Lobão pede ao governo mais recursos para Forças Armadas



Em discurso no Plenário nesta sexta-feira (21), o senador Edison Lobão (DEM-MA) advertiu que o "lento e prolongado sucateamento dos recursos materiais das três Forças Armadas e a precariedade dos recursos financeiros" a elas destinados vêm comprometendo o bom desempenho das atividades das Forças Armadas brasileiras. O senador pediu ao governo que aumente o aporte de recursos para a Aeronáutica, a Marinha e o Exército já no Orçamento da União para 2008.

Lobão defendeu ainda que o Plano Estratégico para a Defesa Nacional, também chamado "PAC da Defesa Nacional" - que deverá ser apresentado em um ano pelo Comitê Ministerial de Formulação da Estratégia Nacional de Defesa - seja aprovado com rapidez no Congresso Nacional e tenha sua implantação efetiva feita com velocidade.

- A escassez de recursos, a precariedade dos equipamentos e a insuficiência dos soldos traduzem um desprestígio das Forças Armadas que não se deve aceitar e nem admitir. Temos, de um lado, orçamentos sempre insuficientes para manter em perfeito estado os equipamentos das três Forças, para adquirir novos e mais modernos maquinários e para desenvolver uma tecnologia bélica eminentemente nacional. De outro, permanecem notoriamente baixos os soldos para os praças e oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, enquanto escasseiam recursos até mesmo para manutenção das tropas - disse Lobão.

O senador acredita que o Brasil deve assumir sua verdadeira dimensão no cenário internacional: a de um país com grande extensão territorial, com muitas riquezas naturais e culturais e com bom desenvolvimento econômico. Para Lobão, em um mundo no qual as guerras continuam sendo, "infelizmente", o modo ainda plausível de resolução de conflitos, contar com Forças Armadas de reconhecida capacidade bélica continua sendo um fator de grande poder dissuasivo.

- Sempre que a humanidade parece aproximar-se de uma era de paz universal, surgem, lamentavelmente, novas fontes de conflitos armados. Prevê-se, em particular, que a posse de recursos naturais, como a água ou a biodiversidade animal e vegetal, possa ensejar, no presente século, acirradas disputas entre Nações. Também não podem ser esquecidas, nos dias de hoje, aquelas ameaças ao poder do Estado e à defesa nacional que fogem das situações clássicas, tais como o tráfico de armas e o narcotráfico - alertou Lobão.

O senador destacou a situação em que se encontra a Marinha brasileira, segundo informações dadas pelo comandante da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, em recente audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Segundo o comandante, dos21 navios que compõem a esquadra brasileira, 11 encontram-se imobilizados e dez operam com restrições.

Entre as aeronaves, a situação é ainda mais precária: das 23 existentes, 21 estão imobilizadas e duas operam com restrições. Da mesma forma, dois entre os cincos submarinos da esquadra brasileira estão imobilizados e outros dois operam com restrições. O almirante acredita que "o poder naval brasileiro poderá desaparecer até 2025".

- É imperioso contornar esse estado que beira a calamidade, o que se concretizaria, antes de mais nada, com aporte integral dos recursos necessários ao programa de reaparelhamento da Marinha - R$ 5,8 bilhões no período de 2008 a 2014. Boa parte desse dinheiro pode ser buscado nos recursos correspondentes a royalties que deveriam ter sidos destinados à Marinha, conforme as chamadas leis do petróleo, e não o foram - sugeriu Lobão.

Já o Exército, destacou Lobão, ainda possui carros de combate que na década de 1950 foram utilizados na guerra da Coréia. E em recentes operações de combate a traficantes do Rio de Janeiro, os soldados mostravam-se em desvantagem com seus fuzis automáticos leves, da década de 1960, em relação aos que serviam aos criminosos, mais novos, mais leves e mais precisos, contou o senador.



21/09/2007

Agência Senado


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