Linhas de financiamentos para pequena e média empresas do PR









Linhas de financiamentos para pequena e média empresas do PR
06 de Março de 2002 - O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Paraná (Faciap) assinaram, ontem, convênio de cooperação com o objetivo de oferecer novas linhas de financiamento para micro e pequenas empresas (MPEs) no Estado do Paraná.

Nos últimos três anos o BRDE, instituição de fomento controlada pelos três estados da região Sul - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, aprovou 2.214 contratos de financiamentos nos três estados. As micro, pequenas e média empresas, representam 94% dos projetos de financiamento aprovados no mesmo período. O BRDE situa-se em décima posição no ranking dos principais agentes financeiros ativos da área de micro, pequenas e médias empresas em 2001, segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES.

No ranking global de todos os agentes financeiros do BNDES, nacionais e estrangeiros, o BRDE ficou entre os 20 principais repassadores de recursos do país.

O presidente do BRDE, Aldo Almeida Jr., acredita que o convênio vai ampliar a possibilidade de obtenção de crédito a juros baixos, já que atinge 275 associações comerciais do Paraná com 30 mil empresas associadas. ´Estamos divulgando as linhas do BRDE e incentivando o empreendedorismo, além de ser uma oportunidade de aumentar as exportações´, afirmou Almeida Jr.

Os beneficiários do acordo são as empresas dos setores da indústria, comércio e serviços e o crédito será destinado à instalação, ampliação, relocação ou modernização das empresas ou para a compra de equipamentos ou obras civis. ´As exigências são as mesmas do sistema bancário, porém a preocupação do BRDE é o estudo da viabilidade econômica do projeto´, afirmou Almeida Jr.

A Faciap será intermediária entre as empresas e o BRDE, prestando inclusive assessoria na montagem dos projetos. Embora não tenha previsão de quantas empresas e quais setores poderão ser beneficiadas no prazo de um ano, o presidente da Federação, Ardisson Akel, lembrou que o Paraná é tradicionalmente agrícola e esta cada vez mais agregando valor na atividade. ´O agrobusiness está se expandindo´, afirmou.

Em Santa Catarina foi firmado parceria semelhante com a Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do estado. No Rio Grande do Sul está sendo firmado acordo direto com as associações comerciais do estado. O valor disponível para o financiamento será de no mínimo R$ 10 mil e no máximo R$ 170 mil. Para as empresas que utilizam cobertura do FGPC - Fundo de Garantia para a Promoção da Competitividade, os juros anuais serão de apenas 4% mais TJLP (Taxa de Juro de Longo Prazo), com prazo de amortização de 48 meses e carência de 12 meses. Os financiamentos do BRDE têm um limite máximo de R$ 7 milhões. Em empreendimentos maiores o banco opera de forma consorciada com outras instituições financeiras, são geralmente atendidos pelo BNDES. O orçamento deste ano é de R$ 300 milhões para os três estados.

Com um ativo total de R$ 1,5 bilhão em operações (soma de todos os contratos em curso), os recursos do financiamento são provenientes do BNDES e Finame. A iniciativa vai ao encontro das diretrizes contidas no Plano para o Fortalecimento do BRDE, conforme Resolução Codesul nº 715, que busca intensificar a contratação de operações de financiamento a este setor. O Programa cumpre ainda as determinações do Estatuto da Microempresa e da EPP - Lei nº 9.841, que estabelece que as instituições financeiras oficiais operem com crédito para o setor privado mantendo linhas específicas; e atende à nova sistemática de parceria do BNDES, que destina 10% do seu Orçamento de 2002 para MPE's, através de seus agentes financeiros, o que corresponde ao valor mínimo de R$ 30 milhões para os três estados da região Sul.


Balanço da Liqüida Porto Alegre registra crescimento real de 2,53%
06 de Março de 2002 - A chamada ´liquidação mais arrasadora do Mercosul´ chegou ao fim, registrando um crescimento de 2,53% nas vendas em relação a edição anterior do Liquida Porto Alegre. Apesar da expectativa inicial girar em torno de 5%, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, Atilio Manzoli Junior, considera que as vendas foram boas depois de dois meses com números negativos. O mês de dezembro de 2001 fechou com -8,49% e janeiro de 2002, com -5,26%. A promoção deste ano teve a participação de 4,3 mil varejistas, que se beneficiaram com a prorrogação do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), por um prazo adicional de 30 dias. O número de inadimplência do setor em fevereiro teve queda de 0,13%, em comparação ao mesmo período de 2001, somando 7,91%.

