Lobão: Geisel não quis gasoduto, pois temia instabilidade boliviana



"Quando os bolivianos fecharem a válvula do gasoduto, o que eu faço? Mando o Exército abrir?" Com perguntas como essa, o ex-presidente Ernesto Geisel lutou de 1957, quando integrou o Conselho Nacional do Petróleo, até 1979, quando deixou a Presidência da República, contra a idéia do gasoduto Bolívia-Brasil, afirmou em Plenário, nesta quinta-feira (18), o senador Edison Lobão (PFL-MA).

- Não era premonição do presidente Geisel. Era competência. Está aí o resultado do gasoduto, com o presidente da Bolívia ameaçando o Brasil. Se Geisel fosse hoje presidente da República,não mandaria o Exército e nem romperia relações, mas daria uma resposta à altura - afirmou Lobão, que disse se orgulhar de ter sido amigo do ex-presidente.

Para o senador maranhense, "houve quem não gostasse do presidente Geisel, mas nunca se poderia dizer que ele não era um estadista de grande visão e de extrema competência". Lembrou que certa vez perguntou ao então presidente porque ele havia escolhido o general João Figueiredo para sucedê-lo. Entre as razões, informou que Figueiredo havia se comprometido a continuar a distensão política até o retorno à democracia. Lobão informou que pretende fazer um discurso para falar do ex-presidente.

Em aparte, o senador Marco Maciel (PFL-PE), que foi presidente da Câmara dos Deputados à época em que Geisel ocupou a Presidência, sustentou que o ex-presidente tinha "uma ampla visão dos problemas do país e do mundo" e foi um dos responsáveis pela auto-suficiência brasileira em petróleo, pois determinou grandes investimentos da Petrobras.

Também em aparte, o senador Sibá Machado (PT-AC) lembrou que aprendeu, logo em seus primeiros debates políticos, a reconhecer a capacidade do general Golbery do Couto e Silva, ex-ministro de Geisel.

- Foi um dos poucos generais do Exército que aprendi a admirar - disse Sibá.

18/05/2006

Agência Senado


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