Lina diz que pedido de Dilma foi "incabível"



Ao depor nesta terça-feira (18) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira classificou de "incabível" o pedido feito pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que teria solicitado a ela que "agilizasse a fiscalização nas empresas" do empresário Fernando Sarney.

Questionada pelo senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) que quis saber se a ministra, caso tenha recebido Lina, praticara crime, a ex-secretária disse que não. Mas estranhou a solicitação da ministra já que a Receita Federal trabalha "com critérios objetivos e impessoais".

Já o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) estranhou que o governo tente esconder uma audiência entre Dilma e Lina que, observou, seria normal. E pediu que a CCJ solicitasse ao sistema de segurança do Palácio do Planalto as gravações de entrada e saída de veículos do mês de dezembro do ano passado, para saber se o carro da ex-secretária teve ou não acesso ao palácio.

Para a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) o depoimento de Lina demonstrou "que a reunião da ex-secretária da Receita com a ministra Dilma não ocorreu", enquanto o senador Pedro Simon (PMDB-RS) alertou que o mais grave "é que uma das duas falta com a verdade". Em resposta, Lina voltou a garantir que "não faltou com a verdade" e que, de fato, manteve encontro com a ministra. E concordou em fazer uma acareação com Dilma.

- Apenas eu não consigo precisar o dia, a hora e nem o mês desse encontro. Só sei que foi no período da tarde - informou Lina Vieira.

Já o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que uma questão ficou esclarecida ao longo do depoimento de Lina Vieira, que durou mais de cinco horas: não houve por parte da ministra um pedido para interferir no mérito do processo do filho do presidente do Senado.

Também tomou parte dos debates o senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA), autor do requerimento que resultou na reunião. Ele disse acreditar que o encontro entre as duas ocorreu e que a ministra Dilma agiu de forma "ilegal, antiética e indevida" ao tentar interferir em processos em andamento na Receita Federal.

18/08/2009

Agência Senado


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