Ministério da Saúde lança campanha de combate à hanseníase
Como parte das ações que marcam o Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (14) uma campanha educativa dirigida à população e aos profissionais de saúde. Com slogan “Hanseníase tem cura”, a campanha orienta os profissionais de saúde a identificar os sinais e sintomas da doença visando o diagnóstico precoce.
A ação será concentrada em todas as capitais e nas cidades com mais de 100 mil habitantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além da Baixada Fluminense, das regiões metropolitanas de São Paulo e Belo Horizonte e do norte de Minas Gerais. Estas áreas são consideradas, pelo Ministério da Saúde, como prioritários para ações de combate à doença por concentrarem a maioria dos casos.
Serão divulgados materiais, como cartazes para a população, e-mail informativo aos profissionais de saúde, spot de rádio, outdoors e campanhas na internet, especialmente nas redes sociais. Em dois estados e no Distrito Federal também serão desenvolvidas outras atividades. Em Brasília, uma carreta da Fundação Novartis ficará estacionada, de 14 a 17 deste mês, na Rodoviária do Plano Piloto para realizar diagnósticos e orientar a população sobre a doença. Também serão desenvolvidas atividades em duas linhas de trem geridas pela Fundação Vale.
O secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa ressalta que a campanha é de fundamental importância para conscientizar à população sobre a existência da doença e também sobre a disponibilidade do tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Recursos
O Ministério da Saúde vem apoiando os estados e os municípios que ainda apresentam maior concentração da doença e que estão localizados, principalmente, nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No final do ano, foram disponibilizados R$ 15,6 milhões a 40 municípios prioritários para a implantação de ações inovadoras que acelerem o combate à hanseníase e esquistossomose. Essas cidades detêm 24% dos casos novos de hanseníase diagnosticados no País.
Os recursos devem ser aplicados em ações, aprovadas pela Secretaria de Vigilância em Saúde, com foco na busca de casos suspeitos, exames de contatos, integração com a Estratégia Saúde da Família e outras ações que eliminem os focos de transmissão da doença.
Escolares
Em 2013, o Ministério da Saúde realizou uma campanha inédita nas escolas para diagnóstico de casos suspeitos de hanseníase e tratamento coletivo de geohelmintos em 852 municípios, considerados prioritários. A campanha teve como objetivo a detecção de casos novos de hanseníase entre menores de 15 anos. “A partir destas análises foi possível identificar - nas famílias e nas comunidades - adultos portadores da hanseníase, que podem ter sido a fonte de infecção das crianças”, explicou o Secretário de Vigilância em Saúde. Segundo ele, quando há um caso em criança é porque existe um adulto próximo ainda sem diagnóstico e tratamento.
Foram submetidos ao exame inicial cerca 3,8 milhões de alunos, dos quais 243 mil foram encaminhados para avaliação nas unidades de saúde, sendo confirmados para a doença cerca de 300. Além disso, pela primeira vez no País, foi realizado o tratamento coletivo para verminoses, que alcançou 2,8 milhões de crianças. O Ministério da Saúde irá realizar nova campanha nas escolas, prevista para o primeiro semestre deste ano, acrescentando mais 150 municípios, totalizando cerca de 1.000 municípios.
Queda
A taxa de prevalência de hanseníase caiu 65% nos últimos 10 anos, passando de 4,33, em 2002, para 1,51 por 10 mil habitantes, em 2012. A queda é resultado das ações de combate à doença, intensificada nos últimos anos.
Em 2012, o coeficiente de detecção foi de17,17/100 mil habitantes na população em geral. Em menores de 15 anos, o coeficiente foi de 4,81/100 mil habitantes, redução percentual acumulada de 40% na comparação com o período de 2003 (7,98/100 mil habitantes) a 2012. Cinco estados apresentam coeficiente de prevalência acima de três casos por 10 mil habitantes (Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Pará e Rondônia) e três estados a menor taxa de prevalência (Rio Grande Sul com 0,12/10 mil habitantes; Santa Catarina 0,29/10 mil e São Paulo 0,34/10 mil).
Monitoramento
Entre as ações adotadas pelo Ministério da Saúde, também se destaca o Monitoramento para Eliminação da Hanseníase, realizado com apoio da Organização Pan-Americana/Organização Mundial da Saúde, que coletou dados em 60 municípios. Foram pesquisadas 164 unidades de saúde de todo Brasil, representando 27% da população brasileira (52,8 milhões). Os municípios selecionados foram os que apresentam maior carga da doença e concentram 60% dos casos.
Foram examinados 6.170 prontuários, realizadas 656 entrevistas com pacientes e com 279 com profissionais de saúde. No monitoramento, ficou constatado que 87,5% dos municípios brasileiros oferecem serviços de diagnóstico e tratamento para hanseníase. Também se observou na pesquisa redução da proporção de casos com grau dois de incapacidade física, de 18%, quando comparado os anos de 2007 e de 2011, demonstrando que o diagnóstico precoce está crescendo.
A ampliação da oferta de tratamento nas unidades públicas de saúde; o fortalecimento da busca ativa de casos para o diagnóstico precoce e tratamento oportuno, além do aumento da capacidade de profissionais para realizar diagnósticos também são medidas que vem sendo adotadas para a eliminação da doença. O Ministério da Saúde repassa, regularmente, a estados e municípios recursos para as ações de vigilância, prevenção e controle de doenças, inclusive para a hanseníase, por meio do Piso Financeiro de Vigilância em Saúde. Em 2013, esses recursos totalizaram R$ 1,3 bilhão.
Fonte:
14/01/2014 17:33
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