Mais 33 parlamentares serão notificados
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), começa a notificar a partir desta quarta-feira (26) outros 33 congressistas denunciados como responsáveis pela elaboração de emendas ao Orçamento da União para a compra de ambulâncias para municípios com preços superfaturados. Numa primeira etapa, foram notificados 57 deputados, que tiveram cinco dias úteis para enviar à comissão uma defesa por escrito.
Segundo Biscaia, os demais notificados terão igual prazo para se defender.
- Como esse prazo se encerra apenas na próxima semana, antes da reunião da CPI marcada para o dia 1º de agosto fica difícil se manifestar sobre a apresentação do relatório - comentou o deputado, ao se referir à intenção de alguns membros da comissão de antecipar a apresentação do documento, marcada inicialmente para o dia 18 de agosto.
Apesar de ainda estar na fase de notificação de parlamentares, Biscaia acredita que a CPI Mista já tem provas suficientes para implicar 91 dos 112 congressistas denunciados, como gravações telefônicas e comprovantes de depósitos bancários, entre outros. Com relação à sugestão de alguns membros do colegiado para que a comissão inicie imediatamente uma nova fase de investigações, desta vez contra o Poder Executivo, Biscaia destacou que é difícil garantir quórum para reuniões durante o período eleitoral.
-Será que o Congresso teria condições de reunir dezenove parlamentares para dar continuidade à investigação até o dia das eleições, marcadas para três de outubro? Depois das eleições acredito que seria possível retomar as investigações, mas antes eu não garanto - afirmou o deputado.
Magno Malta
Questionado sobre a denúncia de que o senador Magno Malta (PL-ES) teria utilizado um carro comprado pela máfia dos sanguessugas, Biscaia afirmou que a reportagem sobre o assunto"fechou uma cadeia para que o senador seja incluído no relatório".
- Não é possível que um político utilize um carro por empréstimo durante um ano de qualquer empresa, ainda mais da Planam, que é uma quadrilha - afirmou Biscaia.
Magno Malta afirmou ao jornal O Globo que o Fiat Ducatto que utilizou por mais de um ano não era de Luiz Antônio Vedoin, como alegou o empresário acusado de ser um dos chefes do esquema de fraudes na compra de ambulâncias, mas sim do deputado Lino Rossi (PP-MT), que teria envolvimento com a quadrilha.
25/07/2006
Agência Senado
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