Marco Maciel diz que educação é o maior desafio do Brasil
O senador Marco Maciel (DEM-PE), em discurso nesta segunda-feira (2), frisou a importância da educação, apontando-a como o "maior desafio ainda não respondido" do Brasil. Na opinião do senador, é urgente "tornar realidade fática" as conquistas da Constituição de 1988, para a superação das disparidades sociais do país.
Marco Maciel mencionou dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre a qualidade da educação no Brasil: apenas 1/5 dos alunos das escolas públicas das capitais aprendeu o que devia; cerca da metade dos concluintes dos cursos de ensino fundamental chega ao término sem saber ler e nem escrever.
Além disso, nas 27 capitais brasileiras só os alunos das escolas públicas do Recife e de Campo Grande conseguiram aprender o suficiente em Língua Portuguesa ao final do 9º ano e, no 5º ano, apenas três de dez alcançaram conhecimento suficiente no idioma. Apenas 41% dos municípios brasileiros elaboraram o Plano Municipal de Educação, autonomia concedida a eles com a Constituição.
No Brasil, afirmou o senador, as carências acumuladas em educação em geral e em formação profissional especializada são entraves à revolução digital, o que cria um grande fosso digital. Ele salientou que o acesso a essas tecnologias modernas "torna-se um dos principais instrumentos da democratização ao potencializar a igualdade de oportunidades".
Marco Maciel enfatizou a necessidade de se ultrapassar a "herança da escravidão", afirmando que a discriminação econômica gerou a exclusão social. Para ele, o caminho da ascensão social passa pela igualdade jurídica, pela participação política e pela igualdade econômica rumo a maiores oportunidades de emprego e participação na vida pública.
A exclusão social, acrescentou, além de trazer a desigualdade de oportunidades, gerou consequências que contribuem para agravar a discriminação racial e não será vencida se o país se ativer às consequências sem a remoção das causas. O Brasil hoje é o maior país fora da África com mais negros e afrodescendentes - parcela da população que sofre com a discriminação.
Marco Maciel citou ainda artigo de Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU e Al Gore, ex-presidente dos Estados Unidos, publicado pela Folha de S. Paulo na semana passada, mostrando que os planos de estímulo econômico para conter a crise mundial estão na "ordem do dia". Mas o texto, acrescentou, aponta também a necessidade de adoção de políticas em favor dos pobres, do "mundo em desenvolvimento sem possibilidade de contrair empréstimos ou de imprimir dinheiro para atenuar os efeitos devastadores dos choques econômicos".
- Isso significa [que é preciso] aumentar a ajuda externa ao desenvolvimento. Significa reforçar também e, sobretudo, as redes de segurança social e significa também, e especialmente, dar prioridade à educação - afirmou.
O parlamentar foi aparteado pelos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Papaléo Paes (PSDB-AP), que manifestaram apoio às suas palavras.
02/03/2009
Agência Senado
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