Não haverá racionamento de água no mês de julho no Sistema Cantareira
Governador anunciou a decisão em coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira
Governador anunciou a decisão em coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira O governador Geraldo Alckmin anunciou na manhã desta quinta-feira, dia 5, que não haverá racionamento de água no Sistema Cantareira, em São Paulo, durante o mês de julho. Um conjunto de fatores permitiu, até o momento, a redução em 10% do volume de água produzido para abastecimento dos cerca de 17 milhões de habitantes da Grande São Paulo. “A população está colaborando enormemente, respondeu muito positivamente às campanhas de conscientização para haver economia de água, e achamos que a economia alcançada tende a crescer”, afirmou Alckmin, comentando a responsabilidade da população na continuidade do fornecimento de água em São Paulo. O secretário de Recursos Hídricos Saneamento e Obras, Antônio Carlos de Mendes Thame, destacou a necessidade de se criar uma cultura do uso racional da água como preocupação permanente na Capital. Durante a coletiva, Alckmin anunciou o início das obras de aprofundamento do canal de Interligação da Barragem de Biritiba, integrando a barragem ao sistema Alto Tietê, o que possibilita 2,5 metros por segundo de água no Alto Tietê. Segundo o governador, além de proporcionar mais segurança para todo o sistema, à medida que houver um maior aporte de água, será possível auxiliar o Cantareira, e vice-versa. A obra deve ficar pronta em agosto. O Programa de Uso Racional de Água da Sabesp, empresa ligada à Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras do Estado de São Paulo, tem como uma de suas principais tarefas o combate à cultura do desperdício. A prioridade da empresa é a veiculação de campanhas educativas que solicitam o apoio da comunidade no uso consciente da água. Segundo o presidente da Sabesp, Ariovaldo Carmignani, com a continuidade da campanha, a expectativa é de que esse consumo continue caindo ainda no mês de julho. Com a escassez de chuvas dos últimos meses, a campanha tem sido intensificada para evitar o prejuízo de armazenamento de água nas represas. Carmignani informou ainda que no mês de junho, em toda a Região Metropolitana de São Paulo, houve uma redução de consumo de 7,4%, em relação ao mês de abril. No Sistema Cantareira a redução chegou a 10%. “Nós estamos distantes de nos aproximar dos 12%, mesmo assim 10% é o nível desejável para que tenhamos uma gestão tranqüila nos próximos três meses, que são os mais secos do ano.” Os investimentos realizados pela Sabesp para aprimorar e adequar os sistemas são constantes. A prestação de serviços de abastecimento vem sendo feita de maneira bastante regular, em conseqüência da maior capacidade de produção e reserva de água, além de uma maior integração no trabalho. O processo de nucleação de nuvens nas bacias do Alto Cotia e Guarapiranga é uma alternativa para garantir o abastecimento. Contratado pela Sabesp a um custo de R$ 165 mil, já foi iniciado e deve proporcionar um incremento de até 15% na precipitação de chuvas. A empresa também está investindo cerca de R$ 2 milhões na perfuração de 22 poços profundos nos municípios de Cotia e Embu-Guaçu. Ainda em julho, começa a perfuração dos 17 primeiros poços e os outros cinco devem ter os trabalhos iniciados em agosto. A expectativa é de que, juntos, esses poços atinjam uma vazão total de 170 litros por segundo, o que representa cerca de 24% do que o Sistema Alto Cotia está produzindo atualmente, algo em torno de 700 litros por segundo. A Sabesp produz aproximadamente 63 mil litros de água por segundo para atender 17 milhões de pessoas. São 31 cidades atendidas pelo sistema integrado da Região Metropolitana de São Paulo e mais sete municípios que compram água da empresa, por atacado: Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Santo André, Guarulhos e Mauá. Para isso, existem oito sistemas produtores de água, 1.340 quilômetros de adutoras e 22.843 quilômetros de redes de distribuição e 119 centros de reservação, com capacidade para armazenamento de um milhão e 800 mil metros cúbicos de água na Região Metropolitana: Sistema Cantareira: é o maior sistema produtor da Região Metropolitana de São Paulo, com produção de 33 mil litros de água por segundo. A Estação de Tratamento de Água (ETA) Guaraú abastece 8,9 milhões de pessoas das zonas norte, central, leste (parte), oeste (parte) e os municípios de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Guarulhos (parte), Osasco, Carapicuíba, Barueri (parte), Taboão da Serra (parte), Santo André (parte) e São Caetano do Sul. Os principais formadores da represa são os rios Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juqueri (Paiva Castro). Sistema Guarapiranga: é o segundo maior, com produção média de 13,5 mil litros de água por segundo. A água é retirada da represa Guarapiranga, proveniente dos rios Embu-Mirim, Embu-Guaçu, Cipó, Vermelho, Ribeirão Itaim, Capivari e Parelheiros, e tratada na Estação Alto da Boa Vista, abastecendo 3,4 milhões de pessoas das zonas Sul e Sudoeste da Capital. Sistema Alto Tietê: produz em média 7,8 mil litros de água por segundo, mas tem capacidade para produzir até 10 mil litros de água por segundo. Após o tratamento na estação Taiaçupeba, o produto é distribuído para 2 milhões de pessoas de parte da zona Leste da capital, além dos municípios de Arujá, Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano. Os municípios de Mauá (parte), Santo André (parte), Mogi das Cruzes e Guarulhos (bairro dos Pimentas e Bonsucesso) compram água tratada da Sabesp, através do sistema Alto Tietê. Os principais formadores do sistema são os rios Tietê (barragem Ponte Nova), Paraitinga, Biritiba, Jundiaí, Taiaçupeba-Mirim e Taiaçupeba-Açu. Sistema Rio Grande: trata-se de um braço da represa Billings, onde a Sabesp capta água para os municípios do ABC paulista. São 4,2 mil litros por segundo para Diadema, Santo André (parte) e São Bernardo do Campo. O sistema é responsável pelo abastecimento de 1,2 milhão de pessoas. Sistema Rio Claro: localizado a 70 quilômetros do centro da Capital, a água é transportada para a grande metrópole, através da adutora Rio Claro, a maior em extensão, até a ETA Casa Grande. O sistema Rio Claro produz 3,9 mil litros de água por segundo, e a principal fonte produtora é o rio Ribeirão do Campo. O sistema Rio Claro foi construído na década de 1930 e, posteriormente, ampliado na década de 1970. Hoje são atendidas um milhão de pessoas de Sapopemba (parte), bem como parte dos07/05/2001
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