A CDL investiu R$ 362 mil na promoção, que contou com blitze na Capital e na praia, além de aviões com faixas no litoral para atrair consumidores. O sexto Liquida Porto Alegre foi prorrogado e aconteceu de 4 de fevereiro a 2 de março, totalizando quatro semanas. Entretanto, Manzoli prevê que a edição de 2003 voltará ao formato original, com três semanas de duração, podendo ocorrer paralelo ao terceiro Fórum Social Mundial, previsto para o início do próximo ano, também na Capital gaúcha.

Entre os dias 8 e 19 de fevereiro foi realizada pela Letti & Carvalho Consultores a pesquisa ´Os hábitos de consumo no Liquida Porto Alegre´, que ouviu 400 pessoas em shopping centers e lojas de bairro da cidade. Conforme os dados, 29,5% dos entrevistados compraram roupas durante a liquidação, 25%, calçados e 9,3% investiram em eletrodomésticos. Destes, 35,8% recebem de 5 a 10 salários mínimos por mês, 75,3% compraram motivados pelos preços e 63% adquiriram algum item durante a campanha promocional. Dos entrevistados, 64% realizaram pesquisas de preço no decorrer do Liquida. Mais de 38% das pessoas abordadas disseram que foram atraídas pelas vitrines das lojas e outros 29,1% pelas liquidações.

´A ambientação do local é tão importante quanto o preço praticado´, observa o presidente da CDL. Um total de 44% dos que responderam ao questionário alegaram que fizeram suas compras porque precisavam do produto, 33% por gostarem dos preços e 18,9% para aproveitarem a liquidação. Quase 60% dos que foram ouvidos comentaram que foram estimulados a comprar em lojas de rua e cerca de 48% entraram em estabelecimentos que não conheciam para aproveitar o Liquida. Um total de 73,7% dos lojistas que participaram desta edição disseram que, fora do evento, venderiam menos neste período, outros 68,4% aceitaram a prorrogação do ICMS e 100% já garantiram a participação na próxima edição.

E o evento parece já estar presente na cabeça dos gaúchos. Mais de 96% das 400 pessoas que participaram da pesquisa, conhecem a promoção. E a avaliação do Liquida Porto Alegre se mostrou positiva, uma vez que 65% dos entrevistados consideraram a promoção boa e 21,5%, ótima. O levantamento indicou ainda que 87,5% dos consumidores querem que o evento seja prorrogado até março, mês que também se mostrou positivo para o sócio proprietário da Pedro's Car Automóveis Ltda, Pedro Ademir Viegas.

Segundo Viegas, a procura em sua loja aumentou em 70% nos últimos dias e, só no final de semana anterior, foram vendidos quatro veículos utilitários, entre Kombis e furgões. Pela primeira vez o empresário participou do Liquida Porto Alegre e disse que gostou das placas de preços distribuídas pela CDL, durante a promoção. ´A maioria das pessoas só quer ver quanto custam os carros e nós conseguimos chamar a atenção mostrando descontos de até 30%´, avalia. A Acemil Empreendimentos Imobiliários também fez sua primeira participação no Liquida. Conforme a encarregada do setor, Lúcia da Silveira, o número de loca ções em fevereiro de 2002 aumentou cerca de 20% na Capital em relação ao mesmo mês de 2001. Lúcia considera que o resultado foi acima das expectativas e garante a continuidade da empresa no evento de 2003.


