Nações Unidas adverte para a falta d'água no mundo



Um relatório das Nações Unidas alerta para os riscos de um estresse hídrico no mundo. Segundo o documento, divulgado na última semana, os 6,1 bilhões de habitantes devem aumentar em 50% nas próximas cinco décadas. “Esse crescimento demográfico provocará pressão sobre os mananciais hídricos, cada vez mais prejudicados pela poluição. O resultado será a escassez de água, especialmente nas comunidades mais pobres”, afirma a deputada Cecilia Hypolito (PT), que volta nesta sexta-feira do Japão, onde falou sobre a realidade da Lagoa dos Patos durante a 9ª Conferência Mundial de Conservação e Manutenção de Lagos.

Segundo ela, que integra a Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado, o relatório informa que apesar da riqueza ter crescido no mundo, nas últimas décadas, cerca de 50% da população ainda recebem menos de dois dólares por dia. “A previsão é de que as piores repercussões dessa situação ocorram também sobre o ambiente, com a falta de água nas áreas em que ela será mais necessária. Em tese, cada ser humano precisa de 50 litros de água por dia para atender as suas necessidades básicas”, explica. No entanto, se prevalecer a taxa de crescimento populacional, em 2050, “cerca de 45% da população viverão em países que não poderão garantir o fornecimento mínimo de consumo de água”, afirma Cecilia, citando o relatório.

Para se ter idéia da gravidade do problema, o relatório afirma ainda que o mau uso das reservas hídricas poderá resultar na carência de alimentos, especialmente, para as camadas mais pobres da população, e no avanço da degradação ambiental. “É um círculo vicioso de pobreza e poluição ambiental.”

Autora do projeto de criação da Área de Proteção Ambiental (APA) das Lagoas,na região Sul do Estado, Cecilia diz que a campanha da sociedade contra a aprovação do projeto de privatização da água e do esgoto, proposto neste ano por Fernando Henrique Cardoso, assume importância ainda maior com a divulgação desse relatório. “Estamos lutando no Brasil contra mais uma tentativa de privatizar o que é e deve permanecer público. A água é essencial para a vida e para o desenvolvimento e não podemos permitir que ela se torne uma mercadoria, como querem FHC e as multinacionais”, critica Cecilia.



11/16/2001


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