Música: Ópera do Meio-Dia é alternativa inédita no horário do almoço
Apresentações são realizadas uma vez por mês no hall do Theatro São Pedro
“Parece que estou assistindo a uma novela”, disse entusiasmada a dona-de-casa Margarete Siqueira, ao acompanhar mais uma apresentação do programa Ópera do Meio-Dia, realizado uma vez por mês no hall do Theatro São Pedro. A fórmula inédita é resultado da experiência do tenor Mauro Wrona, que desde o ano passado está com o Projeto Ópera Estúdio na Universidade Livre de Música. Wrona cantou em vários teatros europeus – Bélgica, Espanha, Itália e Alemanha. Em 2000, retornou ao Brasil e fixou residência no Rio de Janeiro. Nessa época, aceitou o convite de Iacov Hillel, diretor de ópera do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, para assessorar montagens naquele espaço. O resultado da parceria foi a apresentação de 27 pocket operas nas escadarias do teatro.
No primeiro semestre, Wrona aceitou o convite de Vicente Amato Filho, presidente da Associação Paulista dos Amigos da Arte (Apaa) – entidade à qual o São Pedro está subordinado – para criar o atual projeto. “Foram quatro apresentações que encantaram o público e ajudaram os alunos de canto a obter experiência profissional. O repertório também auxilia na formação de platéias. Na exibição de La Bohème, foi preciso colocar mais cadeiras porque havia muita gente em pé”, diz. As apresentações, além de terem um narrador que comenta o enredo e os principais números, atraem as platéias por causa do cenário diferenciado (o hall do Theatro São Pedro) e dos figurinos, cedidos pelo Centro de Memória da Ópera.
Mundo operístico – Para o tenor Ossiandro Brito, que interpretou Dom Basílio no espetáculo O Barbeiro de Sevilha, “é uma oportunidade única para jovens cantores como nós, que conseguem mostrar seu trabalho a uma platéia interessada em conhecer mais do mundo operístico”. Vicente Amato Filho explica que o repertório da Ópera do Meio-Dia leva em conta o gosto popular: “No primeiro semestre foram apresentadas duas óperas de Mozart (Cosi Fan Tutte e As Bodas de Fígaro), por causa das comemorações dos 250 anos do seu nascimento, e outras duas conhecidas e admiradas pelo público, La Bohème, de Puccini, e O Barbeiro de Sevilha, de Rossini. Neste semestre, serão exibidas algumas árias das óperas mais conhecidas”. Nesta segunda temporada de apresentações, os cantores-estudantes serão substituídos por profissionais.
PRÓXIMAS ATRAÇÕES
Dia 15 de agosto – Será a vez das aventuras amorosas da cigana Carmen, de Bizet
Dia 26 de setembro – Os ouvintes conhecerão a história da jovem japonesa Cio-Cio-San, abandonada pelo marido norte-americano B.F. Pinkerton, em Madame Butterfly, de Giacomo Puccini
Dia 10 de outubro – Apresenta-se o bufão Rigoletto, de Verdi
Dia 14 de novembro – O público conhecerá o drama da cortesã Violeta Valéry, em La Traviata, de Verdi.
Maria Lúci
07/27/2006
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