Ministro interino e secretário-geral da Fifa reforçam confiança em Curitiba



Maior preocupação em relação aos prazos estabelecidos para a Copa, a Arena da Baixada, em Curitiba, foi o principal tema da coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (23), no Maracanã, após reunião de diretoria do Comitê Organizador Local (COL), no Rio de Janeiro. Perguntados pelos jornalistas sobre a possibilidade de Curitiba ficar fora do Mundial, tanto o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, quanto o secretário executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, fizeram questão de reforçar a confiança nas ações tomadas pelo governo federal, pelo governo do Paraná e pela prefeitura de Curitiba para evitar qualquer mudança nos planos já estabelecidos.

 “Nós assumimos – o Brasil, o governo federal, os governos municipais e estaduais e os parceiros privados envolvidos na organização da Copa – um conjunto de compromissos e fornecemos garantias. Nós não aceitamos a realização da Copa em estádios que não atendam todos os compromissos e garantias que foram firmados. Na situação que se apresentou em Curitiba, por conta da responsabilidade que move a todos nós, medidas adicionais tiveram que ser adotadas. Nós achamos que, com a implementação dessas medidas, podemos garantir a entrega do estádio. Nós temos confiança de que resolveremos esse desafio e que Curitiba será mantida como sede", disse Luis Fernandes.

 O secretário executivo lembrou que, antes da Copa das Confederações, havia preocupação similar em relação à Arena Pernambuco, em Recife. “Houve muita dúvida se Recife poderia ser confirmada. A preocupação foi externada, todos os atores envolvidos tomaram as medidas necessárias e o estádio foi entregue com condições.”

 O próprio Maracanã, recordou Luis Fernandes, palco da final da Copa das Confederações, era dúvida poucos meses antes do evento. "Estivemos sobrevoando o Maracanã no fim de março do ano passado, depois de chuvas torrenciais no Rio, e o estádio era um lamaçal naquele dia. E isso nos preocupava. Houve um entendimento de todos os atores envolvidos e medidas e esforços foram tomados. Então, estamos confiantes de que essas medidas acertadas serão efetivamente implantadas. Teremos um acompanhamento disso e teremos no dia 18 de fevereiro a confirmação de Curitiba como sede da Copa”, ressaltou.

 Desafio e integração

Para Valcke, o atraso na Arena da Baixada é um desafio, mas pode ser superado. “É um desafio, não há a menor dúvida. Mas também seria um desafio mudar e realocar os quatro jogos. Não há solução fácil. E a melhor solução é podermos organizar esses jogos em Curitiba”, apontou.

O secretário-geral da Fifa frisou que a organização de uma Copa do Mundo é bastante complicada e exaltou o trabalho integrado feito com o governo brasileiro. “Talvez não seja preciso repetir, é um grande evento que estamos organizando. Há problemas e coisas para resolver até o último minuto. Contanto que estejamos trabalhando para resolver problemas, isso que importa. Pouquíssimos países poderiam organizar a Copa amanhã sem nosso apoio quase diário, nem a França poderia. A dimensão, amplitude e significado de um Mundial são enormes. Não estou chateado, não estou cansado. É um lindo País e somos uma bela equipe", resumiu.

 Valcke ainda tranquilizou os torcedores que assistirão aos jogos na capital paranaense. “Eu diria para os torcedores que eles podem comprar ingressos. Não sei quantos ainda restam, mas podem reservar seus voos para Curitiba.”

Empenho

 Durante rápida conversa com os jornalistas após visita à sede da Fifa em Zurique, na Suíça, a presidenta Dilma Rousseff também comentou o andamento das obras no País, a partir de pergunta sobre a Arena da Baixada, em Curitiba. "O governo brasileiro tem todo o empenho. E não é só nos estádios. Os estádios são obras relativamente simples. O governo tem todo o empenho para fazer a Copa das Copas. Isso inclui estádios, aeroportos, portos e as obras necessárias para que a gente seja o País que bem recebe a todos os que vem nos visitar. Quero deixar um recado: podem vir ao Brasil. Todos serão recebidos de braços abertos pelo povo brasileiro", completou.

