Jobim nega que Aeronáutica tenha ocultado documentos sobre a ditadura
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, negou que a Aeronáutica tenha ocultado documentos produzidos durante a ditadura militar - conforme noticiado pela imprensa nos últimos dias. Ele afirmou que "a Força Aérea Brasileira manifestou a existência deles em 2006 [em resposta a solicitação da Casa Civil] e ainda os colocou à disposição das autoridades". O ministro fez essas declarações nesta terça-feira (2), durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.
Jobim admitiu que determinados documentos foram incinerados, mas observou que isso foi feito "respeitando-se a legislação da época" (no caso, o Decreto 79.099, de 6 de janeiro de 1977, que, segundo ele, tratava do descarte de documentos sigilosos). O ministro também disse que parte desses documentos se perdeu durante incêndio ocorrido no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, na época em que havia no local instalações do extinto Ministério da Aeronáutica.
Uma das razões para a polêmica foi a notícia, veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo no último domingo (28), de que a Aeronáutica teria enviado ao Arquivo Nacional "parte dos documentos secretos que produziu durante a ditadura militar". De acordo com o jornal, "a própria Aeronáutica informara anteriormente que esses itens haviam sido destruídos, o que reaviva a suspeita de que as Forças Armadas mantêm escondidos papéis sigilosos da ditadura".
Ao reiterar que "a Aeronáutica não ocultou nada" e disponibilizou esses documentos em 2006, Jobim disse que houve "uma desatenção" de sua parte, já que os documentos haviam sido classificados como "genéricos".
02/03/2010
Agência Senado
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