Investimento externo quadruplica em 5 anos



Os investimentos estrangeiros diretos no Brasil quadruplicaram nos últimos cinco anos, segundo resultados preliminares do Censo de Capitais Estrangeiros no País, realizada a cada cinco anos pelo Banco Central e divulgados nesta quinta-feira (15).

O valor atingiu US$ 660,5 bilhões em 2010 e deve chegar a US$ 60 milhões. A soma de US$ 660,5 bilhões equivale a 30,8% do Produto Interno Bruto (PIB).

Pelo critério do investidor imediato, os Países Baixos (Holanda) forem os maiores investidores diretos no País, com US$ 162,7 bilhões, equivalentes a 28,1% do estoque. Na sequência, estão os Estados Unidos (US$ 110,4 bilhões ou 19%) e a Espanha (US$70,6 bilhões, respondendo por 12,2%).

O valor é US$ 188 bilhões superior ao estimado anteriormente – US$ 472,6 bilhões, 22% do PIB. Segundo o Banco Central, “essa diferença deveu-se, fundamentalmente, à mudança no critério de valoração dos investimentos”. Anteriormente, era considerado o saldo apurado no último censo acrescido dos fluxos mensais líquidos de IED em valores nominais. Assim, não eram consideradas eventuais variações nos valores desses ativos após o ingresso no País. Nesse relatório, o BC passou a considerar o valor de mercado, “em conformidade com o padrão estatístico internacional”.

Esse estoque de investimentos é dividido em duas partes – participação no capital da empresa e empréstimos intercompanhia. No caso da participação de capital, o estoque atingiu US$ 579,6 bilhões, equivalentes a 27% do PIB. O estoque de IED-empréstimos intercompanhia, estatística divulgada pela primeira vez no censo, atingiu US$ 80,9 bilhões.

O relatório também traz a distribuição do estoque de IED-participação no capital por países, por meio de dois critérios - investidor imediato e investidor final. Pelo critério do investidor imediato, os Países Baixos (Holanda) forem os maiores investidores diretos no país, com US$ 162,7 bilhões, equivalentes a 28,1% do estoque. Na sequência, estão os Estados Unidos (US$ 110,4 bilhões ou 19%) e a Espanha (US$70,6 bilhões, respondendo por 12,2%).

De acordo com o BC, “o critério de investidor final reclassifica o país de origem do investimento levando em consideração a cadeia de controle da empresa. Essa informação permite conhecer a origem primária dos recursos investidos, minimizando a distorção que a canalização de investimentos por paraísos fiscais e centros financeiros internacionais gera nas estatísticas bilaterais”.

Por critério do investidor final, a Holanda passa da primeira para a 11ª posição, enquanto os Estados Unidos e a Espanha assumem a primeira e a segunda, com estoques de US$ 104,7 bilhões e US$ 85,3 bilhões, respectivamente. A Bélgica, que como investidora imediata fica em 13º lugar, é o terceiro país de origem no critério de investidor final, com estoque de US$ 50,4 bilhões. Ainda de acordo com o relatório, o Brasil é o quarto País por critério de investidor final, com estoque de US$ 47,8 bilhões. Isso aconteceu porque existem empresas estrangeiras investidoras no País que têm, em seu capital, participação de companhias brasileiras.

Em relação aos setores de atividade econômica, o maior estoque ficou com o de serviços financeiros e atividades auxiliares, US$ 98,1 bilhões, equivalentes a 16,9% do total. Da segunda posição em diante, os setores, individualmente, representam menos de 10% do estoque total, com destaque para empresas produtoras de bebidas (US$ 52,2 bilhões ou 9%), de extração de petróleo e gás natural (US$49,4 bilhões, equivalentes a 8,5%) e prestadoras de serviços de telecomunicações (US$ 40,6 bilhões ou 7%).

O número de empresas receptoras de IED declarantes ao censo de 2011 atingiu 13,7 mil, 22,4% inferior ao total do de 2006. Segundo o relatório, a queda decorre da “racionalização da metodologia do censo de 2011, que passou a exigir declaração apenas da empresa que detenha participação direta de não residente em seu capital social”.


Fonte:
Agência Brasil



15/12/2011 21:29


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