Museu Goeldi realiza censo de população ribeirinha



A Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), mantida pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) na Floresta Nacional de Caxiuanã (Flona), serviu de base para o desenvolvimento de uma pesquisa relacionada à qualidade de vida das pessoas que vivem na floresta amazônica. A unidade de conservação está localizada entre os municípios de Portel e de Melgaço, no Pará.

Para o professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Hilton Silva, a ECFPn é uma área de pesquisa de campo com a melhor infraestrutura nas Américas. No entanto, há poucas informações sobre a biodiversidade do local e sobre a população ribeirinha.

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“Na Amazônia, apesar da grande área ainda ser preservada (85%), a quantidade de informações disponíveis sobre a biodiversidade e sobre as populações rurais ainda é muito limitada”, destaca o professor. Ao redor da estação existem três comunidades: o Laranjal, a Pedreira e Caxiuanã com mais de 190 habitantes e com estrutura populacional que indica alto índice de jovens.

No estudo foram coletados diversos dados que mostraram qual a situação fundiária, quais os tipos de moradia e condições sanitárias em que vivem os moradores da Flona. As residências têm, em média, dois cômodos. “Algumas poucas casas dispõem de painéis solares adquiridos por meio de um projeto do Museu Paraense Emílio Goeldi. Todos os domicílios são de madeira, palha, estuque ou uma combinação desses materiais, e cobertos de palha ou telhas de barro”, destacou o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA).

As condições sanitárias são consideradas precárias pelo professor. Apenas 7,1% das casas têm sanitários, que são externos, de madeira ou palha, e sobre buracos escavados no chão, onde os dejetos são depositados sem tratamento. Hilton alerta que essa situação favorece o desenvolvimento de doenças infecciosas e parasitárias transmitidas pela água como diarréias de diversas origens, amebíase, giardíase, cólera, hepatite, entre outras.

Os dados foram obtidos em levantamentos realizados, entre 2003 e 2005, em projetos voltados para a saúde e as interações entre os seres humanos e o meio ambiente da Amazônia.

Fonte:
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação



16/12/2013 17:00


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