Maiojama lança prédio com escritórios e hotel
06 de Março de 2002 - A capital gaúcha abrigará este ano seu primeiro centro executivo de multiuso. As construtoras gaúchas Maiojama Empreendimentos Imobiliários Ltda e Construtora Pegoraro Ltda uniram-se para construir um complexo que reúne escritórios e apartamentos com serviço de hotel, divididos em dois edifícios de doze andares interligados por uma portaria. O objetivo é oferecer aos empresários maior comodidade e praticidade em seu ambiente de trabalho. ´Quem estiver no prédio executivo poderá usufruir de todos os serviços hoteleiros do prédio ao lado, como refeições, lavanderia e lazer´, afirmou o diretor-presidente da Pegoraro, Sérgio Pegoraro.

Com investimento de R$ 30 milhões, o complexo possui 120 unidades em cada prédio. Os flats estão praticamente todos vendidos para empreendedores´, informou o diretor da Maiojama, Antonio Pedro Teixeira. A comercialização dos apartamentos iniciou em 2000. Já as vendas dos escritórios iniciaram em fevereiro deste ano, com preços entre R$ 102 mil e R$ 153 mil.

Além da estrutura, a localização privilegiada deverá atrair grande número de interessados pelas salas, disse Maiojama. ´O complexo fica na avenida Borges de Medeiros, próximo ao centro, ao acesso a Porto Alegre e ao mesmo tempo em um local relativamente tranqüilo, com vista para o Rio Guaíba´, disse.

Este é o quinto negócio construído em conjunto pela Pegoraro e Maiojama. O diretor da Maiojama, Antonio Pedro Teixeira afirmou que essas parcerias são interessantes conforme a situação em que se encontra o mercado. Os outros três prédios construídos em conjunto situam-se em terrenos vizinhos comprados na mesma época. Dentre eles, está o Millenium Flat, inaugurado no ano passado.


Mídia 2002 reúne 130 expositores em Curitiba
06 de Março de 2002 - Empresários e fornecedores de agências de publicidade, promoção, marketing, assessoria de imprensa, veículos de comunicação, gráficas e demais empresas do setor de comunicação estão participando, em Curitiba, da feira Mídia 2002, realizada no Centro de Exposições de Curitiba, do Parque Barigüi.

Esta é a terceira edição da feira, que conta com a participação de 130 empresas de comunicação. A Mídia 2002 é uma vitrine para a apresentação das novas ferramentas de comunicação e marketing para os profis-sionais da área, bem como para empresários que estejam buscando informações sobre as alternativas atuais em comunicação.

Para o empresário Carlos Jung, diretor-presidente da Diretriz Feiras e Eventos, responsável pela promoção do evento, o sucesso dos anos anteriores deve ser repetido. ´A cada edição a Mídia 2002 se consolida como referência do setor na região Sul, dando destaque cada vez maior ao Paraná, que hoje é o quarto maior mercado brasileiro na área de comunicação e continua em franco crescimento´, destacou ele. A feira, segundo Jung, reúne os principais nomes da comunicação e marketing do mercado brasileiro atual.

A Mídia 2002 teve início ontem e terminará no próximo dia 8. O acesso ao evento é restrito a profissionais e empresários de comunicação e marketing. A expectativa dos organizadores é receber cerca de 45 mil visitantes.

Atualmente o Brasil ocupa o sétimo lugar no mercado mundial de propaganda e é reconhecido pela criatividades de suas agências. Pensando nisso, no ano passado a Diretriz, em parceria com a Associação Catarinense de emissoras de Rádio e Televisão (Acaerte) lançaram, a exemplo do que acontece no Paraná, a primeira edição da feira de Mídia em Santa Catarina que tem espaço certo no calendário de eventos do estado.


Beira Rio lança linha de sandálias para verão 2003
06 de Março de 2002 - A Calçados Beira Rio, de Novo Hamburgo, vai lançar, neste final de semana, a sua nova linha de sandálias ´Aquarela Beira Rio´, com tiras em PVC, já visando a o verão 2002/2003. No próximo mês, a empresa começa a fazer suas entregas no mercado da região Nordeste, em volume estimado em 100 mil pares/mês. Em meados do ano, quer conquistar os mercados do Centro Oeste e do Sudeste para, a partir de outubro, abastecer a região Sul, quando a produção deverá ser 1 milhão de pares/mês. A nova sandália será produzida em peça única, onde a maciez, flexibilidade, variedades de cores e a leveza (100 gramas) são os grandes diferenciais.

