Ministro defende desenvolvimento de tecnologia para proteção de dados



O ministro da Defesa, Celso Amorim, voltou a defender a necessidade de o Brasil desenvolver tecnologias próprias para a proteção de suas infraestruturas e redes de transmissão de dados. “Só teremos segurança nesse campo se desenvolvermos tecnologias nacionais, tanto em hardware quanto em software, suscetíveis de evitar a existência dos chamados backdoors”, disse.

A manifestação de Amorim ocorreu na manhã da última sexta-feira durante aula magna proferida aos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) no bairro da Gávea, na capital fluminense.

Durante sua exposição, intitulada Segurança Internacional: Novos Desafios e o Papel do Brasil (acesse a íntegra da aula magna), o ministro enfatizou a relevância da área cibernética no mundo atual. “A cibernética tem sido tratada por muitos autores como uma nova dimensão da guerra, para além das dimensões terrestre, naval, aérea e espacial”, observou.

Amorim lembrou que o setor cibernético é, ao lado do nuclear e do espacial, uma das áreas definidas como prioritárias pela Estratégia Nacional de Defesa (END), documento que contém as diretrizes da defesa brasileira, e cuja atualização foi recentemente aprovada pelo Congresso Nacional.

Segundo o ministro, o setor cibernético é parte do esforço que vem sendo empreendido pelo país para ampliar sua dissuasão e nacionalizar sua produção. “Hoje o desenvolvimento de capacidades autônomas na indústria de defesa é um objetivo fundamental de nossa política”, ressaltou.

No decorrer da aula, o ministro da Defesa mencionou as recentes denúncias de espionagem eletrônica de cidadãos, empresas e órgãos estatais brasileiros, incluindo a Presidência da República, pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). Essa denúncias levaram a presidenta Dilma Roussef a adiar a viagem que faria este mês a Washington.

Amorim reproduziu as palavras da presidenta do Brasil na abertura da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no mês passado, alertando a comunidade internacional para a necessidade de se evitar o uso do espaço cibernético como arma de guerra, por meio da espionagem e ataques contra sistemas de outros países.

Ele também classificou como “infundada e descabida” a utilização da ideia de combate ao terrorismo como justificativa para a coleta de informações de cidadãos e órgãos públicos de países como o Brasil.

Grupo de defesa cibernética
No início de setembro, o Ministério da Defesa criou um grupo de trabalho para estudar medidas com o objetivo de fortalecer os mecanismos de proteção das redes das instituições que compõem a defesa nacional, tais como os comandos das três Forças Armadas e o próprio Ministério.

O ato de constituição do grupo dá a ele 60 dias para elaboração de relatório com as conclusões finais e recomendações. O grupo tem realizado encontros e levantamentos de dados e informações, e contado com o apoio de especialistas.

Em entrevista à imprensa após a aula magna, Amorim afirmou que o Brasil não é a única nação a estar sujeita a eventuais ataques cibernéticos. “Todos os países do mundo são vulneráveis a esses ataques em grau menor ou maior”, disse. “A questão não é saber se estamos preparados. E sim se estamos nos preparando. E a esse respeito posso dizer que, sim, nós estamos”, completou.

Fonte:
Ministério da Defesa



14/10/2013 11:05


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