MALDANER DEFENDE DESIGNAÇÃO DE ADIDOS AGRÍCOLAS PARA EMBAIXADAS BRASILEIRAS



Em apelo dirigido aos ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, o senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) propôs nesta quinta-feira (dia 25), "para a perfeita consecução de agronegócios", uma parceria que resulte na designação de adidos agrícolas para as representações diplomáticas do Brasil no exterior. A importância do PIB agrícola brasileiro e o fato de a agricultura mundial estar atravessando um período de profundas inovações - como a produção de transgênicos, os avanços da biologia molecular e da biotecnologia, o controle do clima e a seleção e melhoramento genético - já deveriam ter levado o governo a mudar a postura de ignorar o assunto, acrescentou.
- O adido agrícola estaria atento aos eventos, feiras, exposições do setor; estimularia e facilitaria a comercialização internacional de produtos nacionais; forneceria informações estratégicas sobre o setor, entre outras funções que sua formação lhe permite exercer com competência - explicou o senador.
Há muitos anos que Estados Unidos, França e Inglaterra mantêm esses técnicos em suas embaixadas, segundo Maldaner, não só para a execução de agronegócios, mas também para conhecer a política agrícola executada pelos países em que trabalham. "Os Estados Unidos dispõem do controle de informações agrícolas em mais de 70 países e estão a par desde as condições climáticas até as liberações de recursos para plantio", disse.
Mais recentemente e com resultados surpreendentes, por exemplo, no aumento das exportações de uvas sem sementes, o Chile criou o cargo de adido agrícola em cerca de 50 países, afirmou o senador. A Argentina, em razão do Mercosul, também fez o mesmo na sua representação diplomática no Brasil.
Maldaner disse que no Brasil, desde 1953, quando o deputado Lacerda Werneck propôs a criação do cargo de adido agrícola, até recentemente, com o encaminhamento de projetos semelhantes por parte dos deputados Pacheco Chaves, Denisar Arneiro e Nelson Marquezelli, a sugestão tem sido relegada a segundo plano. "Isso nos impede de abrir novas faixas de mercado de produtos agrícolas e pecuários no exterior", lamentou.
Conforme o senador, o Itamaraty mantém 92 embaixadas, 43 consulados, 19 vice-consulados, três missões especiais, três delegações, uma representação, um escritório financeiro e um escritório comercial. "Em nenhum deles", lamentou, "existe a figura do adido agrícola ou de um técnico em agronegócios, o que faz o Brasil perder negócios vantajosos na área".

25/11/1999

Agência Senado


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