Museu da Língua Portuguesa abre mostra sobre Machado de Assis



Mostra ocupará o espaço para exposições temporárias no primeiro andar do museu até 26 de outubro

O Museu da Língua Portuguesa abriu ao público na noite desta segunda-feira, 14, a mostra Machado de Assis: “Mas Este Capítulo Não é Sério”. A mostra, que ocupará o espaço para exposições temporárias no primeiro andar do museu até 26 de outubro, relembra aquele que é considerado por muitos o maior escritor da literatura brasileira e uns dos maiores da literatura universal, Joaquim Maria Machado de Assis (1839-1908), no ano em que se completa o centenário de sua morte.

“Hoje todos reconhecem que a obra desse autor é substantiva para a literatura de língua portuguesa, senão para a literatura universal”, resumiu o governador José Serra no Livreto do Visitante, peça gráfica integrante da mostra. O governador, presente na abertura, também observou que “o Museu da Língua Portuguesa oferece com esta exposição a possibilidade de conhecer um pouco mais esse escritor que, passados quase 100 anos da sua ausência, cada vez mais nos encanta com sua bruxaria”.

Depois de conferir a mostra, o governador foi conhecer o Espaço Imprensa Oficial, instalado em uma área de 400 metros quadrados no lado oposto ao da bilheteria do Museu da Língua Portuguesa. O local abriga os livros publicados pela editora e por outras editoras universitárias do país. O local também dispõe de uma área especial para leitura. Além da sede, na Rua XV de Novembro, a Imprensa Oficial conta com outras duas filias na capital: uma no Poupatempo da Praça da Sé e outra na Junta Comercial, na Barra Funda. As unidades do Poupatempo de Campinas e Ribeirão Preto também contam com o serviço.

Mostra

A mostra tem coordenação geral de Ana Helena Curti, arquitetura de Pedro Mendes da Rocha, curadoria de Cacá Machado e Vadim Nikitin e consultoria de José Miguel Wisnik. Machado de Assis: “mas este capítulo não é serio” conta com apoio da Academia Brasileira de Letras e da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, co-patrocinadora e responsável pela impressão de todas as peças gráficas da mostra, fundamentais para sua realização (mais informações abaixo).

“Com essa exposição, queremos, além de homenagear Machado de Assis, dismitificá-lo sem tirar seu inegável mérito, aproximá-lo do leitor. Por isso, o título remete a um dos capítulos de Memórias Póstumas de Brás Cubas – o Capítulo CXXXII / Que não é sério –, e já mostra a visão crítica e por vezes irônica do autor para com tudo: a sociedade, suas personagens e sua própria obra. A exposição, como o autor e sua obra, não será sisuda, mostrará ao nosso grande público o prazer que causa ler qualquer um dos títulos do grande Machado de Assis”, explica Antonio Carlos Sartini, superintendente do Museu da Língua Portuguesa.

A exposição Machado de Assis: “Mas Este Capítulo Não é Sério” é, em grande parte, baseada na obra ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, publicada originalmente como folhetim, em 1880, e editada como livro no ano seguinte.

“A proposta dos curadores Cacá Machado e Vadim Nikitin e de José Miguel Wisnik, que atuou como consultor, é fazer com que o centenário aproxime os mais variados públicos desse autor, que tantas vezes levou a fama de clássico inalcançável ou de bibliografia escolar obrigatória”, conta Ana Helena Curti, coordenadora geral da mostra.

Logo na entrada, o visitante encontra o Capítulo C – Um homem célebre. Nesse espaço, ambientado como uma sala do século XIX, estão ícones do ambiente erudito em que Machado de Assis viveu e de suas paixões – caso da música clássica, representada por um piano e na sonorização do ambiente.

Ao passo que o visitante caminha, diferentes ambientes se sucedem, entre os quais Capítulo MDCCCLXXXIX – Medalhões, mostrando a dimensão que o nome do escritor tomou, inclusive com a nota de mil cruzados que trazia sua face; Capítulo I – O folhetinista, em que projeções multimídia remetem o Rio de Janeiro de Machado de Assis ao Rio de Janeiro atual; Capítulo XIV – Olhos de ressaca, onde imagens em uma penteadeira mostram olhos de mulheres do século XIX, em referência à personagem Capitu; e Capítulo XXX – Irreal Gabinete de Leitura, em que leitores famosos (como a atriz Malu Mader e o dramaturgo José Celso Martinez), e anônimos, como um policial militar e uma dona de casa, recitam obras distintas de Machado de Assis em cinco telas diferentes.

Por fim, no Capítulo MCMVIII – O delyrio, o espectador acompanha, por um corredor, a cronologia invertida do escritor, de sua morte ao nascimento, em montagem que relaciona os anos de vida Machado de Assis com a literatura e a história do Brasil à época.

Livreto do visitante

Cada pessoa que visitar Machado de Assis: “mas este capítulo não é sério” receberá um Livreto do Visitante, peça gráfica que faz parte da mostra. São 48 páginas que, a todo momento, interagem com a exposição e o visitante. “É uma nova forma expositiva que utilizamos; o espectador se surpreenderá com o conteúdo e o seu diálogo com o espaço dedicado a Machado de Assis”, revela Sartini. O Livreto foi viabilizado graças à parceria do Museu da Língua Portuguesa e do Instituto Brasil Leitor com a Imprensa Oficial do Estado, que co-patrocina a mostra e é responsável pela impressão de 250 mil exemplares do material e de todas outras peças gráficas.

“Para a Imprensa Oficial, é uma honra ajudar o Museu da Língua Portuguesa a contar a história de Machado de Assis, o maior gênio da nossa literatura. Essa exposição é um convite a voltar no tempo em que o escritor e seus célebres personagens viveram. É também um estímulo para que as novas gerações tenham contato com a obra do romancista", diz Hubert Alquéres, presidente da Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo.

Participaram da abertura da mostra o secretário da Justiça e Defesa da Cidadania, Luiz Antônio Marrey, a secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, o secretário da Cultura, João Sayad, e o presidente da Imprensa Oficial, Hubert Alquéres.

Manoel Schlindwein / Secretaria da Cultura



07/14/2008


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