Ipea revela que 3,5 milhões saíram da pobreza em 2012



O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentou nesta terça-feira (1º) a primeira análise social da nova Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2012, divulgada na última sexta-feira (27/9). Segundo o Ipea, diminuiu o número de pessoas na linha ou abaixo da linha de pobreza entre as pesquisas de 2011 e do ano passado, ao mesmo tempo em que a desigualdade social permaneceu estável, porém, com uma renda média superior em todas as camadas.

Além disso, o Brasil já superou, em 12 anos, as metas estabelecidas para reduzir a pobreza pela metade até 2025.

De acordo com o estudo, cerca de 3,5 milhões de brasileiros saíram da pobreza no ano passado. Hoje, são cerca de 15,7 milhões de pessoas vivendo na pobreza no Brasil, dos quais 6,53 milhões continuam abaixo da linha de pobreza. Em 2011, esses números eram de 7,6 milhões de pobres e em torno de 19,2 milhões de pessoas na extrema pobreza.

O ministro-chefe interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE-PR) e presidente do Ipea, Marcelo Neri, afirmou que essa é a maior diferença que ele já viu entre os resultados macroeconômicos e a pesquisa PNAD, mas ressaltou que os dados estão alinhados com o que vem sendo observado nos últimos 10 anos. Para efeito de comparação, em 2002 o PNAD revelou que havia 41 milhões de pobres no País, com cerca de 15 milhões vivendo na extrema pobreza.

A pesquisa revela ainda que a renda real média dos brasileiros cresceu 8% acima da inflação no ano passado, contra 0,9% de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2012. Segundo o Ipea, o PNAD de 2012 revela o impacto das políticas econômicas e de transferência de renda do governo sobre a população mais pobre e a mais rica.

Confira aqui o estudo completo

“Os dois extremos da distribuição de renda tiveram crescimento excepcional, mas os 25% mais pobres tiveram um crescimento maior que os 5% mais ricos”, afirmou. Entre 2011 e 2012, os 10% mais pobres da população tiveram um crescimento de 14% na renda real, ou seja, descontando a inflação e o crescimento populacional. Ao mesmo tempo, os 20% mais ricos também acumularam um aumento de renda de 9,4%.  

Segundo Neri, a principal razão para a diminuição da pobreza no Brasil vem das políticas econômicas e dos programas de transferência de renda tocados pelo governo federal. 

Para o ministro, tais resultados mostram que a estratégia adotada pelo governo federal é consistente com o combate à pobreza por meio de programas como o Brasil Sem Miséria e o Bolsa Família. “Teve uma redução de pobreza duas vezes mais forte do que se o bolo crescesse igual para todos. O bolo cresceu com mais fermento para os mais pobres”, disse. “O Brasil é um país que cresce e reduz a desigualdade.”

Meta do milênio já foi superada

O Brasil já superou a meta estabelecida para 2025 no combate à pobreza, revelam os dados do Ipea com base na PNAD. Estabelecido em 2001, o objetivo era diminuir pela metade o número de pobres no País até 2020, mas em 2012 o País já havia reduzido em 83% o número de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia, tendo alcançado a meta inicial em apenas seis anos. Segundo o Ipea, o índice de extrema pobreza caiu 57% entre 2002 e 2008, e mais 15,9% somente entre 2011 e 2012.

“O Brasil está fazendo 25 anos em menos de cinco. Seguindo o ritmo de queda necessário para a meta do milênio, esse índice tinha que cair 5% ao ano, mas caiu quase 20%”, comemorou Neri. Entre 2011 e 2012, o número de brasileiros vivendo na linha de pobreza caiu de cerca 19 milhões para 15,7 milhões, uma queda de 19,8% em apenas um ano. Destes, mais de 1 milhão de brasileiros saíram da extrema pobreza nesse mesmo período. Para efeito de comparação, eram 43 milhões de pobres em 1992, e 41 milhões em 2002.

Desigualdade

Segundo Neri, não se pode dizer que a desigualdade social e de renda caiu no Brasil, mas sim que o nível de pobreza diminuiu muito.

“Esse é o menor índice de desigualdade da série histórica, mas só um pouco mais baixo apenas que nos anos 1960. Fizemos uma revolução de 360º”, lembrou ao comparar a progressão histórica do índice, que atingiu, em 2012, níveis mais próximos aos de mais de 50 anos atrás, antes da acentuação da disparidade de renda e pobreza medidos pelo Ipea nas últimas décadas. “Boa parte da queda da desigualdade se deu a partir de 2001”, afirmou.

De acordo com os dados do Ipea, os 5% dos brasileiros mais ricos também registraram um forte aumento de renda real entre 2011 e 2012, mas 5% menor que a melhora nas contas dos 10% mais pobres da população. Além disso, as projeções do instituto mostram que, a partir de fevereiro de 2013, já se acentuou a queda na desigualdade de renda no País.

Fonte:

Portal Brasil



25/10/2013 15:03


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