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Mais da metade dos clientes do Banco do Povo são mulheres

Vitória da Conquista - Muitos dos 4.990 clientes que durante os últimos dez anos tomaram empréstimos na Instituição Comunitária de Crédito Conquista Solidária (Banco do Povo), como dona Valdíria Rocha Oliveira, moradora do bairro Alto Maron, começaram do zero e ampliaram suas atividades. Mais da metade dos tomadores são mulheres e muitas delas chefiam famílias, como Dinamerita Rocha Farias, vendedora de confecções e moradora do bairro Kadija, que depois de o marido sofrer dois Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) teve que tomar conta da casa. Tanto para Dinamerita quanto para Valdíria, o dinheiro do Banco do Povo, do município de Vitória da Conquista (BA), "é tudo" e significa a saída para conquistar a independência financeira.

Bazares, papelarias, bijuterias, vendedores de milho, de confecções, de cereais e de coco, bares, lanchonetes, lan houses, fabricantes de celas e arreios e pipoqueiros são alguns dos principais ramos de atividades atendidos pelo Banco do Povo, que já realizou quase 18 mil operações de crédito, num volume de R$ 21 milhões.

As pessoas simples e informais das periferias de Vitória da Conquista (BA) falam da instituição como um porto seguro para seus pequenos negócios, "que não deu o peixe mas ensinou a pescar". Outra satisfação nos rostos das pessoas é a facilidade na hora de tomar o empréstimo e a taxa de juros em torno de 1% ao mês.

“Quando preciso, vou lá e renovo o meu contrato sem burocracia” , garante Maria Vilma Oliveira Dias, proprietária de um bar no bairro Patagônia. Antes de procurar o Banco do Povo, muitos tomavam dinheiro na mão de agiotas e viviam sob pressão constante, como revela Gilberto Passos Santos, vendedor de milho verde e morador do bairro Ibirapuera.

O Banco do Povo foi criado pela Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista em abril de 2000. A instituição trabalha com diversos parceiros como o Sebrae na Bahia, que oferece cursos e capacitação gerencial, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).

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