Invertebrados do solo são bioindicadores de recuperação em áreas degradadas



Desenvolver um trabalho de monitoramento da fauna, a fim de detectar invertebrados do solo que sirvam de indicadores de impacto e/ou regeneração em áreas utilizadas na exploração de petróleo e gás natural na Base de Operações Geólogo Pedro de Moura (BOGPM), em Urucu (AM). Este é o objetivo do Grupo de Ecologia de Invertebrados do Solo e Vegetação, coordenado pela pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Lucille Marilyn. 


Com os estudos, verificou-se que a partir de análises feitas em amostragens do solo de diversas áreas (clareiras/jazidas) antes do início de operações de reflorestamento, “os invertebrados do solo eram os principais organismos afetados pelas frágeis condições edáficas (do solo), exibindo baixa diversidade e queda na densidade populacional de seus grupos em geral, quando comparados aos sistemas naturais”. 


Desde então, vários plantios vêm sendo monitorados em diferentes idades de crescimento – alguns destes desde o ano zero (fase pré-plantio) até o presente, perfazendo sete anos ininterruptos de observações. Ao longo destes anos, há dados sobre plantios com três, cinco, sete, nove, 12, 14 e 16 anos de idade – incluindo as áreas mais antigas reflorestadas pela Petrobras. 


“Quando o sítio que está em processo de reflorestamento começa a mostrar sinais de melhora, visível não só a olho nu em relação à vegetação, mas com solo mais rico em acúmulo de serrapilheira (líter), matéria orgânica, nutrientes etc., os invertebrados também apresentam comunidades mais ricas e populosas. 


Se esta melhora for apenas aparente ou sazonal, a resposta dos invertebrados é imediata e refletida em suas populações que também oscilam, mostrando pouca estabilidade. “Portanto, invertebrados do solo, particularmente certos grupos faunísticos, podem servir como organismos de monitoramento, como ferramentas práticas de diagnóstico de baixo custo”, afirma a pesquisadora. 


Desta maneira, estes estudos podem beneficiar tanto os pesquisadores envolvidos em trabalhos de regeneração de áreas degradadas pela ação do homem, quanto agricultores envolvidos nas várias modalidades de sistemas de cultivo agrícola.

Os invertebrados mais comuns são formigas, besouros, aranhas, grilos e baratas. Entretanto, dependendo do estádio em que se encontra o plantio, pode ocorrer proliferação de determinado grupo faunístico. “Por exemplo, na jazida 23 predominaram as aranhas nos estágios iniciais de crescimento do plantio. Nos primeiros 2 e 3 anos era impressionante a quantidade destes animais que caíam nas armadilhas; esta abundância decresceu com a idade e desenvolvimento do plantio. E é por meio de monitoramentos de médio e longo prazos que se pode detectar estas ocorrências”, diz a pesquisadora. 

 

Fonte:
Ministério da Ciência e Tecnologia

 



15/03/2010 21:59


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