Investimentos em infraestrutura crescerão 54% até 2014, prevê BNDES



A nova edição do boletim “Economia Brasileira em Perspectiva”, divulgada nesta sexta-feira (9) pelo Ministério da Fazenda, estima que a demanda doméstica continuará a ser o principal fator de crescimento econômico brasileiro em 2012, situando-se no patamar de 5,6% do PIB, ante 4,7% previsto para esse ano.

A expansão da economia no próximo ano será capitaneada pelo investimento, que, na avaliação da Secretaria de Política Econômica (SPE), que edita o caderno, crescerá mais do que o consumo das famílias no próximo ano. Esse quadro contribuirá para o aumento sustentado da capacidade produtiva do País.

A solidez da economia brasileira em contraste com a atual volatilidade da economia dos países desenvolvidos são destacadas pela publicação.

Segundo a SPE, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking entre as economias mais citadas como destinos atrativos de investimento estrangeiro direito (IED) no atrás apenas da China e da Índia. A pesquisa é da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).

“O agravamento da crise financeira na Europa amplia a aversão ao risco e induz os investidores a assumirem posturas mais conservadoras. Entretanto, os ingressos de recursos de longo prazo no Brasil, como IED continuam vigorosos”, diz a publicação.

No terceiro trimestre desse ano, o ingresso desses investimentos alcançou US$ 17,9 bilhões, mais do que suficiente para financiar o deficit de US$ 10,6 bilhões na conta de transações correntes. No ano, o fluxo de IED deve chegar a US$ 60 bilhões, de acordo com o Relatório Focus de Mercado do Banco Central (novembro).

Apesar da crise mundial, diz a SPE, os investimentos estrangeiros devem continuar fortes em 2012. Contribuem para essa atratividade, as expectativas favoráveis de crescimento da economia brasileira para os próximos anos e a melhora contínua no horizonte de planejamento.

A SPE cita a elevação da posição do País junto às agências de classificação de risco. Esse ano, em plena crise, a Fitch, a Moody´s e a Standars & Poors reclassificaram para cima a nota do Brasil.


Investimentos em infraestrutura

Segundo o caderno, entre 2011 e 2014 será substancial o crescimento dos investimentos em setores essenciais de infraestrutura no Brasil, como energia elétrica, telecomunicações, saneamento, ferrovias e portos. A estimativa do BNDES é que esses segmentos cresçam 54% no período.

Também deverão crescer de forma considerável os investimentos da indústria nos próximos anos (60%), com destaque para os setores de Petróleo & Gás e Químico.

Por outro lado, o boletim confirma o arrefecimento da produção industrial, que apresentou queda de 2% em setembro, na comparação com agosto, considerando-se o ajude sazonal, e queda de 1,6% em relação a setembro de 2010. No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, a produção industrial registra expansão de 1,6%.

A atividade econômica brasileira apresentou retração. Segundo o Indicador de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), a atividade econômica cresceu apenas 0,2% em setembro de 2011 na comparação com agosto. No terceiro trimestre de 2011, o IBC-R aponta retração de 0,3% em relação do trimestre anterior.


Emprego

Apesar da retração da atividade, a SPE avalia que a taxa de formalização de empregos formais continua a crescer e atingiu valores históricos em 2011 (53,5% em outubro).

Entre os fatores que contribuíram para esse desempenho estão o aumento da produtividade, melhores níveis de educação formal, e simplificação da estrutura tributária; e fiscalização por parte dos órgãos do governo.

Por outro lado, a taxa de desemprego voltou a atingir um dígito desde 2007. Desde o início de 2011, a taxa permanece em torno de 6%. Em outubro, a taxa de desemprego registrou 5,8%, menor percentual para o mês desde a reformulação da pesquisa de emprego em 2002.

Na avaliação da SPE, a inflação no Brasil começa a cair. No acumulado em 12 meses, a inflação atingiu 6,64% até novembro, ante 6,97% até outubro, conforme relatório do IBGE. O recuo dos preços deve perdurar nos próximos meses, colocando a inflação em direção ao centro da meta em 2012 (4,5%), estima a secretaria. Leia mais sobre o resultado do boletim na página do Ministério da Fazenda.


Fonte:
Ministério da Fazenda



09/12/2011 18:48


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