Memorial: Temporada 2007 da Jazz Sinfônica traz grandes arranjadores e jazzistas



No decorrer do ano, a Jazz se apresentará duas vezes por mês no Memorial

O concerto da Orquestra Jazz Sinfônica que reverenciou o compositor Tom Jobim no aniversário de São Paulo – 25 de janeiro de 2007 - atraiu um excelente público ao Auditório Simón Bolívar. Um bom número de pessoas teve de voltar para casa sem assistir o espetáculo para evitar os perigos da superlotação. Mas elas terão a oportunidade de ouvir a Jazz Sinfônica gratuitamente já em fevereiro, quando novamente no Memorial a orquestra homenageará o frevo, que está completando 100 anos em 2007.

No decorrer do ano, a Jazz se apresentará duas vezes por mês no Memorial. Uma no projeto “Prata da Casa”, com repertório e solistas da própria orquestra e com entrada franca. E outra trazendo convidados especiais e com venda de ingressos.

Assim como Tom Jobim, a Jazz Sinfônica atua na fronteira entre a música erudita e a popular, daí o casamento perfeito entre os dois. Tom Jobim foi o primeiro convidado a se apresentar com a Jazz, isso em 1990. Tornou-se o padrinho e inspirador da carreira musical de uma das orquestras que mais se expande no Brasil.

Indagado depois do concerto qual o segredo para tanto sucesso da Jazz, o maestro Cyro Pereira, arranjador histórico da orquestra, respondeu com seu olhar maroto peculiar: “O segredo da jazz é pegar música popular e dar um tratamento sinfônico caprichado, todo cheio de paetês. Uma moça muito bonita mas mal trajada, ninguém olha para ela. Mas se você der um banho de loja nela, todo mundo vai olhar...”

Ao longo do concerto de 25 de janeiro, muitas vezes o público logo reconhecia sucessos de Tom Jobim, como “Chovendo na roseira” e “Samba do avião” e, levados pelos sofisticados arranjos sinfônicos, iam repassando a própria vida; enquanto em outros momentos se surpreendiam pelo vigor de obras pouco conhecidas do compositor, como um dos movimentos da sinfonia composta por Jobim para a inauguração de Brasília chamado “Homem”.

O espetáculo teve a medida certa entre o familiar e o novo e encontrou o ponto entre o erudito e o popular. “Estive pensando neste concerto desde o final do ano passado, tentando amarrar as obras para fazer um belo concerto para São Paulo aproveitando o aniversário de Tom Jobim. Um concerto também é uma obra completa – a gente tem que pensar o fluxo da música com começo, meio e fim”, disse o maestro Fábio Prado.

Este ano de 2007 da Orquestra Jazz Sinfônica – cuja assinatura começa a ser vendida em fevereiro – promete. A temporada é aberta em abril pelo brilhante arranjador brasileiro Eumir Deodato, radicado nos EUA desde 1967 e há anos sem se apresentar no Brasil. E é fechada em novembro pelo jazzista americano Stanley Jordan. Entre um e outro, destaques como Morais Moreira e o saxofonista porto-riquenho David Sanches.

O casamento entre a Orquestra Jazz Sinfônica e o Memorial é perfeito. “O Memorial é praticamente a nossa casa. A estréia da orquestra foi aqui. E com o apoio da instituição pudemos avançar. Sempre é um prazer tocar aqui

01/29/2007


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