José Jorge comenta dados que apontam mau desempenho da economia brasileira



O senador José Jorge (PFL-PE) usou a tribuna nesta quinta-feira (24) para tratar de pesquisas recentes que apontam a alta do desemprego em julho (a maior taxa desde abril de 2005) e a queda da renda e do poder de compra dos brasileiros.

De acordo com o parlamentar, levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as taxas de desemprego nas seis regiões metropolitanas do país subiu de 10,4% em junho para 10,7% em julho. Na comparação com junho do ano passado, o índice subiu 1,3 ponto percentual. O senador informou ainda que, segundo a mesma pesquisa, o contingente total de desempregados foi, em julho, de 2,4 milhões de pessoas.

A renda do trabalhador, por sua vez, prosseguiu José Jorge, também teria "decepcionado": foi registrada, no mês passado, a primeira queda (0,7%), após cinco altas consecutivas. O rendimento médio mensal ficou em R$ 1.028. Em relação a julho de 2005, no entanto, houve um aumento de 3,4% nos rendimentos.

Além disso, a economia brasileira teria desacelerado no segundo trimestre deste ano, puxada para baixo, principalmente, pela crise da agricultura e pela queda da atividade industrial (1,7% em relação a maio), apesar da contínua diminuição da taxa básica de juros.

- Portanto, a economia brasileira, que no ano passado só cresceu 2,3%, o que significa um crescimento menor que o verificado em quase todos os países da América Latina, agora está desacelerando. O governo explicou a queda alegando que se tratou de período de Copa do Mundo, mas o que a Copa tem a ver com o setor industrial? - questionou.

O representante de Pernambuco lamentou que a maior taxa de desemprego tenha sido observada em Recife (15,3%) e criticou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que teria colocado em xeque a credibilidade da pesquisa do IBGE, ao declarar que não entendia como o instituto, órgão oficial, teria encontrado os números apontados.

José Jorge observou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, continua demonstrando desconhecer o que se passa no país.

- Quem ouve o que o presidente diz na televisão pensa que o Brasil é o céu, mas a realidade não é essa, como mostram os dados. O que se esperava do governo seria uma explicação técnica, racional, e não ironia. Essa reação do ministro foi uma repetição do 'não vi, não sei, não conheço', que estamos cansados de ouvir - disse.

O senador foi aparteado pelos colegas Roberto Cavalcanti (PRB-PB) e Heráclito Fortes (PFL-PI).



24/08/2006

Agência Senado


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