Maria do Carmo não aceita salário mínimo menor do que preço da cesta básica



A senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) disse nesta quinta-feira (5), em Plenário, que o salário mínimo não pode de forma alguma ser inferior ao preço da cesta básica, como acontece neste momento.

- Isso significa colocar o trabalhador que recebe o mínimo abaixo da linha da indigência, uma vez que o salário sequer seria capaz de alimentar a ele próprio e a sua família - afirmou a senadora.

Maria do Carmo lembrou que o preço da cesta básica já subiu 25% em 2002, e que isso não pode ser ignorado pelo próximo governo. Segundo a senadora, a inflação é o mais iníquo dos tributos, e o que mais concentra a renda. Prova disso, observou, é a história dos últimos oito anos, desde a implantação do Plano Real. Com a estabilização, disse a senadora, houve -sensível melhora, senão nos índices de distribuição de renda, pelo menos nas estatísticas sobre pobreza e sobre renda real do trabalhador-.

- Tais conquistas foram, entretanto, parcialmente revertidas após a desvalorização cambial do começo de 1999, que provocou alta de preços, e agora quase totalmente revertidas com a nova desvalorização cambial ocorrida nos últimos meses, desta vez com conseqüências ainda mais profundas nos reajustes de preços - disse.

Maria do Carmo teme que o salário mínimo, mesmo reajustado para R$ 240 em março, não acompanhe o valor da cesta básica. O valor líquido, observou, seria de R$ 224, porque há o desconto de 8% para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A senadora lamentou também que Aracaju, capital do Sergipe, estado que ela representa, tenha a mais cara cesta básica do Nordeste, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).



05/12/2002

Agência Senado


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