Ipea: País pode acabar com a pobreza em 20 anos



O Brasil poderá eliminar a pobreza em 20 anos, indicam os dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (Pnad), analisados pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e divulgado nesta terça-feira (5). O levantamento avaliou a distribuição de renda no Brasil entre 1995 e 2009. 

Segundo o Ipea, a proporção da população brasileira vivendo abaixo da linha de pobreza está em forte queda. Usando a linha de meio salário mínimo de 2009, a pobreza caiu a 64% do seu valor de 1995; já usando a linha de R$ 50 de 2004, a pobreza caiu a 44% do valor de 1995. 

O estudo dá continuidade à série de análises do Ipea sobre a Pnad 2009, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), que vem avaliando a distribuição de renda no Brasil entre 1995 e 2009. 

O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Sergei Soares, detalha como o Brasil vem reduzindo a desigualdade de renda desde 2001 e também o número de pessoas na linha de pobreza. “Matematicamente falta pouco, mas isso não quer dizer que uma política pública para a eliminação da pobreza seja tão fácil assim. Temos muito espaço para melhorar, mas desigualdade zero é algo utópico”, afirmou. 

Segundo a análise feita pelo Ipea, desde 2003, a população abaixo da linha de pobreza está em forte queda. Tendo como base as pessoas que ganham meio salário mínimo (o equivalente a R$ 232, em 2009), a pobreza caiu 64%, quando comparada a de 1995. 

Índice de Gini 

A pesquisa mostra ainda que a desigualdade de renda caiu, entre 2001 e 2008, em média 0,7 ponto de Gini (medida que varia de zero a um usada como referência para medir desigualdade de renda). Entre 2008 e 2009 houve uma desaceleração nessa queda, que foi de 0,54 ponto de Gini, causada pela crise financeira mundial. 

“Não foram grandes os efeitos da crise. Ela não chegou a aumentar a desigualdade de renda, o ritmo de queda foi que caiu um pouco. Ela caiu menos do que estava caindo. Os efeitos foram pequenos e temporários. Acredito que esses efeitos já devem ter passado no mercado de trabalho agora”, disse Soares. 

O estudo também mostra que os 5% mais ricos da população brasileira tiveram uma queda na renda, entre 2001 e 2005, de 1%. Já a parcela da população que representa os 5% mais pobres teve um crescimento de 64% na renda. No período que vai de 2005 a 2009, os 5% mais ricos tiveram queda de 2% na renda e a parte da população que representa os 5% mais pobres teve um crescimento da renda de 20%.

A pesquisa ainda revela que a metade mais rica teve um crescimento da renda entre 2005 e 2009 entre 13% e 30%, mas foi menor do que o crescimento registrado na metade mais pobre, cuja renda sofreu um incremento entre 31% e 35%. De acordo com o estudo, os dados caracterizam redistribuição de renda.

 

Fonte:
Agência Brasil

 



05/10/2010 19:46


Artigos Relacionados


País pode acabar com a miséria em 2016, diz Ipea

Ibase completa 30 anos com desafio de ajudar a acabar com pobreza extrema

Economia atual ajuda a reduzir pobreza e desigualdade no País, diz presidente do Ipea

Ipea apresenta estudo sobre pobreza e miséria no País nesta terça

Maioria dos brasileiros descarta hipótese de guerra no País nos próximos 20 anos, diz Ipea

Publicação do Ipea analisa evolução da política social no País em dois anos