Ministério da Saúde lançará campanha pela doação de órgãos



Em comemoração ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, o Ministério da Saúde (MS) realizará campanha para conscientizar a sociedade sobre a importância desse ato. Segundo organizações ligadas à área de saúde, o Brasil não realiza maior número de cirurgias porque a maioria das potenciais doações não é notificada aos órgãos competentes.

Essa situação se verifica, por exemplo, no estado do Amapá. Segundo a assessoria do senador Papaléo Paes (PSDB-AP), o baixo percentual das doações no estado se deve à falta de mecanismos que facilitem o total aproveitamento dos órgãos disponíveis.

No estado de Mato Grosso do Sul, declarou a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), as pessoas que esperam pelo transplante enfrentam dificuldades quanto ao atendimento em hemodiálise. Com base em queixa de cidadãos em seu estado, informou a senadora, ela procurou conhecer as condições em que esses serviços são ofertados à população e não encontrou informações.

Assim, a senadora enviou ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pedido de informações sobre o assunto. Ela não descarta a possibilidade de pedir audiência pública no Senado para conhecer a situação em que se encontra a prestação dos serviços de hemodiálise no país.

Doadores

São potenciais doadores os pacientes que sofreram morte cerebral ou pessoas que manifestam a vontade de doar órgãos, normalmente a familiares. Os familiares precisam autorizar por escrito a retirada dos órgãos.

A retirada e o implante dos órgãos dependem de decisões e ações rápidas, além da compatibilidade sanguínea. Coração, pulmões, fígado e pâncreas podem ser transplantados apenas quando removidos após a morte encefálica e antes da parada cardíaca. Para serem aproveitados, os rins podem ser retirados até 30 minutos após a parada cardíaca. Já córneas e ossos podem ser retirados até 6 horas após a parada cardíaca.

No caso de doadores vivos, a pessoa precisa ter boas condições de saúde, ser maior de 21 anos e concordar com a doação. Quando não há relação familiar entre o doador e o receptor do órgão, o transplante só poderá ser feito em condições especiais e com liberação judicial.

Ranking

Apesar dos problemas, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking dos países que mais realizam transplantes a cada ano, informa o Ministério da Saúde. A maioria - mais de 90% dessas cirurgias - é feita pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O índice de sucesso das cirurgias passa de 80%, informa o ministério.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de transplantes de órgãos no Brasil cresceu 16,4% no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a junho deste ano, foram realizados 2.367 transplantes de órgãos de doador falecido. Nos primeiros seis meses de 2009, foram 2.033 cirurgias nesta modalidade contra 1.688 procedimentos realizados no primeiro semestre de 2008 pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Com exceção do coração, verifica-se aumento do número de transplante dos outros órgãos. Segundo dados do primeiro semestre dos últimos três anos, rim é órgão mais transplantado, com 994 cirurgias em 2008; 1224, em 2009; e 1486, em 2010. O menos transplantado é pâncreas. No primeiro semestre de 2008, não houve nenhum transplante. Já no mesmo período de 2008 aconteceram 22 cirurgias e, em 2009, foram 32.

Também o número de doadores de órgãos cresceu. No primeiro semestre deste ano foram 963 doadores efetivos. Em 2009, esse número foi de 818 doadores, o que representa um crescimento de 17%. O estado que apresentou maior índice de doadores foi São Paulo, com 22,76 doadores por milhão da população (ppm). Em seguida, está Santa Catarina (17 ppm), Distrito Federal (16,88 ppm), Espírito Santo (16,06 ppm) e Ceará (15,68 ppm). Os resultados positivos, de acordo com o MS, devem-se ao aprimoramento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e à qualificação do processo de captação de órgãos. 



24/09/2010

Agência Senado


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