Mão Santa discursa contra CPMF e pede nova legislação tributária
Em discurso no Plenário nesta sexta-feira (7), o senador Mão Santa (PMDB-PI) afirmou que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) é uma "malandragem" que se repete a cada quatro anos. Segundo o senador, a contribuição nasceu para ser provisória, mas é renovada a cada quadriênio. Mão Santa disse ainda que os recursos do imposto não são usados na saúde pública, como o governo argumenta, e sim para pagar dívidas públicas. O senador sugeriu que seja criada uma nova legislação tributária em vez de ser renovada a cobrança da CPMF.
- A CPMF nunca foi para a saúde, sempre foi para os bancos, para pagar as dívidas. É malandragem- disse.
Na opinião do senador, a saúde pública brasileira na verdade piorou nos últimos anos. O senador acredita que o governo promove a cada quatro anos "a copa do mundo dos picaretas", pedindo a prorrogação de um imposto que é "uma mentira em seu nascedouro", por ter sido batizada de provisória.
- Luiz Inácio andou por aqui e disse que tinha 300 picaretas (na Câmara dos Deputados), mas de quatro em quatro anos são dados cargos, ministérios, liberadas verbas para comprar gente. De quatro em quatro anos aqui é a copa do mundo da picaretagem, da pilantragem - afirmou Mão Santa.
O senador acredita que o Senado vai rejeitar a prorrogação do imposto quando a matéria for votada na próxima terça-feira (11). Para Mão Santa, a renovação da CPMF não foi votada na quinta-feira (6) porque o governo não tinha votos para aprová-la.
- O povo é que vai ganhar (com o fim do imposto) - disse.
Mão Santa também comparou a carga de impostos paga no Brasil - cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) - com a recebida pelos governos de outros países, como a Venezuela, em que os impostos ficam em 15,6% , e o México, com 18,3%.
Em aparte, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) disse que quem ganha com a cobrança da CPMF são os ricos, os banqueiros, uma vez que o imposto é arrecadado pelos bancos e fica um mês depositado, gerando lucros para os banqueiros, até ser enviado ao governo.
Pará
Mão Santa afirmou ainda que, em visita ao Pará nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria ter "pedido perdão" à menina de 15 anos que ficou presa por 20 dias em uma cela com homens, tendo sido estuprada diversas vezes.
- Nem no nazismo de Hitler houve uma coisa assim - disse Mão Santa.
07/12/2007
Agência Senado
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