Mil pessoas por mês descobrem os tesouros do Arquivo do Estado



Dono de acervo impressionante, instituição serve tanto a pesquisadores quanto à população

Um dos maiores do país, o Arquivo Público do Estado de São Paulo se destaca pelos   seus  números.  A  instituição mantém sob  sua  guarda  quase  22 quilômetros   lineares   de   documentação   textual,  além  de  um  acervo iconográfico com  mais  de 1,5 milhão de imagens divididas em fotografias, negativos e ilustrações, de origem pública e privada, uma biblioteca com 39 mil  volumes  e  uma hemeroteca  com 1.210  títulos de jornais em papel e microfilme.

A  instituição  atende  mensalmente cerca de mil pessoas e tem duas funções essenciais.  A primeira diz respeito à preservação de documentos históricos para  consulta  de cidadãos  e análise crítica de pesquisadores. A segunda função é  implementar  uma política estadual de gestão de documentos. Hoje vinculado à Secretaria da Casa Civil, o Arquivo Público do Estado pertencia à Secretaria da Cultura até julho do ano passado. A mudança recente ocorreu com   o objetivo  de  melhorar  ainda  mais  o  serviços  prestados pela instituição.

O Arquivo à disposição

Qualquer  pessoa  pode  consultar  o  acervo  do Arquivo Público do Estado. Aberto  de  terça  a sábado, o público pode fazer consultas das 9h às 17h – sendo 16 horas o horário limite para solicitação de material. O Arquivo tem uma  freqüência bastante diversificada. “Somos procurados por pesquisadores de  pós-graduação  e  graduação, estudantes de Ensino Médio e jornalistas”, descreve  o professor Lauro Ávila, diretor do Departamento de Preservação e Difusão da Memória.

Mas  há  também  cidadãos  comuns  que  procuram  o  local  para  consultar documentação  cartorial  sobre terras e propriedades, documentação do DEOPS (Departamento   Estadual   de  Ordem  Política  e  Social),  para  fins  de indenização,  e  documentos  sobre imigração, para obter cidadania de outro país ou para completar sua genealogia.

Para  auxiliar  quem  o  procura,  o Arquivo realiza serviços de reprodução digital  de documen os ou em microfilme, leitura paleográfica e transcrição de manuscritos. Também produz certidões para fins legais.

Como consultar

O  agendamento  de  horário  é  necessário apenas para consulta a materiais iconográficos     e     pode     ser    feito    por    telefone,    e-mail ([email protected]) ou no próprio Arquivo. Para as   demais   consultas,   basta  preencher  um  cadastro  na  portaria  da instituição.

O contato com material do acervo do Arquivo é permitido somente no salão de consultas,  que recebe tanto pesquisadores quanto os demais freqüentadores. A diferença está no atendimento a grupos, feito em local separado escolhido de  acordo  com  o  número de pessoas. O salão dispõe de mesas individuais, sala  com  treze  leitoras de microfilmes e cinco mesas próximas a tomadas, que possibilitam o uso de notebooks, além de três terminais de consulta com bancos de dados.

Como  o  acervo  do  Arquivo  é  formado  por  documentos originais, não há realização  de  empréstimo.  Mas  é possível solicitar a cópia do documento consultado.  A reprodução é feita por digitalização do documento. Depois de microfilmado,  o  conteúdo  é digitalizado e gravado em CD. A microfilmagem custa R$ 1,20 por documento assim como a digitalização. O CD sai a R$ 2,00. “Em  alguns  casos,  quando  o  documento  já  está  microfilmado,  só  são necessárias a digitalização e a gravação em CD. Em outros, é possível fazer a  digitalização  e  a gravação do documento original, sem a necessidade da microfilmagem”,  explica  Haike  Roselane,  diretora do Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa.

O  prazo  de  entrega  é de 15 dias. O CD pode ser retirado pessoalmente ou enviado  por  Sedex.  Neste  último  caso, o custo do envio fica a cargo do solicitante.  Para  algumas  consultas,  como  à  documentação  do DEOPS, o pesquisador  assina  um  termo  de responsabilidade sobre o uso que fará da informação obtida no documento.

A  consulta  de  jornais  ou  livros  ocorre  de modo semelhante aos demais documentos:  o  consulente  procura  pelo  documento  que  deseja em fichas remissivas  ou  em  um  banco  de dados. “Em caso de dúvida, ele pode pedir auxílio  à  equipe  do setor de consultas, que conhece o acervo muito bem e saberá prestar a devida orientação”, afirma Haike.

O  usuário  pode  solicitar  até três documentos por vez, mas o manuseio do material  deve  ser  feito  por  unidade,  para garantir  a integridade do material.  Para isso, é obrigatório o uso de luvas descartáveis, fornecidas pelo Arquivo.

Campeões de consulta

Entre os pesquisadores, há predileção por documentos manuscritos do período colonial e do Brasil Império. Já os estudantes de Ensino Médio utilizam com mais  freqüência  o  acervo  de  jornais,  a  hemeroteca, em busca de fatos cotidianos  de  épocas passadas. “Além disso, também tem bastante procura a documentação  sobre  imigração e o acervo iconográfico do Arquivo”, explica Ávila.

Na internet

O  site do Arquivo Público é um bom ponto de partida. Lá o público encontra o  guia  do  acervo  que  dá  uma  visão geral da documentação que pode ser encontrada nas dependências da instituição.

Há  ainda  uma  boa parte do acervo disponível para consulta on-line. Nessa área,  o conteúdo mais procurado é o do Jornal Última Hora, digitalizado no ano  passado.  O  jornal, que circulou de 1951 a 1971, cobriu um período de efervescência  da  história  nacional.  Representou um marco na história da imprensa  nacional por conta da  inovação estética e temática que trouxe ao jornalismo.  Foi  o único jornal brasileiro a ser publicado simultaneamente em  sete  cidades:  Rio  de Janeiro, São  Paulo, Niterói, Belo Horizonte, Curitiba,  Porto Alegre e Recife. “Por estas razões, o jornal Última Hora é um  dos  itens  mais  acessados  no  site  do  Arquivo,  principalmente por jornalistas  e  pesquisadores  da área de história ou comunicação”, explica Haike.

Histórica, a revista on-line herdeira da versão impressa, publicada entre 2000 e 2005, é uma iniciativa do Arquivo Público do Estado com periodicidade bimestral,  disponível  no  site  da  instituição.  “É  um  espaço para que pesquisadores   de   História,   Arquivística, Arqueologia,  Antropologia, Sociologia  e  demais  estudiosos da  área  de  humanidades divulguem suas produções”, explica o professor Lauro Ávila.

Voltada  para  o  público  acadêmico  e interessados em História de maneira geral,  a  revista privilegia textos que retratam a história de São Paulo e aqueles  produzidos  a partir  dos  documentos  do acervo do Arquivo. “Nas edições em  que trabalhamos com dossiês, as temáticas são eleitas tendo em vista  eventos  regionais  e nacionais que acontecem durante o ano ou mesmo algum projeto que estejamos desenvolvendo”, completa o professor.

Serviço

Arquivo Público do Estado de São Paulo

Rua Voluntários da Pátria, 596

São Paulo - SP

Cep 02010-000

Próximo à Estação Tietê do metrô

Telefone: 11 2221 4785

Mariana Garbin com Arquivo Público do Estado de São Paulo



08/11/2008


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