsecretário-geral.

Segundo o embaixador do Brasil em Cuba, Cesário Melantonio Neto, há espaços na Celac para a pluralidade de pontos de vista de mais de três dezenas de países.

“As expectativas do Brasil para a Celac são muito positivas, porque, sendo já a segunda cúpula, o grande interesse do Brasil é a maior institucionalização da Celac. O evento já se fortaleceu com a sua criação e a primeira cúpula, mas uma das prioridades seria aumentar o relacionamento da Cúpula com terceiros países, do ponto de vista do Brasil, como o Ibas, o BRICS e outros agrupamentos regionais”, explicou o embaixador.

A Celac

A Cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac) teve sua criação iniciada durante a Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe, realizada na Riviera Maya (México), em fevereiro de 2010, e o processo de constituição finalizado durante a Cúpula de Caracas, em dezembro de 2011, realizada na Venezuela. Ela agrupa os 33 países da região, assumindo o patrimônio histórico da Cúpula da América Latina e o Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC) e da Cúpula de Mecanismo Permanente de Consulta e Concertação Política da América Latina e do Caribedo (Grupo do Rio).

A Celac busca aprofundar a integração política, econômica, social e cultural da América Latina e Caribe, tendo como base o pleno respeito pela democracia e pelos direitos humanos. A 1ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos foi realizada, em janeiro de 2013, em Santiago (Chile). Esta II Cúpula marca uma etapa de consolidação do mecanismo regional. Ao longo de 2013, fortaleceu-se a articulação latino-americana e caribenha nas Nações Unidas; avançou-se no diálogo com grandes países emergentes, como Rússia e China; e deu-se prosseguimento à cooperação sobre políticas públicas e projetos de cooperação internacional.

A II Cúpula tem como tema “Luta contra a fome, a pobreza e as desigualdades na América Latina e Caribe”. O momento é bastante propício para o reconhecimento dos expressivos avanços regionais logrados nessa matéria nos últimos dez anos. Desde 2002, as taxas de pobreza e de extrema pobreza foram reduzidas substancialmente na América Latina e no Caribe (respectivamente, de 42 para 27% e de 19 para 11%, de acordo com dados da Cepal).

Confira a relação de países que compõem a CELAC

  1. Antígua e Barbuda
  2. Argentina
  3. Bahamas
  4. Barbados
  5. Belize
  6. Bolívia
  7. Brasil
  8. Chile
  9. Colômbia
  10. Costa Rica
  11. Cuba
  12. Dominica
  13. El Salvador
  14. Equador
  15. Granada
  16. Guatemala
  17. Guiana
  18. Haiti
  19. Honduras
  20. Jamaica
  21. México
  22. Nicarágua
  23. Panamá
  24. Paraguai
  25. Peru
  26. República Dominicana
  27. Santa Lúcia
  28. São Cristóvão e Nevis
  29. São Vicente e Granadinas
  30. Suriname
  31. Trinidad e Tobago
  32. Uruguai
  33. Venezuela

Programa

A II Cúpula da Celac será realizada nos dias 28 e 29 de janeiro, em Havana, no Centro de Convenções Pabexpo. Após a cerimônia de abertura, na manhã do dia 28, haverá retiro dos chefes de Estado e de governo. Na tarde do 28 e manhã do dia 29, haverá duas sessões de trabalho, com previsão de discursos dos chefes de Estado e/ou governo.

Fonte:
Blog do Planalto



28/01/2014 22:34


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