José Alencar é o grande homenageado na reabertura dos trabalhos
O vice-presidente da República, José Alencar, cuja presença foi confirmada apenas uma hora antes de sua chegada ao Congresso Nacional, foi o maior homenageado na reabertura dos trabalhos legislativos, nesta terça-feira (2). Ele foi aplaudido de pé por deputados e senadores no Plenário da Câmara dos Deputados, agradeceu a solidariedade que tem recebido em todo o país por sua luta contra o câncer e ainda brincou com as suas chances de conquistar um mandato nas eleições de outubro.
- Tenho recebido grandes demonstrações de solidariedade à minha luta contra o câncer. Já passei por 15 cirurgias. Mas não tenho ilusão de que isto se transforme em votos nas próximas eleições, pois, se fosse assim, deveria estar preparado para receber 100% dos votos - disse Alencar, provocando muitos risos na plateia. Ele é frequentemente citado como possível candidato ao Senado por Minas Gerais.
O vice-presidente chegou ao Congresso às 10h45 e integrou a Mesa juntamente com os presidentes do Senado e da Câmara, José Sarney e Michel Temer; o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes; e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que preferiu não dar entrevistas nem em sua chegada e nem na saída do Congresso.
Em seu discurso durante a cerimônia, após ressaltar a necessidade de independência e harmonia entre os três Poderes, Temer citou a calorosa acolhida de advogados de todo o Brasil a Alencar, durante recente reunião da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e pediu ao Plenário que também prestasse uma homenagem ao vice-presidente. Foi o suficiente para que todos os presentes o aplaudissem de pé durante mais de um minuto.
Emocionado, Alencar pediu a palavra para agradecer o carinho de deputados e senadores. Ressaltou a "contribuição ímpar" do Congresso Nacional para a consolidação da democracia, lembrou que abriu mão de quatro anos de mandato no Senado para compor a chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como candidato a vice-presidente da República, e disse ter "grande saudade" do Legislativo. O vice-presidente observou ainda que o Brasil vive um "momento especial".
- Lula tem dado um exemplo de como deve agir um presidente da República nas relações internacionais, levantando o nome do Brasil como nunca - elogiou.
Ao final de seu pronunciamento, mencionando a questão da própria saúde, ele observou que "todos têm a ver com o câncer do vice-presidente". Reiterou não ter medo da morte, mas disse acreditar que ela não chegará tão cedo.
- Tudo indica que Deus não quer me levar agora - afirmou.
02/02/2010
Agência Senado
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