 Ajustes operacionais

A 140 dias da abertura da Copa do Mundo, a preparação para o evento entrou em uma etapa decisiva, na opinião do secretário Luis Fernandes. Após reunião da diretoria do Comitê Organizador Local (COL) nesta quinta, ele enfatizou a necessidade de estabelecer novo padrão de funcionamento e atuação na organização do Mundial.

 “Para além da entrega dos estádios, temos de cuidar agora de todas as operações. O Brasil é um País de dimensões continentais, com vários níveis de governo, e temos que viabilizar para que cada um cumpra seu papel e funcione de maneira integrada”, acentuou, em coletiva à imprensa no palco da final do torneio.

 O secretário executivo destacou que os esforços feitos na organização já produzem resultados. “Tivemos aqui uma apresentação muito importante, por parte da Secretaria de Aviação Civil e da Agência Nacional de Aviação Civil. Eles nos apresentaram as medidas em curso para reorientar a malha aérea do País e garantir o atendimento da necessidade de viagem dos torcedores que virão acompanhar os jogos da Copa”, disse Fernandes.

 “Já foram autorizados mais de 1.900 voos, serão autorizados mais, e só essa primeira medida já resultou em significativa redução dos valores de passagens nos destinos da Copa”, completou o secretário-executivo, lembrando que medida semelhante será articulada com a rede hoteleira para que os mesmos resultados sejam alcançados nos valores de acomodação para os turistas durante o Mundial.

 Primeiro evento com as 32 seleções

A reunião no Rio de Janeiro encerrou o primeiro ciclo de visitas que o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, fez aos estádios e sedes em 2014. A comitiva da entidade, que também contou com autoridades do governo federal e integrantes do COL, como os ex-jogadores Cafu e Bebeto, passou por São Paulo, Cuiabá, Curitiba e Natal.

 A entrega da Arena das Dunas, na quarta-feira (22), na capital potiguar, foi destacada por Valcke, que fez questão de lembrar a data da próxima vinda ao Brasil: 18 de fevereiro, quando começa o seminário que vai reunir as comissões técnicas das 32 seleções participantes da Copa, em Florianópolis. “É um momento importante porque todas as seleções qualificadas estarão no Brasil e vão querer ver onde vão treinar, onde vão se concentrar, o estádio onde vão jogar. Temos muitas informações importantes para dar a elas nessa semana”, enfatizou.

 Complexidade e detalhes

Após tomar parte da comitiva que visitou São Paulo, Cuiabá, Curitiba e Natal, o ex-jogador Cafu, campeão do mundo em 1994 e 2002, se disse bem impressionando com o que viu. “Eu não tinha ideia da complexidade que é fazer uma Copa do Mundo nos mínimos detalhes, mas tive uma impressão muito boa de tudo o que vimos.”

 A opinião foi partilhada pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. “Eu fiquei feliz nessas visitas e vamos desenvolver todo o nosso trabalho para que realmente o Brasil realize uma grande Copa, demonstrando mais uma vez a nossa competência, nossa capacidade de organização.”

 A maior preocupação é quanto ao andamento das obras da Arena da Baixada, em Curitiba, mas o secretário-geral da Fifa e os representantes do COL optaram por dar um voto de confiança aos esforços dos governos federal, do governo do Paraná e da prefeitura da cidade paranaense em acelerar os trabalhos. “Lá em Curitiba, acho que está numa situação mais difícil, mas tenho certeza de que eles vão virar esse jogo. Esse é o objetivo da gente: trabalhar duro e incansavelmente. Eu sempre fui um cara que pensa positivo e acredito demais que o Paraná vai virar esse jogo”, acrescentou Bebeto.

Fonte:
Ministério do Esporte



23/01/2014 20:23


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