A empresa pretende continuar investindo em ações de marketing em todo o País, principal trunfo para um crescimento estimado em 20% para este ano, tanto em faturamento como em produção física. O lançamento da ´Aquarela Beira Rio´ acontece no encerramento de um concurso feminino de beleza, que vem se realizando desde o início do ano, em todo o estado gaúcho.

O novo produto está embutido na marca Riva Bianca, uma das três da Calçados Beira Rio, reservada a tênis de passeio (as outras duas são a Vizzano - linha mais fashion que reúne produtos de maior valor agregado - e a Beira Rio). Um aumento de 7% na produção dos modelos que levam a marca Riva Bianca, somado as ações nacionais de marketing, que proporcionam uma maior agressividade no mercado interno, e um aumento nas exportações, devem garantir essa meta de crescimento de 20%. Hoje, a empresa produz 140 mil pares/dia, somando-se as três marcas, mas deve fechar o ano com uma produção de 155 mil pares/dia.

A Argentina, ainda no ano passado, comprava cerca de 40% (algo em torno dos 800 mil pares/ano) das vendas externas da Beira Rio. A crise praticamente zerou as compras, mas, mesmo assim, a empresa manteve a sua subsidiária naquele país, a Beira Rio Argentina, através da qual pretende reconquistar a venda de, pelo menos, 600 mil pares ainda neste ano.


Preço baixo reduz estoques de café do cerrado
06 de Março de 2002 - A região mineira produtora do café do cerrado que reúne 55 municípios no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba e 3,5 mil cafeicultores está com o mais baixo nível de estocagem de sacas dos últimos quatro anos. Dados do Conselho das Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer) indicam a existência de 250 mil sacas nos armazéns, o menor volume desde 1998. Em Araguari, o estoque da cooperativa local é de 25 mil sacas contra 60 mil existentes em março de 2001.

Com o preço da saca de 60 kg (tipo 6 duro) negociado a R$ 110 contra os preços de dois anos anteriores, que variavam entre R$ 160 e R$ 230, os cafeicultores têm arrematado toda a produção para cobrir despesas. ´Os cafeicultores estão literalmente sem dinheiro´, comenta o presidente da Caccer e diretor do Conselho Nacional do Café, Aguinaldo José de Lima.

Ainda neste mês os cafeicultores terão que fazer capital vendendo as sacas por R$ 110. A partir de abril, o governo federal começa a liberar R$ 250 milhões em recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a colheita, conforme delimitação do Conselho Monetário Nacional (CMN). O CMN definiu também a liberação de R$ 693 milhões para a pré-comercialização, que vai permitir o financiamento da estocagem de sacas e o conseqüente ´enxugamento´ do excedente. ´Queremos tirar 10 milhões de sacas do mercado, que é justamente a diferença do aumento da safra brasileira entre 2001 e 2002´, comenta Reinaldo Caetano, presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari.

É a necessidade de impedir que a maior oferta, a partir da colheita em maio, derrube ainda mais as cotações que faz Aguinaldo José de Lima acreditar que os recursos da pré-comercialização poderão ser antecipados de setembro para maio. ´Precisamos evitar a pressão inicial de se vender o café com o preço atual e estagnar pelo menos 10 milhões de sacas´, diz Aguinaldo José de Lima. Na sua avaliação, este ano continuará ruim para os cafeicultores e perspectivas de recuperação de preço devem ser esperadas para a partir de 2003.

Embora a estimativa oficial seja de que os 3,5 mil cafeicultores do cerrado mineiro colham 4 milhões de sacas no ano safra 2001/2002, os membros do Caccer consideram que o abandono de 20% das lavouras, lavouras velhas e maltratadas farão com que a safra do cerrado seja de 3,5 milhões de sacas. Os R$ 693 milhões para pré-comercialização serão financiados a juros de 9,5% ao ano com prazo de 18 meses, podendo ser prorrogado por mais 18 meses. Os R$ 250 milhões para a colheita terão taxa de 9,5% e no fim do ano poderão ser convertidos em dívidas da pré-comercialização.


