INVENTOR PEDE APOIO AO GOVERNO NO PROGRAMA "ENTREVISTA ESPECIAL"
Nélio José Nicolai, o inventor do bina, aparelho que identifica as chamadas telefônicas, pediu apoio ao presidente Fernando Henrique Cardoso e ao Congresso em sua luta pelo reconhecimento da propriedade intelectual da invenção. Em Entrevista, ao jornalista Fernando César Mesquita, que vai ao ar neste fim de semana pela TV Senado, Nicolai afirma que poderia estar bilionário com sua invenção, utilizada atualmente no mundo inteiro, e revela o desejo de ver seu invento gerando empregos no Brasil. - Há 65 milhões de binas só nos Estados Unidos. Haverá mais 40 milhões até o fim do ano. Empresas americanas, européias, canadenses e asiáticas fabricam o aparelho. Há meio bilhão de telefones celulares no mundo, cada um deles podendo utilizar o bina. Em breve este número vai dobrar. Só com o uso do bina em celulares eu poderia estar recebendo um bilhão de dólares por ano. Mas o governo acha que é problema meu, esquecendo que a invenção poderia estar criando empregos no país - lamenta.O ex-operário padrão da Telebrasília e da Telebrás, que recebeu vários prêmios internacionais por sua invenção, acabou sendo demitido por sua insistência no desenvolvimento e na fabricação do bina, considerado na ocasião "sem interesse comercial". Seu invento, largamente difundido, até hoje não lhe trouxe vantagens: Nicolai depende ainda do desfecho da luta que trava na justiça. Sua briga agora é com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que não reconhece a patente. Isto impede que o brasileiro cobre por seus direitos no exterior.- Não estou lutando contra empresas estrangeiras, e sim contra as brasileiras. O país não tem uma cultura de propriedade industrial, de invenção. Tudo aqui é encarado como "jeitinho brasileiro", "quebra-galho"- afirmou o técnico em telecomunicações, que registrou a tempo a patente do bina no Brasil e no exterior. Mas Nicolai também promete novidades: já desenvolveu tecnologia para rastrear e impedir a ação dos hackers, que espalham "vírus" na rede mundial de computadores.
23/06/2000
Agência Senado
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