Integração sul-americana e plano de estímulo à indústria são discutidos em audiência pública sobre defesa do emprego




A integração da América do Sul é importante para incrementar a economia dos países do continente e, assim, preservar empregos e renda. O tema foi ressaltado na manhã desta terça-feira (2) em audiência na Subcomissão Permanente em Defesa do Emprego e da Previdência Social, que tratou da "Defesa do emprego no contexto da crise mundial". O plano de estímulo à indústria - denominado "Brasil Maior" -, lançado nesta terça-feira (2) pela presidente Dilma Rousseff, também foi debatido.

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O Brasil Maior recebeu objeções do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Em sua avaliação, a política de juros, de câmbio flutuante e de superávit primário adotada vai sobrecarregar os empregadores e trabalhadores brasileiros.

- A política macroeconômica contenta apenas aos banqueiros e não à população - destacou Inácio Arruda.

Para evitar a "desindustrialização"- fenômeno pelo qual os países do hemisfério sul passam apenas à condição de exportadores de commodities, Ubiraci Dantas de Oliveira, que representou a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), afirmou que Dilma deveria ter adotado, desde janeiro, plano similar ao lançado por Luiz Inácio Lula da Silva. Ele lembrou que, para enfrentar a crise financeira mundial em 2008, o então presidente Lula aumentou o salário mínimo e incentivou o consumo para preservar o Brasil, o emprego e o desenvolvimento nacional.

A integração entre os países sul-americanos, ressaltou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pode contribuir para manter os parques industriais diante da crise que atinge os Estados Unidos e a Europa. Para ele, por meio da organização dos trabalhadores, poderá ser construída uma "democracia popular" no continente.

Também João Batista da Rocha Lemos, representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e vice-presidente da Federação Sindical Mundial, defendeu a integração continental. Ele afirmou que o Plano Brasil Maior não vai beneficiar o Brasil se "as regras do jogo" não forem mudadas. Em sua avaliação, a retomada do desenvolvimento industrial depende de reforma tributária sem retirada dos direitos dos trabalhadores.

O secretário de Organização e Política Sindical da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Rio Grande do Sul, Claudir Antônio Nespolo, defendeu uma agenda centrada na busca do trabalho decente e digno.

- O centro da nossa política em nível do Mercosul, da CUT, e tenho certeza das outras centrais, é disputar o tema do trabalho decente, o trabalho digno, o trabalho com direitos, com carteira assinada, com direito à aposentadoria, à previdência, à saúde - disse o secretário, ao afirmar ainda que, assim, o Brasil e os países sul-americanos serão fortalecidos.

A audiência foi presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Subcomissão, que funciona no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Ele também é o autor do requerimento para a realização da audiência, que integra um ciclo de debates sobre a integração da América do Sul.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



02/08/2011

Agência Senado


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