Colunistas

NOMES & NOTAS

06 de Março de 2002 - Marisol
A Marisol, de Jaraguá do Sul, foi escolhida pela 13a vez pelos lojistas brasileiros para receber o Prêmio Mérito Lojista 2001 na categoria moda, segmento confecção infantil das marcas Marisol, Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre. Por intermédio do voto de 45 mil associados de 900 Câmaras de Dirigentes Lojistas do país, são escolhidos os melhores fornecedores em diversas categorias. O lojista indica o melhor fornecedor de cada segmento pelo conjunto de ações - qualidade, preço, serviço, atendimento, assistência técnica, promoção, propaganda e venda. A Marisol considera o Prêmio Mérito Lojista um verdadeiro ´Oscar´, resultado do trabalho de parceria com os lojistas, que reconhecem a qualidade e a eficiência da empresa no trabalho desenvolvido e nos produtos oferecidos ao mercado. A cerimônia de entrega do prêmio acontecerá no dia 11 de março, em Brasília. Neste ano, a empresa também conquistou o Prêmio Mérito Lojista no Rio Grande do Sul pela quinta vez, sendo reconhecida pela categoria Confecção Infantil.

Nova diretoria da BVES
O diretor da Corretora Geral de Valores e Câmbio, Ede Antônio Gasperin, foi eleito presidente da Bolsa de Valores do Extremo Sul (BVES) para o período de um ano, sucedendo, no cargo, a Afonso Arno Arnhold, da Geração Corretora de Valores. Para vice-presidente da Bolsa, foi eleito Francisco Carlos Castro Soares, da Corretora MBM. Na assembléia geral da BVES foram também eleitos os integrantes do Conselho de Administração da entidade, tendo como membros efetivos Ede Antônio Gasperin, da Corretora Geral e Francisco Carlos Castro Soares, da MBM e, como suplentes, Débora Morch, da Sólidus Corretora e Ernandi Vanderley de Ávila, da Corretora Matone. Como representante dos Investidores Não Institucionais, foi eleito, como membro titular do Conselho, José Alacir Peters e, como suplente, Luis Ernani Silveira de Souza. Permanecem como integrantes do Conselho Reneu Alberto Ries (Pilla Corretora), Zulmir Tres (Diferencial) e Jessé Lobato Grimberg, superintendente geral da BVES (participação estatutária).

Chocofest
Estão acelerados os trabalhos para a realização do 9º Chocofest, Festival Nacional do Chocolate, Doces e Balas, que acontece de 15 a 31 de março próximo, no Centro de Feiras Cidade de Canela. O evento, que tem como tema, ´Chocolate, a Enzima do Amor´, será totalmente repaginado pelo carnavalesco Joãosinho Trinta. As várias formas de amar serão mostradas em cada estande. Uma das principais fomentadoras do turismo na Região das Hortênsias, as empresas de chocolate estão apostando na inovação. ´Com isso, temos a certeza que aumentaremos as vendas em torno de 10% durante os dias do Chocofest, em relação ao ano passado, quando foram comercializadas 13 toneladas de guloseimas´, salienta Júlio Cavichioni, proprietário do Chocolate Caracol e um dos principais apoiadores do evento. O Chocofest teve um número de visitantes, em 2001, acima de 105 mil pessoas. O sucesso do evento se deve ao fato da venda direta ao consumidor, com desconto para os visitantes.

Exportação menor
As exportações de calçados efetuadas nos dois primeiros meses deste ano registraram uma queda de 10% no faturamento. Segundo os dados preliminares obtidos pela Abicalçados junto à Secex/MDIC, as operações somaram US$ 239 milhões, contra US$ 265 milhões obtidos em igual período de 2001. Isoladamente, fevereiro deste ano também registrou um decréscimo de 10% em comparação ao segundo mês de 2001. Em fevereiro de 2002, o resultado das operações internacionais foi de US$ 121 milhões, contra US$ 134 milhões no mesmo mês do ano passado. Em relação a janeiro deste ano, fevereiro teve uma reação positiva de três por cento. No primeiro mês do ano, o setor exportou o equivalente a US$ 118 milhões. O desempenho negativo do setor nos últimos meses é um reflexo da recessão mundial, sentida em maior escala nos Estados Unidos, o principal mercado comprador de calçados brasileiros. Uma reação positiva deverá ocorrer a partir de abril, quando acontecem os embarques dos pedidos efetuados em fevereiro e março.


