Marcon reafirma críticas ao presidente Fernando Henrique
O deputado Dionilso Marcon (PT) afirma que tem pelo menos dez motivos para acreditar que uma verdadeira quadrilha do colarinho branco age no interior do governo FHC. O parlamentar se refere aos fatos que justificam o pedido de instalação da CPI da Corrupção. Em resposta às críticas do presidente regional do PSDB, Jorge Gobbi, Marcon afirma que quem extrapola todos os limites é o presidente da República. “O que se pode pensar de um presidente que levou o País ao apagão, editou mais de 5 mil medidas provisórias, superando até a ditadura militar, e a cada dia surpreende a população com um novo escândalo”, questiona.
Em um ponto, Marcon concorda com Gobbi: o carimbo de ladrão não serve para FHC. “Ladrão é quem rouba galinha para comer. O presidente está em outro patamar, ou seja, muito próximo daqueles que favoreceram uma empresa americana no Caso Sivan, daqueles que retiraram R$ 40 bilhões dos cofres públicos para salvar banqueiros e daqueles que favoreceram bancos privados com informações privilegiadas por ocasião da desvalorização do real”, assinala.
Ele cita também pesquisa de opinião publicada pela Revista Veja que mostra a queda da popularidade e a falta de confiança que a população tem em relação ao presidente. “A pesquisa mostra uma clara insatisfação com o governo Federal, cujas principais marcas, segundo os entrevistados, são as denúncias, a corrupção e as privatizações”, lembra.
Para o parlamentar, é preciso ter muita coragem para defender publicamente o presidente da República e o ministro Pratini de Moraes. Ele considera que o encaminhamento de seu discurso à Comissão de Ética da Assembléia, como quer o presidente do PSDB, será uma oportunidade para que possa apresentar aqui no Rio Grande do Sul os documentos que embasam o pedido da CPI da Corrupção. “A oposição gaúcha faz de conta que tudo está na mais absoluta normalidade. Pois eu farei questão de trazer cópias dos documentos para mostrar à população gaúcha o que eles tentam encobrir lá em Brasília”, conclui.
06/06/2001
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