Mercadante: Brasil superou crise pode crescer 5% em 2010
Ao fazer, nesta quarta-feira (14), uma análise da situação do Brasil pós-crise econômica mundial o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que o país vive um momento extraordinário de estabilidade política e econômica, crescimento, inclusão social, prestígio diplomático e projeção internacional, apontando a necessidade de uma agenda positiva que permita um planejamento estratégico especialmente em logística e infraestrutura.
- Nós sempre achávamos que o Brasil era o país de futuro. O futuro chegou e é extremamente promissor. Daremos um grande salto de qualidade - afirmou o senador, citando indicadores que, segundo ele, mostram a consistência, a amplitude e a força da retomada do crescimento econômico no Brasil, e a qualidade da resposta que o país deu à crise econômica internacional.
Mercadante citou a criação, em setembro, de 293 mil novos postos de trabalho, um recorde deste ano; o aumento de 29,7% na movimentação aeronáutica em setembro, em comparação com o ano anterior; e o recorde histórico de vendas de automóveis, com 307 mil veículos comercializados. O senador ressaltou que os dados mostram uma retomada consistente do crescimento econômico, com exceção de alguns setores exportadores, que continuam enfrentando um cenário externo adverso, uma vez que a economia mundial continua em recessão.
Na avaliação do senador, isso foi possível por causa do papel dos bancos públicos, BNDES, Caixa e Banco do Brasil, que em dezembro do ano passado respondiam por 48% da oferta de crédito e que, em meados deste ano, já eram responsáveis por 88% do crédito. Ele apontou ainda a decisão do governo de desonerar setores estratégicos da economia, como automóveis, linha branca, eletro-eletrônico e construção civil. O senador também assinalou a manutenção dos programas sociais do governo, que tiraram 20 milhões de brasileiros da pobreza, gerando um forte mercado interno de consumo, que hoje sustenta esses indicadores de recuperação de crescimento da economia.
Mercadante lembrou também o superávit comercial de mais de US$ 20 bilhões e as reservas cambiais brasileiras de mais de US$ 230 bilhões e afirmou que a crise "já ficou para trás", manifestando a sua expectativa de que o Brasil possa crescer, no próximo ano, entre 4,5 e 5%.
O parlamentar também apontou os desafios a serem enfrentados pelo país, como a reforma tributária, a criação do seguro agrícola e a necessidade de atenção à taxa de câmbio. Ele assinalou que o câmbio brasileiro está se apreciando, uma vez que o país está atraindo investimentos externos. Mercadante também manifestou a sua preocupação com a situação fiscal, devido à desoneração a que o governo teve que recorrer para enfrentar a crise. Como o governo, ao mesmo tempo, manteve os investimentos e as políticas sociais, disse o senador, fragilizou a situação das finanças públicas. Avisou, no entanto, que a situação fiscal do Brasil "é muito mais cômoda que qualquer economia desenvolvida nesse momento".
Mercadante disse que é preciso manter a dívida pública sob controle para permitir que os juros continuem caindo no futuro e que o Brasil saia da crise com as contas externas "totalmente favorecidas e as contas públicas melhoradas".
- O cenário que se abre para o futuro do Brasil é um cenário que a minha geração talvez não tenha podido assistir até esse momento - disse o senador, lembrando, ainda, as descobertas de petróleo na camada pré-sal, que tornarão o país a oitava potência exportadora de petróleo.
14/10/2009
Agência Senado
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