Editorial

A SAÍDA ARGENTINA

06 de Março de 2002 - A Argentina é o assunto do momento no debate econômico. Não é para menos. A impressionante revolta popular que derrubou dois presidentes em menos de um mês e que sepultou de maneira brutal o currency board já é considerada um dos acontecimentos econômicos mais traumáticos dos últimos 50 anos, e certamente figurará nos livros-texto de economia por muitos anos. Mas tão interessante quanto a discussão econômica sobre o tema - se os depósitos vão ser pesificados, como sair do corralito etc. - são as opiniões e certezas que alguns economistas parecem ter a respeito da capacidade e do futuro da economia argentina.

Na verdade, estas opiniões e certezas orbitam a comunidade acadêmica e financeira há longo tempo, porém vieram à tona de maneira mais enfática por ocasião da decretação, pelo governo Duhalde, da desvalorização do peso. Logo em seguida ao anúncio, poderosas vozes, de vários lugares do mundo, se ergueram para protestar contra a medida, que pela lógica econômica parecia ser a única saída viável. Uma das mais destacadas destas vozes é a do professor de Harvard, Jeffrey Sachs, afirmando que a Argentina deveria ter tomado o caminho da dolarização, e que, apesar de não tê-lo feito no tempo certo, acabará por fazê-lo de uma forma ou outra, por absoluta falta de opção.

Sachs fundamenta sua proposição no fato de não ser a Argentina ´confiável´ para gerir uma moeda, e a prova maior disso, segundo ele, é o abandono, após 10 anos, do compromisso assumido com o currency board. Acrescenta ainda a citação de um ex-professor seu, que dizia existirem quatro tipos de países: os desenvolvidos, os em desenvolvimento, o Japão (decerto pela peculiaridade das relações capital-trabalho) e a Argentina, querendo com isso dizer, segundo o próprio Sachs, que o peronismo teria marcado de forma negativa, única e irrecuperável a economia argentina. Por essas razões - fica implícito em suas palavras - a Argentina não deveria ter uma moeda própria. Deveria sair de cena e deixar o jogo para os ´profissionais´, no caso os EUA.

Outro economista de Harvard, Robert Barro, vai na mesma direção. Prevê não somente a volta da hiperinflação, como o retorno das políticas populistas e centralizadoras. O que se depreende de suas palavras em uma entrevista concedida à BBC se assemelha muito ao que parece estar implícito no pensamento de Sachs a respeito da Argentina e dos argentinos: não são competentes, são desorganizados, e a única saída viável é a dolarização.

Pode-se perceber que tanto Sachs como Barro fundamentam a necessidade da dolarização em boa parte no fato de não ser a Argentina confiável, de não oferecer credibilidade.E um país assim não está apto a conduzir uma política monetária própria, certo? Mas se olharmos para o passado, questões interessantes começam a surgir. Foi a Argentina o único país a ´quebrar compromissos´? Não o fez o Reino Unido, em 1931, ao deixar a libra flutuar? Este mesmo país não quebrou mais uma ´promessa´ ao abandonar em 1992 o mecanismo de taxa de câmbio europeu (ERM), ocasião em que sucumbiu ao especulador George Soros? Não o fizeram também os EUA, em 1933, ao abandonar o padrão-ouro? E não foi assim quando os EUA acabaram com a conversibilidade do dólar em ouro, que acabou por sepultar Bretton Woods? E estão estes países hoje desacreditados? Não foram eles capazes de arrumar a casa e de reconstruir suas imagens? Por que o mesmo não pode suceder com a Argentina? Que estranho destino deve seguir o nosso vizinho, onde possibilidades de recuperação só podem existir se uma amputação drástica de seus recursos de política econômica for implementada?

