JOÃO ALBERTO: AUMENTO DE PREÇOS PREJUDICA FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA



Ao comentar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro, que atingiu 1,19%, contra 0,31% em setembro, senador João Alberto (PMDB-MA) disse que "a situação ficou preocupante". Para o senador, os mais atingidos pelo aumento de preços foram as famílias de baixa renda, cuja cesta básica se tornou mais pesada.
- O aumento do preço dos gêneros de primeira necessidade e dos produtos de consumo em geral de longa data vem ocorrendo de maneira inexorável. Os consumidores, os que dependem do seu salário vivem, impotentes, esta dura verdade: os bens de consumo estão cada vez mais caros e o poder aquisitivo cada vez menor - alertou o senador.
Para as famílias de baixa renda, observou o senador, os artigos mais consumidos, como carne de segunda, peixe, açúcar, farinha de mandioca e farinha de trigo acumulam aumentos que variam de 19% a 33%, percentuais que se posicionam bem acima da inflação de 7,27%, acumulada de janeiro a outubro, de acordo com o IPCA.
João Alberto citou trecho de artigo do economista Dércio Garcia Munhoz, para quem a inflação está de volta. "Primeiro, o governo não conseguiu segurar o câmbio artificialmente baixo. Isso pressionou os preços. Depois, aumentou a carga tributária e, aumentando o custo das empresas, colocou mais pressão sobre os preços. Nas privatizações das companhias de serviços públicos, como a telefonia e a eletricidade, o governo garantiu reajustes anuais para as novas controladoras. Se hoje está tudo novamente indexado, menos os salários, é óbvio que quem perde renda é justamente quem não tem a garantia da indexação", citou o senador.
- Tenho confiança de que o governo está atento para o problema e não entregará a explicação ao discurso dos legitimadores orgânicos de plantão. Acredito no apelo formulado pelo senhor presidente da República: "Não vamos transformar uma pequena subida de preços eventual em um problema, vamos lutar para que não se torne um problema" - disse o senador.
Para João Alberto, o momento é delicado e exige posicionamento e transparência por parte do governo, "pois uma população sem esperança e descrente é caminho aberto para aventuras de horizontes obscuros", concluiu.

22/11/1999

Agência Senado


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