Moradores de assentamento em Itapeva constroem casas em sistema de mutirão
No local moram 400 famílias, em seis agrovilas
O assentamento rural Pirituba 2, em Itapeva, da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), foi beneficiado por 42 novas construções. No local moram 400 famílias, em seis agrovilas. As novas edificações, erguidas em mutirão, ficam em duas agrovilas. O projeto abrange 49 famílias – sete foram contempladas com reforma e ampliação, e 42 ganharam casas de alvenaria.
Desenvolvido com recursos do Programa de Tecnologia de Habitação (Habitare), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o projeto contou com tecnologias inovadoras, levando em conta a sustentabilidade socioambiental da construção e a redução de custo. Foram utilizados materiais alternativos, entre os quais uma viga laminada-pregada para cobertura.
Foi essencial o trabalho da marcenaria coletiva Madeirarte, tocada por mulheres e jovens do assentamento. As janelas, por exemplo, foram produzidas com madeira de plantios florestais. Os integrantes da Madeirarte aprenderam a utilizar equipamentos e assimilaram todo o processo de trabalho com a madeira: seleção, monitoramento de secagem, montagem e acabamento.
Com ampla participação das famílias assentadas em todas as etapas de produção, foi possível levantar as novas habitações, de 75 metros quadrados, com sala, varanda, cozinha, banheiro e três quartos. O custo aproximado de cada casa foi de R$ 9,5 mil. A finalização ocorreu em 2007 e agora as famílias estão instaladas.
Universidades – A iniciativa integrou o Programa Inovarural, que vigorou de 1998 a 2004, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A partir daí entraram recursos do Habitare, graças à ação do grupo interdisciplinar responsável – arquitetos, comunicadores, engenheiros civis e florestais reunidos no Grupo de Pesquisa em Habitação e Sustentabilidade (Habis).
O projeto envolveu a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP. Foi essencial, também, a participação do Itesp em Itapeva. Francisco Feitosa, da área de Desenvolvimento, trabalhou em conjunto com o Habis, para articular e acompanhar o processo de construção participativa das casas.
Como explicou Akemi Ino, professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da EESC, à Agência Fapesp, em 2004 as famílias obtiveram financiamento na Caixa Econômica Federal. “O canteiro começou em março, com a implantação paralela da marcenaria coletiva”, contou. Em 2005 vieram os recursos da Finep, para as obras propriamente ditas.
Da Fundação Itesp
01/29/2008
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