A história está repleta de exemplos mostrando que nenhum país se preocupou exclusivamente em manter ´compromissos´ enquanto suas economias afundavam, o desemprego aumentava e as instituições se diluíam. Além do mais, no caso argentino, a ruptura do modelo não é uma mera quebra de ´promessa´ - como se intentasse de forma proposital infligir prejuízos a investidores e poupadores - mas sim uma tentativa de redirecionamento buscando escapar de uma situação insustentável, que estava aniquilando cidadãos e espalhando a miséria por todo lado. Exigir que os formuladores de política econômica virem as costas para isso e se preocupem em apenas manter ´compromissos´, de modo a nunca oferecer riscos aos integrantes do mercado financeiro, apesar das altíssimas taxas de juros oferecidas, pode ser chamado de qualquer coisa, menos de ciência econômica.

Além do mais, a tão propalada credibilidade, que alguns afirmam faltar à Argentina, não se adquire apenas cumprindo regras, porque isso a Argentina fez durante dez anos, chegando inclusive a reduzir salários, medida impensável em muitos países. Credibilidade se constrói também praticando políticas que sejam viáveis, factíveis e que inspirem confiança no mercado. E isto, infelizmente, o currency board não deu à Argentina. Todo mundo sabia que, com a limitada pauta exportadora e com as barreiras comerciais e subsídios praticados pelas economias desenvolvidas, seria difícil para a Argentina a obtenção dos tão necessários dólares, que poderiam dar sustentabilidade ao regime no longo prazo.

E a questão do descontrole inflacionário nos anos 70 e 80? Não seria também um forte indicativo da incapacidade argentina de gerir uma moeda própria? Este ponto parece ser outra falsa premissa para justificar a dolarização. Primeiro porque a inflação nos anos 70 foi um fenômeno mundial, afetando os EUA, Inglaterra e França indistintamente. E segundo porque a inflação nos anos 80 decorreu da conjunção entre o endividamento excessivo - com a bênção dos países desenvolvidos, pois mantiveram suas exportações para os países em desenvolvimento, diminuindo assim a severidade do ajuste que enfrentavam - e do forte aumento de juros americanos no início dos anos 80. Não há dúvida de que se pode culpar a Argentina por não ter feito o ajuste naquela época. Mas assim como ela, outros países também o fizeram, e nem por isso estão sendo conclamados a dolarizar. A conclusão a que se chega, quando se analisam os fatos, é que boa parte do mais severo período de descontrole monetário na Argentina tem suas raízes nos acontecimentos internacionais. Fora, portanto, do controle das autoridades monetárias argentinas.

Muito se tem falado também, igualmente na tentativa de justificar a dolarização, da irresponsabilidade fiscal argentina. A herança peronista, de praticar gastos sem considerar a possibilidade de ter os recursos necessários, estaria por trás do colapso do currency board. Os argentinos seriam como crianças pequenas em loja de doces: não poderiam ser deixados sozinhos (ter moeda própria) sob o risco de terem indigestão (hiperinflação). Em resumo, os argentinos seriam, por natureza, por herança histórica, ou coisa que o valha, eternos irresponsáveis, se esbaldando em gastos públicos com os cofres completamente vazios.

Mas uma análise dos números fiscais argentinos parece não confirmar esta visão. O déficit orçamentário oscilou entre 1% e 3% do PIB, e a dívida governamental ficou em torno de 50% do PIB. Números estes comparáveis aos de muitas economias européias.E enormes cortes de despesas foram feitos crise após crise, com a promessa de que isso traria novamente a recuperação econômica. Só que estas medidas levaram à piora da situação fiscal, por uma razão simples: nas recessões a arrecadação cai. A Argentina, com o currency board, estava a bordo de um barco furado, e não havia outra saída senão abandonar a embarcação.

Por tudo isto, mais até do que uma visão enviesada a respeito da Argentina e da sua economia, parece haver na verdade um certo preconceito, não só quanto a capacidade da Argentina de gerir a si própria, mas dos argentinos em terem política monetária própria. E fica a pergunta: onde vão se fundamentar, se não na ciência e na história econômica, tantas crenças e tantas respostas prontas, tal como receitas de bolo, a respeito da ´saída argentina´?


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03/06/2002


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